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quarta-feira, agosto 31, 2011

A propósito do Alqueva

Nos palcos onde se exibem a toda a hora as dificuldades financeiras do País, para que a esmagadora maioria dos Portugueses vão comendo e calando as restrições aos seus direitos, enquanto os detentores do Poder Político/Económico vão engordando patrimónios, mordomias e contas bancárias, não se dá eco dos resultados das decisões outrora bem tomadas que geraram, geram e vão gerar e potenciar riqueza para o nosso Colectivo. Inclui-se neste grupo de projectos e investimentos, a Barragem do Alqueva, empreendimento de que o actual Presidente Cavaco foi um dos maiores detractores, cuja dimensão de impacto na vida real do País ainda está inteiramente por balancear, mas de que directamente dezenas de milhar de pessoas já beneficiam, e indirectamente milhões vão poder fruir os seus resultados. Haverá no entanto resultantes que não estão palpáveis no imediato, mas que a memória colectiva e a identidade cultural de um Povo deve poder procurar apreender, como é o caso da profunda e valiosa informação contida nas mais de quatrocentas páginas desta publicação da EDIA.


Como diria o último Presidente da República digno desse posto que Portugal mereceu ter, “ há mais vida para além do défice”, e perceber o que aconteceu na parte do Alentejo que sofreu, ou vai beneficiar do impacto da construção no Guadiana de uma gigantesca parede de betão que lhe alargou as margens numa enorme extensão, engolindo uma Aldeia inteira, deslocando milhares de habitantes das suas margens e “selando” montes e vales onde durante tantos milénios houve pujante vida humana criadora, é algo que este livro pode ajudar mesmo a compreender, desvendando o património que muito poucas pessoas podiam, sequer, ter sonhado existir, e que algum do qual lá ficará para sempre no fundo do maior lago artificial da Europa, pois não sabe nadar. 

terça-feira, agosto 30, 2011

TroiKisses


Entre Fundações, Institutos, Juntas, EPs, Laboratórios e outros milhentos próximos alvos dos Amigos da conjugação de beijos à trois, o mais rentável seria mesmo sem dúvida privatizar todas as juntas de dilatação do País!

segunda-feira, agosto 29, 2011

domingo, agosto 28, 2011

Muitas perguntas sem resposta.Até quando?

Está ao alcance de qualquer de nós contar a história pessoal e funcional dos objectos mais importantes do nosso percurso quotidiano, a sua origem, e as condições da sua aquisição, e explicar as utilizações que lhes foram dadas, e mesmo encontrar na “rede” informação detalhada em várias línguas e por diversos autores sobre a sua esmagadora maioria Quando avaliei a tentação de contar aqui alguns aspectos da história de uma determinada cultura material, sabendo que os materiais só por si não comprovam nenhuma teoria de enquadramento sócio-económico, assumi ir cair numa “rede” sem rede, mas que valia a pena para provocar raciocínios à volta de muitas perguntas sem resposta.


Maquete do Povoado Fortificado do Zambujal, Torres Vedras – Foto MNA Exposição Campaniforme


Atribuir aos Habitantes do Neolítico Final e do Calcolítico, uma quota cimeira na arte primitiva não é inteiramente justo. Sempre houve criadores do Belo, a intuição criadora está no ADN humano desde que a espécie se tornou no Homem Sapiens, e os murais paleolíticos são o melhor dos suportes onde hoje podemos apreciar o instituto das transposições planas dos movimentos dos animais que povoavam então os Territórios e que alimentavam, vestiam e armavam o Homem primitivo.



Mas, as cerâmicas do Campaniforme são mesmo verdadeiras obras primas, a que quero continuar a dar relevo. Para se poder compreender bem como chegámos aqui, é preciso acariciar as teorias difusionistas sem nos comprometer-mos ainda com nenhuma e ir descodificando a “linguagem” dos sinais que cada caco conserva, em conjunto com as evidências quanticas dos seus respectivos contextos, sendo certo que um Século, aquilo que parece uma pequena margem de erro nas datações por C14, é uma eternidade ao tentar-mo-nos colocar cinco milénios atrás. Até agora, parecem existir apenas duas linhas em confronto, uma no Baixo Reno com datações entre 4100 -4000 BP e outra no Estuário do Tejo cerca de 4000 BP; o futuro e os aperfeiçoamentos tecnológico e arqueológico terão quiçá a sua palavra final. 



O perfil em S dos Vasos "Marítimos", tomado como padrão difusor, aceita envolver-se carinhosamente com qualquer das mãos assente no colo exterior, e estimula a ideia de, no dia a dia, poderem ter servido para participar em rituais nos quais a bebida tinha um importante relevo.



                       Copos Canelados - Campaniforme de Vila Nova de S. Pedro - MNA


Mas o que pensar então sobre sua a relação de funcionalidade com os chamados “copos canelados”, na imagem acima, que tendo também a superfície exterior “cordada”, conviveram com os vasos Marítimos? Muitas perguntas sem respostas, e muitas imagens do resultado das criações do Belo no primitivo Território Portugal!
Também é desnecessário colocar bandeirinhas com a actual bandeira Portuguesa nestas obras primas, pois só papagaios idiotas que andaram por outras paragens a fazer de conta, não conhecem o País e tudo aquilo que o faz distinguir do resto do Mundo. 



sábado, agosto 27, 2011

Imagens de rua


O espelho dos reflexos do contra luz da Ria Formosa, revelava-se na superfície descuidada da chata TERESINHA, imóvel na doca seca.

Agora é tempo de,


aproveitar a janela aberta pelas mangas do Algarve, que durante umas poucas semanas vão oferecer as mais saborosas e perfumadas que seguramente se podem comer em Portugal.

Portugal como vai


Agora que o Governo decidiu nomear um comentador da SIC, professor de Economia (!!!) para coordenar o estudo sobre a definição de Serviço Público, com vista à privatização da RTP, estou ansioso pelas conclusões, pois não consigo entender que interesse tem para os Portugueses pagar uma fortuna ( salários, transportes, alojamento e seguro de vida com prémio astronómico) pelo envio à Libia de um “correspondente” que não tem resposta para nenhuma das inteligentes perguntas formuladas pelo apresentadores dos noticiários! Se antes destas recorrências, já tinha dúvidas sobre aceitar como “serviço público” a transmissão de um Jogo de futebol do Benfica, estes desperdícios Líbios não são mesmo injustificáveis no momento de dificuldades que o País está longamente a atravessar.

sexta-feira, agosto 26, 2011

A intimidade com as objectivas



Habituados ao foco, porque não passarmos a admirar e registar na beira mar os resultados do desfoque?

A intimidade com as objectivas



No atelier de ar livre da Praia do Barril, alguém deixou cair uma réplica da pena com que Álvaro de Campos escrevia por estas costas.

quinta-feira, agosto 25, 2011

A intimidade com as objectivas


Pois é, hoje, a minha lente estava virada para só para ver o mundo assim!

A intimidade com as objectivas



No encontro refundador da manhã, numa fuga que não se imobiliza jamais numa linha pré-definida, a praia mar refresca as conchas da beira mar que farão sombra aos grãos de areia até que o ciclo se renove. 

quarta-feira, agosto 24, 2011

Um nicho de “mercado” na investigação arqueológica


Consciência e memória são inseparáveis, pois a consciência implica memória, e a memória, consciência. - Mario Ferreira dos Santos

O pensamento de MarK Rothko sobre os críticos de arte, estendo-o aos críticos em geral, e por isso só me quero pronunciar sobre as “obras campaniformes” na exacta medida do seu contributo para a divulgação do elevado conteúdo artístico das criações dos artífices do Calcolítico, e salientar a discriminação sofrida pelos contextos calcolíticos dos territórios do meu País, por parte de alguma Comunidade Científica Europeia. Octávio Veiga Ferreira (1917-1997), (OVF), sempre defendeu que a Cerâmica Campaniforme Europeia nasceu algures entre o Vale do Tejo e a península de Setúbal, mas creio estarmos ainda longe de conhecer provas determinantes de que não foi assim. Com as análises por C14 a amostras recolhidas em muitos e muitos “sítios” constituiram-se séries de datas que poderiam hierarquizar em definitivo a antiguidade de conjuntos territoriais, mas no estado actual do conhecimento será sempre possível o aparecimento de um novo dado que clarifique o apertado intervalo em que as incertezas ainda se movimentam.


A verdade, é que existem tipologias bem marcadas para alguns vasos, salientando-se o ex-libris do Campaniforme, o chamado Estilo Internacional que se “encontra vulgarizado” por toda a Europa, com um perfil em S, e em que a decoração ocupa toda a superfície exterior em linhas ou em bandas de composições em cartelas horizontais.

Segundo Alain Gallay

Tem enorme importância e assinalável conteúdo criativo a existência de aspectos decorativos particulares, como é o caso dos que durante muito tempo pareciam concentrar-se em quantidade determinante nos monumentos funerários da Quinta do Anjo em Palmela, relevando-se na cerâmica o ícone “Taça de Palmela”,


e que são acompanhados na metalurgia do bronze, pela chamada “Ponta de Palmela”, que teve uma plena difusão Europeia,


e ainda no centro da Meseta Ibérica, cerca de Madrid, a cerâmica decorada com o chamado de Tipo Ciempozuelos.


Mas, pelo menos cerca de Ferreira do Alentejo devem estar por ali muitos fragmentos de centenas de taças tipo Palmela, infelizmente a voltarem à sua condição inicial de partículas de barro, fracturados pelos processos mecanizados da agricultura intensiva e dissolvidos pela água das redes de rega da Barragem do Alqueva que agora inundam grande parte do Baixo Alentejo, numa alargada área onde se reconhece em espaço aberto a existência de um grandioso Povoado do Calcolítico, atravessado por uma ribeira e defendido no passado por pelo menos duas linhas de fossos agora invisíveis, e disso irei fazendo publicações dedicadas. João Luís Cardoso (JLC), referindo Castillo e Harrison, admite que os vasos “marítimos” encontrados em Porto Torrão, poderiam ter origem litoral ocidental.


Bordo de Vaso Campaniforme – Taça de bordo espessado com lábio aplanado

Porto Torrão, Ferreira do Alentejo-

Na última “Bíblia”, que demorei anos até conseguir poder ter à cabeceira, ( Bell Beakers today – Pottery, people, culture, symbols im prehistoric Europe ) que corresponde a um ponto de situação sobre o conhecimento Europeu do fenómeno Campaniforme, realizado em Trento, Itália em 1998, bem gostaria de ver com maior destaque os “nossos” fazedores de cultura do III Milénio AC, embora compreenda que não podia deixar de se preocupar também com a difusão do vaso campaniforme por toda a Europa Continental e pelas Ilhas Britânicas. Hoje, qualquer pessoa percebe as consequências de Portugal ser chamado de País periférico ou do Sul, embora este último adjectivo venha sempre carregado de sentido depreciativo, e por isso embora carregadas de excelência, as nossas publicações Arqueológicas sempre tiveram dificuldade em “passar” os Pirinéus, e estender-se pelas bibliografias do centro do Continente, e por isso OVF viu publicado através de uma das Memórias dos Serviços Geológicos de Portugal “ La Cultures du Vase Campaniforme au Portugal – Lisboa 1966”, para mais fácilmente conseguir promover e difundir a enorme importância do Calcolítico Peninsular,


e no Colóquio de Trento também JLC, o “Arqueólogo de Leceia”, apresentou e aceitou publicar a sua comunicação, em Francês.



Mas, tenho esperança que chegará talvez um dia em que um investigador que não se julgue mais iluminado por ser “proprietário” da investigação de um importante complexo do Campaniforme que lhe limite o enfoque, ou que revele distanciamento da investigação no terreno, tenha meios financeiros para, com uma abordagem pelo lado estético aos processos tecnológicos, comece a construir um Corpus da Arte Campaniforme “Portuguesa” e então talvez seja possível, ou não, atribuir a OVF, a título póstumo, a Ordem do Mérito Campaniforme.


Bordo de Vaso Campaniforme – Porto Torrão, Ferreira do Alentejo

terça-feira, agosto 23, 2011

Imagens de rua


O Futebol, é um jogo, que se começou a jogar nas ruas com bolas de trapo, e se tornou ainda mais popular através de competições profissionais, e que tem como grande objectivo introduzir, com determinadas regras, uma bola num rectângulo a que chamam baliza, embora para muitas pessoas valem todos os meios para atingir o final de cada jogo com mais golos do que o adversário. Tudo se passa sobre uma superfície de relva Verde, embora haja quem deseje que o fundo fosse azul bebé. Cada vez gosto mais de ver jogos de futebol, embora esteja já cada vez mais exigente e radical em relação à qualidade do espectáculo, pelo que estou quase a deixar de estar disposto a perder tempo em frente de uma TV que transmita jogos entre Clubes Portugueses.

Estou transformado num verdadeiro “Culé”. 




Ontem, num jogo “a feijões” com cerca de 90.000 expectadores a assistir no campo, vibrei a ver o Barça ganhar cinco a zero ao terceiro classificado da última Liga Italiana, e podiam ter sido oito a zero com três remates aos postes. Num jogo de apresentação da equipa para a nova época, em que sucessivamente estiveram em campo os titulares sempre com 50% de outros jogadores muito jovens, o nível e o empenhamento no jogo, do primeiro ao último minuto, era semelhante a uma partida a sério para a Liga Espanhola contra o Real Madrid.
Apersar de todo o ambiente de profissionalismo dos jogadores do Barça, que ontem até surpreendia os comentadores televisivos espanhóis, o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Espanha convocou greve para a primeira jornada, esta entretanto já adiada para algures, e a esta hora parece que as divergências continuam com a Liga de Futebol Profissional. Que difrença com Portugal, onde um conjunto de árbitros incompetentes se recusa a arbitrar só porque um jornal publicou uma notícia veiculando afirmações de um Clube contra a capacidade de isenção de um árbitro e um bandeirinha. Para nossa desgraça, Portugal não tem neste momento um único Árbitro que se aproveite, talvez porque também não tem quem aplique a Justiça de forma competente, e de acordo com a Lei.

segunda-feira, agosto 22, 2011

Imagens de rua


A Verdade, liberta. - João Paulo II



Viver acima das nossas Posses


Não há jornalista de telejornal que não use a toda a hora a linguagem já gasta dos Agentes da “ciência financeira”, portadores iluminados de uma sapiência inabalável, mas que até agora não aportou nenhum contributo mínimo para ajudar a solucionar a crise financeira Mundial, e por vezes até perturbam a sua compreensão.
Lembro-me bem quem eram há 40 anos os “gestores” das “ salas de mercados” e como tudo se passava. Uma simples folha A4 em cima de uma secretária, onde se anotavam as ordens de compra e de venda, e não havia senão notícias no dia seguinte do que tinha acontecido na Bolsa do dia. Nessas alturas, só se podia vender aquilo que se detinha, e claro, depositado numa carteira de títulos gerida por uma entidade habilitada, e o comportamento bolsista embora de tendência especulativa não era influenciado ao segundo pelo que se passava em qualquer outra Bolsa deste ou de outro Continente, ou por especulações de Agências Financeiras ou de Jornais sensacionalistas.
Mas nestes tais “mercados” que tudo decidem, quem são afinal os “investidores” que hoje acreditam nisto e amanhã naquilo? Sim, que “gente” anónima é essa? Será mesmo que essa gente existe? Ou estaremos perante uma enorme máquina especulativa residente nos Bancos, nas Agências e Corretoras que quanto mais facturarem mais lucram pois a sua comissão de intervenção é uma taxa que se subtrai tanto na compra como na venda nada importando para eles as consequências do resultado final, com os Fundos de Investimento escutando ansiosos como aves de rapina, pois “gerem” astronómicas verbas dos Fundos de Pensões Mundiais e das Dívidas Soberanas. A tudo isto, os Governantes da EU fecham os olhos, pois também são decerto “investidores” interessados na bagunça especulativa, cada um a seu modo.
Viver acima das nossas posses, é pois ligar em todos os Noticiários para uma qualquer “Sala de Mercados” para ver e ouvir um jornalista estagiário falar daquilo que não sabe, tendo por fundo dezenas de monitores de imagem cheios de números, gráficos e côres, que julgam emprestar credibilidade à linguagem estereotipada, do isto, porque o índice x subiu, o peróleo parece ir subir, porque algures vai haver um ciclone, e o Senhor Z fala amanhã, aliás também sobre aquilo de que normalmente não sabe.
Todos estes fenómenos vão decorrendo, como se a economia real vivesse da opinião das especulações tendenciosas de “professores” de Faculdades de vão de escada, que produzem Doutores em Comunicação Social, para andarem de microfone atrás  das “vedetas” analfabetas dos Programas televisivos que exploram a chamada “vida real”!
Mas, afinal que “vida real” é esta onde nos querem atolar?

domingo, agosto 21, 2011

O despertar da intimidade com as objectivas (III)


A impressão das imagens, nos rectângulos agora baços mas outrora brilhantes, que os antigos albuns de fotografias guardavam, devia-se na maior parte dos casos à tecnologia Francesa que produzia na origem muitos desses suportes, e que chegavam até nós já com o timbre dos salões de “Photographia” Portugueses, algumas vezes até com a impressão na própria língua francesa.

 





































Essas fotografias apresentadas num suporte rígido, constituiam só por si peças de arte capazes de serem expostas nas prateleiras dos louceiros ou em cima das mesas das salas de estar, encostadas aos castiçais de prata. Muitas dessas imagens, devem ter demorado eternidades até que os pacientes fotógrafos que iam enfiando vezes sem conta a cabeça dentro de uma manga de flanela preta conseguissem encontrar o momento de disparo na pose certa e na melhor das imobilidades dos seus clientes, postados diante deles à frente de cenários que recriavam ambientes caseiros ou de ar livre, e que viam de cabeça para baixo através da objectiva na frente daquelas câmaras claras. Essas fascinantes novidades, eram depois oferecidas com dedicatórias a familiares e amigos e muitas ainda mantêm invejável nitidez graças à qualidade dos reveladores e dos fixadores dessas primeiras emulções fotográficas e ao respeito nas regras da sua utilização por parte dos técnicos de laboratório.


Os criadores de todos os factores técnicos e a criatividade humana que permitiram, construir imagens com mais de um século, e legarem-nos este património, merecem um lugar cimeiro de elogio, e também que partilhemos a sorte de nos ter sido oferecido um desses velhos albuns de uma Família que não conhecemos, e que demonstra expoentes da plasticidade desta arte nos seus primórdios, e a beleza dos seus suportes.









































Passado mais de um século sobre o nascimento destas impressões, queremos poder acreditar que os diferentes suportes onde hoje guardamos as imagens digitais serão tão fiáveis, como era a convicção desses primeiros fotógrafos, que se comprometeram ingénuamente com a garantia de eternidade para os seus trabalhos, arriscando o indefinidamente como marca das suas fotografias.




" Os clichés são conservados indefinidamente"!


sábado, agosto 20, 2011

A intimidade com as objectivas



Este, é um dois meus postais. Para sentir que é mesmo verdadeiro, é preciso ir a Tavira à  i oficina de arte.

sexta-feira, agosto 19, 2011

O TGV do Algarve


Imagens de rua


O esplendor da talha dourada e da estatuária religiosas de Sevilha abrigadas no seio das suas Irmandades.

quinta-feira, agosto 18, 2011

Portugal, como vai?


Circula no internet, um vídeo de uma TV Brasileira, em que um “Advogado” de um criminoso suspeito de ser cúmplice de um roubo com assassinato, justificava numa entrevista,  a recusa do seu “cliente” em confessar a identidade do cúmplice com a seguinte frase: - Em todas as profissões existe ética!.
Não sei se as difculdades que os Professores têm nas nossas escolas com o ensino da matemática não serão ainda maiores quando pretendam explicar a ética, ou ciência da moral, visto que uma das estratégias do ensino moderno obriga a passar por demonstrar a utilidade e a aplicabilidade dos ensinamentos.
Só a ignorância popular, desconhece quem são os accionistas do FMI e do BCE, duas das três entidades envolvidas nas ajudas às finanças Portuguesas, e por isso para além de passarem sem escrutínio, não há denúncia pública dos conflitos de interesses que emergem diárimente com as decisões do Governo em matéria económica, até porque as televisões e os jornais já estão envolvidos e afogados na teia dos negócios em curso, e tudo silenciam, salvando-se o Expresso, por enquanto.
Em nenhum manual sobre a ciência da moral, cabe ainda que remotamente a hipótese de um Primeiro Ministro que acaba de vender um Banco do Estado a um correligionário seu “Amigo”, sob imensas suspeitas de transparências no negócio, vá logo a seguir passar uma semana de férias numa luxuosa vivenda propriedade desse Milionário na primeira pessoa do singularvivenda situada no complexo turístico mais caro do País.
Numa semana em que  Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo segundo o ranking da revista "Forbes", afirmou em artigo publicado nesta segunda-feira no jornal "New York Times".que "Enquanto os pobres e a classe média lutam por nós no Afeganistão e a maioria de americanos passa apuros para chegar ao fim de mês, nós, os ricos, seguimos com nossas extraordinárias isenções fiscais", fica claro que falar de ética a propósito do Primeiro Ministro de Portugal, é coisa para ser entregue a um dejejuadouro.

Expressionismo Abstracto


quarta-feira, agosto 17, 2011

ANTIPASTI , VERSUS ANTICAMPANIFORME

A fonte fundamental da criatividade, seja na ciência seja na arte é a intuição – Boris Uspenskij

Esta página, no meio de milhões de outras diferentes, onde diáriamente acrescento algumas linhas, “registos”, não concede irmandade a um diário, mas é amigável pelo previlégio de se comportar ao mesmo tempo como um album de imagens e uma extensão não manuscrita do meu prório imaginário criativo, ao que parece sem limite de “comprimento” (a página,...), residente na tal entidade abstracta chamada de “Web”. Esta, introduziu no nosso vocabulário novos termos que o comodismo, a simplicidade da derivação saxónica e a falta de sentido patriótico ainda permitem não se recorrer sistemáticamente a traduções letra a letra, e lembro-me sempre a este propósito com mágoa, o orgulho do nacionalismo Espanhol, pois, por exemplo, quando assisto pela TV Espanhola a uma partida de ténis, todos os termos vulgarmente ouvidos em Inglês têm, mesmo todos, tradução para Castelhano, enquanto os praticantes e comentadores Portugueses nascidos de um elitismo medíocre, não falam mais Inglês porque julgam correr o risco de poderem ser despedidos. Mas, nem sempre é assim, pois nos círculos científicos, socialmente anti-elitistas, procuram-se palavras portuguesas para que tudo seja traduzível com racionalidade. Os “Bell Beakers”, são disso um extraordinário exemplo, para os quais a Arqueologia Portuguesa deduziu o termo Cerâmica Campaniforme.
Capa - Edição Franco Nicolis, Provincia Autonoma di Trento, 2001


Na análise que podemos fazer do passado, a Arqueologia, ajuda-nos a compreender que a criatividade nas épocas mais recuadas destapa contactos entre populações que algumas delas, podiam quiçá como hoje se diz, ditar tendências de moda, ou “vulgarizar” um costume, mas também demonstra que logo surgiam fortíssimas diferenciações personalistas, que tão bem definem as intrínsecas potencialidades Humanas. Há cerca de um pouco mais de quatro milénios nasceu algures por aqui, ou por aí, ainda não o sabemos, uma raiz comum de um vaso descritível como um sino invertido, o tal “Bell Beaker” e que se espalhou pela Europa, embora em áreas delimitadas, tendo-se a forma base, tornado mais ou menos alongada, mais ou menos globolada, e sendo todos os vasos decorados exteriormente, e em algumas formas também interiormente. 

Os vasos representados nesta imagem, a que os Italianos chamam de bicchieri (copo), pertencem ao espólio do Povoado fortificado de Vila Nova de S.Pedro, exposto no Museu do Carmo.

Nas “novas” formas que foram surgindo, os padrões decorativos, foram a pouco e pouco traduzindo a plasticidade criativa dos vários territórios, ou pelo efeito do contacto esporádico dos autóctones com as produções do território emergente, ou porque reflectem os rastos mapeados de grupos nómadas com hábitos peculiares, que confluiam para determinados locais por motivos transcendentais, ou por outras razões mais complexas do ponto de vista da (re)evolução sócio-económica, ou porque tinham como destino fazerem parte de mobiliário funerário de eleição, e para eleitos. As populações dos milénios seguintes, ou de parte deles, foram fazendo evoluir as formas cerâmicas ao ritmo da adequadação e da evolução dos seus ideários simbólicos e dos usos alimentares derivados do desenvolvimento e da renovação das culturas básicas, inventando e legando padrões criativos que perdurarão como marcos eternos do conceito de Belo.
Muito antes de surgir a rede (web), quando as imagens da criatividade ancestral que a Arqueologia trouxe à superfície começaram a ser impressas, logo serviram de inspiração a inúmeros artistas, continuando essa prática ao longo de todas as épocas até mesmo às mais recentes, sem repulsa pela sua origem primitiva. A criatividade, antes e depois da rede são coisas muito distintas. A facilidade com que se acede à inspiração criativa, quase em tempo real do que acabou de nascer nas nossas antípodas , exacerba a réplica, e torna a globalização cada vez menos amigável, e embora exista a ilusão de que o copiar/colar cria duas imagens digitais iguais, realizemos que não passam de ficheiros com apenas aproximações instantâneas.
Como acabei por me tornar num “gastrónomo” das Culturas do Neolítico Final até à Idade do Bronze, era obrigatório abrir aqui o apetite com a melhor das “antipasti Arqueológicas” - a Cerâmica Campaniforme, cumprindo a promessa de dar eco dos criadores do Belo, de todas as épocas.


Bordo de Vaso Campaniforme – Porto Torrão, Ferreira do Alentejo


As motivações que rodearam a criação da cerâmica campaniforme, e a sua difusão, continuam passado quase um século e meio de estudo a constituir o que alguns chamam do “enigma do campaniforme” envolvido numa cerrada e complexa discussão para a qual não devo aportar uma grama, mas quero poder reproduzir muitos dos estímulos escondidos em visões do imaginário simbólico impressas ou incisas nas superfícies destas cerâmicas, para partilhar e provocar algumas visitas a locais do Culto Campaniforme, “aqui” tão perto, nos quais se incluem muitas vitrines de Museus com a exposição de lindíssimas peças únicas e motivadoras para reflexões sobre a evolução descontínua da Humanidade.


Vaso de Cerâmica Campaniforme – Quinta do Anjo, Palmela – Colecção MNA


No coração de Lisboa, existem dois desses locais de Culto, um num cantinho do Convento do Carmo, e o “melhor deles” com apenas o constrangimento do horário do funcionalismo Público situado na Rua da Academia das Ciências na sede do Instituto Geológico e Mineiro, de que sou um assíduo frequentador e admirador, até pela circunstância de ter intervido no trabalho de limpeza e conservação do vaso votivo com destaque na imagem seguinte, que fez parte do mobiliário funerário da Necrópole da Quinta do Anjo e pertencente ao acervo exposto neste Museu, oportunidade que disfrutei durante um dos vários cursos que ali frequentei na esfera da Arqueologia.


Em 2008, o Ministério da Cultura, participou em conjunto com o Instituto Arqueológico Alemão, numa acção de divulgação da “Cultura” do Vaso Campaniforme na Europa, com duas exposições, uma em Torres Vedras, pois é naquele Concelho que se situa o Povoado do Zambujal, um dos mais emblemáticos e pujantes recintos fortificados do III Milénio no Nosso País, com marcada presença campaniforme, e,


Museu de Torres Vedras

uma outra, enorme e inesquecível no MNA, estando as fichas da exposição, com contributos de autores Nacionais e Internacionais, disponíveis no site do Museu.





MNA - Museu Nacional de Arqueologia