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sexta-feira, setembro 30, 2016

A "peça" do mês




S.Brás3 é um “sítio”, onde nunca ocorreram em tempo oportuno escavações arqueológicas. S.Brás1, um povoado fortificado do calcolítico teve uma primeira campanha de exploração e tem ficado “protegido” pelo montado e pelo olival centenários que ali se mantêm envolvendo o cerro, enquanto S.Brás3 não sobreviveu ao sequeiro intensivo praticado numa fina camada de terra arável sobre um solo geológico de xisto que as pontas dos arados foram progressivamente atingindo e arrassando os estratos da ocupação presumidamente ocorrida entre o neolítico final e o calcolítico. Embora em tempos se tenham encontrado à superfície vestígios de um possível acampamento romano, quiçá pela existência de afloramentos aquíferos e cupríferos, os achados pré-históricos indiciam que o sítio foi abandonado num momento florescente e não terá sido pilhado dos seus materiais mais pobres; os materiais líticos eram abundantes, e muitos tinham os gumes com uso mínimo após terem sido afiados. 

A peça deste mês, é um machado em anfibolite com secção rectangular, polido integralmente, com o gume bem afiado e com o corpo e o talão fortemente desgastados pelos sucessivos encabamentos.

quinta-feira, setembro 29, 2016

quarta-feira, setembro 28, 2016

terça-feira, setembro 27, 2016

segunda-feira, setembro 26, 2016

No Dolmene de Soto e o equinócio de Outono

Ainda os minutos do equinócio e as imagens possíveis nos dois sentidos.

 
 
 
 

 

domingo, setembro 25, 2016

Menir dos Almendres

A relação espacial entre o Menir dos Almendres e os silos modernos construídos tão perto não se resume à distância, mas estende-se ao significado indecifrável daquele monólito como primeira referência solar do cromeleque situado a uma centena de metros.

 
 

 

sábado, setembro 24, 2016

A intimidade com as objectivas

Duas faces do mesmo Museu, enquanto o Sol se esconde e a luz "sofre" com a diferença de temperatura. 
 
 
 
 
 

 

sexta-feira, setembro 23, 2016

Paris, imagens de rua

 
 
 
 

 
 
 

 
 
 


quinta-feira, setembro 22, 2016

quarta-feira, setembro 21, 2016

O equinócio de Outono e a sua importância ao longo de milénios

O Verão está a acabar, o Outono segue dentro de algumas horas, e comemorar o equinócio e as suas relações com a vida Humana nem sempre se consegue fazer no dia e na hora exactos. Foi desta vez o caso; antecipando três dias, e deslocando uns centímetros o ponto no horizonte onde nasce o Sol, fomos até ao Dolmen de Soto (Trigueros, Huelva, Espanha), participar num evento arqueoastrológico, seguido de uma visita cultural, guiada, à Cidade.

A ArqueAstrenomia, procura explicações para o que considera serem inúmeras influências do “Deus” do Universo sobre os povos da pré-história que “viam” habitar sobre as suas cabeças, um Ser que lhes alternava o Sol com a Lua, que por vezes os eclipsava, que os cobriam de chuva e de neve, e que havia coberto o céu com aquele misterioso desenho luminoso, onde conseguiam “imaginar” figuras unindo determinados pontos luminosos. Claro que também lá estava, pelo menos, o Norte da bússola dessa época, na pessoa da Estrela Polar.

O Dolmen de Soto foi construído numa época muito próxima da construção das pirâmides do Egipto, e se para muitos o alinhamento das 3 mais conhecidas Quéops, Quéfren e Miquerinos corresponde à posição relativa das três estrelas centrais da constelação Orion, alguns estudiosos julgam encontrar idêntica representação numa gravação incisa de uma das estelas deste Dolmen, o que influencia as teorias que imprimem os encontros entre sinais permanentes de dependência astrológicas nas mais importantes decisões para as comunidades da Pré-história. A “decoração” mais comum no megalitismo da Península Ibérica são, entre nós Portugueses, as chamadas covinhas, cujo verdadeiro significado místico tem sido até hoje impossível de determinar, mas não chocará ninguém admitir que numa das tampas da corredor, a quarta a contar da câmara, cheia de covinhas, poderá estar gravado um mapa astral já que ao ser colocada naquela posição os mortos poderiam ali continuar a “observar” o astro.

A esmagadora maioria dos corredores dos dolmens e tholos ibéricos, está orientada para um qualquer “nascente” solar, e com os actuais meios técnicos de georeferenciação torna-se muito fácil discernir a posição no calendário anual do ponto exacto do horizonte fronteiro à porta de cada monumento funerário, mas a comprovação prática é um fenómeno de uma plasticidade luminosa única, como se pode observar neste filme sobre um outro monumento funerário situado também na Andaluzia.



Situados na pré-história todos estes monumentos estão situados num incerta amplitude temporal, já que, toda a datação de qualquer dos componentes mobiliários que os acompanham é feita com os meios de prova actualmente já disponíveis dentro de intervalos por vezes até seculares, e por isso deve tão só afirmar-se que o Dolmen de Soto terá sido levantado durante o chamado período Calcolítico (há cerca de cinco mil anos atrás), a partir de um conjunto de menires que terão feito parte de um cromelec circular erigido no Neolítico, quiçá mil e quinhentos anos antes, tendo os restantes ortostatos usados na construção das paredes laterais do corredor e da câmara funerária, bem como nas tampas de cobertura, provindo de locais distantes, tendo a jazida original mais afastada ficado a cerca de cinquenta km. É bom ter em conta que algumas das pedras pesam bem mais de uma centena de tonelada. 

A relação deste monumento com o espaço sideral está provada, pelo menos, com a orientação do corredor. Mal o sol conseguiu vencer os obstáculos naturais no horizonte, e despontou lá por cima de uma colina por detrás da Cidade de Niebla, pudemos observar os raios luminosos a progredir de intensidade ao longo do corredor até iluminarem parcial mas fortemente uma superfície basal do gigantesco ortostato da cabeceira da câmara, até que passados alguns minutos o interior do Monumento voltou a ficar iluminado de uma forma homogénea com a luz ambiente natural que o rodeava e pelas luzes artificiais colocadas no chão na base de cada um dos menires decorados; junto a oito destes, foram encontradas oito inumações individuais em posição fetal sentada.
Sentado eu no chão, vivo, perto do local de um dos últimos enterramentos, não sei se passei ou não pela mesma sensação, ou privilégio, que milénios atrás algum dos futuros “moradores” daquele espaço terá sentido, pois desconheço se o homem jazente que me antecedeu ali milénios atrás não teria apenas direito post morten a “fruir” daquela visão quando os seus contemporâneos abrissem a porta de par em par durante o equinócio para que a luz que dá a vida comunicasse com aqueles que vieram a estar ali sossegados, até que em 1923 uns tipos, os desalojassem, bem como aos objectos rituais que os acompanhavam, para que todos estes testemunhos fossem estudados por “especialistas”, e guardados uns em caixas e expostos outros em vitrines iluminadas com luz artificial. 

Como a maioria destes monumentos foram violados em épocas mais ou menos remotas, a constituição das “portas” de entrada é desconhecida, bem como os ritos da sua utilização, nomeadamente todo o cerimonial que envolveria os enterramentos, que ocorreria tanto fora como dentro destes Monumentos, como parecem ser interpretadas as estruturas postas a descobertos pelas equipas de investigação que os escavaram.  


 

Nesta ocasião, a ocupação civilizada da câmara do dolmen de Soto por 45 pessoas alinhadas ao mesmo tempo num dos lados, e em dois planos, um de pé e um sentado de pernas cruzadas, para uma observação “transcendente” não era permitida a recolha de imagens de forma adequada, e assim só posso deixar aqui um pequeno e fugaz apontamento.
 


As regras para uma convivência superior entre o nascimento e a morte não se estabelecem apenas à medida em que vamos envelhecendo e racionalizando as regras da vida, mas também tentando comprender como desde a pré-história foi sempre importante a relação entre o Homem e o Universo, ousando interpretar a herança material que sobreviveram às destruições naturais e humanas.http://alenteverde.blogspot.pt/search?updated-max=2016-06-10T00:00:00%2B01:00&max-results=70&start=67&by-date=false
http://dolmendesoto.es/


terça-feira, setembro 20, 2016

A intimidade com as objectivas

Segredos que ficaram agarrados no fundo da areia, e ofertas que o mar trouxe até quem tem os olhos abertos!

 
 
 

 

segunda-feira, setembro 19, 2016

domingo, setembro 18, 2016

sábado, setembro 17, 2016

sexta-feira, setembro 16, 2016

Depósito Votivo de Garvão





Abriu recentemente em Ourique o Centro de Arqueologia Caetano de Melo Beirão, expondo ao público o projecto GODESS – Depósito Votivo da II Idade do Ferro.
O sítio arqueológico de Garvão foi escavado por três equipas de Arqueólogos, sendo uma delas dirigida por Joaquina Soares e Carlos Tavares da Silva, do MAEDS, pelo que no Museu de Setúbal já há muito estão expostos numa vitrine uma parte do espólio que foi sendo conservado em Setúbal.
 

 
 
 
 


O primeiro relatório das escavações foi publicado no Arqueólogo Português, e versão em pdf está acessível em http://www.patrimoniocultural.pt/static/data/publicacoes/o_arqueologo_portugues/serie_4/volume_3/deposito_votivo.pdf



 
 
 
 
 
 



Garvão era, desde tempo anterior à chegada dos romanos, um ponto de encontro e uma referência de carácter territorial no sudoeste peninsular. O santuário que existia na zona do Cerro do Castelo, dedicado a uma divindade feminina, talvez Tanit ou Astarté, acolhia, em altura do ano decerto importante do calendário agrícola, gentes de todas as classes e idades vindas de várias regiões, que chegavam para participar nas festividades. 
As cerimónias celebrativas de um momento importante da vida rural e dos ciclos da lavoura envolviam práticas cultuais coletivas de aproximação às divindades, incluindo a deposição de prendas de agradecimento e de pedido de amparo.
Pães e frutas, alimentos vários, bebidas, ervas aromáticas, plantas e outros materiais perecíveis, bem como um amplo conjunto de objetos, como ex-votos figurados em barro, pasta de vidro e metais, contentores cerâmicos de alimentos, copos de beber e cossoiros, são alguns exemplos da diversidade de ofertas trazidas à(s) divindade(s), e entregues de modo privado ou em ato coletivo de ofertamento.
Haveria no santuário zonas próprias para a celebração das cerimónias rituais e para o depósito das oferendas. Estes espaços eram esvaziados periodicamente para poderem receber novas oferendas. As peças removidas eram acondicionadas, em cerimónia solene, em locais especificamente construídos para as acolher.
O depósito que se encontrou na fossa escavada na vertente SE do Cerro do Castelo continha milhares de objetos, dos quais se destacam as louças mesa e os contentores, os queimadores, que seriam usados na combustão de uma qualquer substância de natureza incensória ou outra, e os ex-votos anatómicos (representações de olhos em 2 placas de ouro e 11 de prata, 2 maxilares, um em pasta vítrea e outro em cerâmica) alguns artefactos de vidro, cossoiros, objetos miniaturais (vários copos e uma caixa paralelepipédica, uma cabeça e um corpo de equídio), arrumados de acordo com uma lógica que confere a este contexto do santuário de Garvão as características de favissa, designação atualmente atribuída a este tipo de depósitos.
No nível inferior da fossa foi encontrado o crânio de um individuo de 35/40 anos com indícios de ter sido morto com três golpes desferidos na zona occipital e parietal por um instrumento contundente dotado de gume curvo, pesado e pouco penetrante, que incidiu obliquamente sobre a cabeça. Este achado sugere a libação sagrada associada a um sacrifício humano, que terá precedido a arrumação das oferendas.
O tratamento de milhares de objetos, na maioria, em fragmentos, é um trabalho especializado e moroso que compreende identificação, comparação e seriação, análise de tipos de fabrico, tratamentos de conservação, e culmina, nos casos mais representativos, com a reconstituição de formas para melhor leitura e apresentação pública.
Observando as técnicas de modelação, podemos definir o grupo das cerâmicas modeladas a torno, outro das modeladas manualmente e, ainda, o dos designados grandes contentores, produzidos a torno lento. Dentro destes grupos, encontramos uma diversidade formal associável à utilização, já referida anteriormente. Do ponto de vista decorativo, regista-se uma variedade assinalável mas, de certa maneira, relacionada com a tipologia de fabrico. Verifica-se que as decorações incisas e de aplicações de elementos relevados na superfície são predominantes nas cerâmicas modeladas manualmente. Em contrapartida, a decoração pintada encontra-se somente nas de modelação a torno ou a torno lento. É também neste grupo que se regista a maioria da decoração por estampilha. Nas cerâmicas pintadas, verifica-se a utilização de três pigmentos que dão origem às cores vermelho, preto e branco. A análise da composição química e mineralógica dos mesmos revelou tratar-se de pigmentos que, sendo comuns, podem ser encontrados perto do centro religioso de Garvão, o que poderia sugerir uma produção regional destas oferendas. No entanto, estes objetos fazem parte do conjunto mais amplo das cerâmicas modeladas a torno. A análise da composição das respetivas pastas cerâmicas revelou a utilização de matérias-primas de diferente granulometria: um núcleo central mais grosseiro, na base, e um material mais fino nas paredes da peça. Tendo em conta a mineralogia dos elementos mais grosseiros, designadamente a presença de elementos de rochas plutónicas máficas incompatível com a geologia da zona próxima de Garvão, conclui-se que estas cerâmicas foram produzidas no interior das regiões célticas da Península Ibérica e não localmente. O estudo dos resíduos orgânicos presentes em alguns contentores detetou a existência de produtos provenientes da família das Pinaceae, p.ex., a vulgar resina de pinheiro.
Estes resultados permitem afirmar que os objetos foram utilizados, embora não permitam determinar se a resina foi usada pelas suas propriedades aromáticas e antissépticas, ou se foi utilizada, depois de aquecida, como impermeabilizante das paredes interiores do vaso. Da mesma forma, não é possível confirmar se essa utilização se relacionava com o culto ou se era inerente ao uso anterior à deposição no santuário.
O projeto previa, desde o início, a apresentação à comunidade, da forma mais completa e ajustada ás condições do CACMB, o trabalho que se vai desenvolvendo e os seus resultados. Com esse objetivo, realizou-se um vasto e inovador processo para a criação de modelos materiais e virtuais que ofereçam ao público o acesso a informação complementar sobre o contexto do Depósito Votivo e o seu conteúdo.
Os modelos que acompanham a exposição representam o esforço para inovar e para facultar, à comunidade científica e ao público em geral, o acesso ao conhecimento reunido sobre o Depósito Votivo de Garvão.








quinta-feira, setembro 15, 2016

quarta-feira, setembro 14, 2016

terça-feira, setembro 13, 2016

Olarias de Santa Rita

O defumador da Dona Maria José

 
 
 
 

 

segunda-feira, setembro 12, 2016

Olarias de Santa Rita



De entre o pequeno conjunto da Olaria de Santa Rita, destacam-se as panelas e os alguidares, peças do quotidiano.

 
 




A maior e mais rara, se não única, característica da olaria de Santa Rita ,foi a personalização de peças para uso corrente, através de uma marca de oleiro.

 
 
 




domingo, setembro 11, 2016

A intimidade com as objectivas

A importância da Luz da Verdade!

 

sábado, setembro 10, 2016

A intimidade com as objectivas

Como enfiar um barco no buraco da agulha!

 

sexta-feira, setembro 09, 2016

quinta-feira, setembro 08, 2016

quarta-feira, setembro 07, 2016

Uma hora no cais (4)

A Ria rasgada pelos Tigres,

 
 
 
 

 

terça-feira, setembro 06, 2016

segunda-feira, setembro 05, 2016

domingo, setembro 04, 2016

sábado, setembro 03, 2016

sexta-feira, setembro 02, 2016

quinta-feira, setembro 01, 2016