IMAGENS DA MINHA MEMÓRIA

Numa avaliação rectrospectiva de uma vida já longa, recordamos momentos de todas as côres básicas e alguns de misturas de côr. Faço uma avaliação de côr verde ao período asmático da minha juventude, pois não só sempre tive esperança na cura, como esta deve ter sido conquistada à custa de vários empenhados factores, entre os quais a respiração do fumo de uns cigarros e de umas folhas prensadas vendidas nas farmácias, uns comprimidos minúsculos verde salsa e, por fim, o que achei sempre determinante, as inalações de águas sulfurosas num estabelecimento balneário Lisboeta denominado Banhos de São Paulo, situado no edifício onde hoje reside a Sede da Ordem dos Arquitectos.

Banhos de São Paulo

As instalações da Ordem dos Arquitectos ocupam o antigo edifício dos banhos de São Paulo, classificado como imóvel de interesse público. Cosntruído entre 1850 e 1868, estava originalmente destinado a diversos tratamentos de águas termais.

Os Banhos de São Paulo são um sóbrio edifício neo-clássico cuja vocação urbana e colectiva está indicada no pórtico de entrada saliente, com pequena colunata. Como em casos análogos, manifestava a contradição entre arte e técnica tão própria à segunda metade do século XIX, nomeadamente entre a disposição e expressão material da fachada e plantas, e o carácter utilitário do seu programa termal, muito evidente nas estruturas de ferro e vidro que outrora delimitavam o pátio central e a respectica clarabóia ornamentada.

 Autor dos banhos de São Paulo

O autor do edifício, o arquitecto francês Pierre Joseph Pezerat, diplomou-se em 1825 pela École Polytechnique de Paris e logo partiu para o Brasil onde permaneceu até 1831 como arquitecto do Imperador D.Pedro II. Veio para Portugal em 1840, contratado pela Câmara Municipal de Lisbo, desenvolvendo diversos projectos de arquitectura e engenharia, Lecicionou, também, na Escola Politécnica ( mais tarde Faculdade de Ciências), onde foi responsável pelas respectivas obras.

Para além dos Banhos de S.Paulo, foi autor do antigo Matadouro Municipal, do aqueduto sobre a ribeira de Carenque e de projectos de saneamento básico para a capital. Entre projectos não cosntruídos, destaca-se o estudo para a reconstrução dos Paços do Concelho lisboetas, após o incêndia de 1864. Pezerat faleceu em Lisboa em 1872.

Fonte do texto, site da  Ordem dos Arquitectos(AO)

Esta imagem de Grupo, cabe muito bem aqui neste contexto da OA, sem deixar de ser obrigatório salientar a qualidade estética global da composição e do suporte em todos os seus pormenores, num hino ao Mundo maravilhoso da Fotografia antiga, e das suas dedicatórias tão bem assinadas.