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terça-feira, dezembro 31, 2013

Imagens de rua

Em Lisboa, em fim de ano.

Do auto-retrato sombrio, porque ausente dos detalhes que descubram a verdura dos anos, até ao desconcerto que uma ampla e rasgada janela revela!








Self-portrait gloomy because of missing details you discover the greenery of years until the bewilderment that a window opened wide and revealed!










 

segunda-feira, dezembro 30, 2013

Imagens de rua


No cair da tarde, na borda do Tejo, fazem-se registos corporais para a eternidade, quase sempre muito bem iluminados pela luz única de Lisboa.











In the evening, at the edge of the Tagus, make up body records for eternity, often brightly lit only by the light of Lisbon.

domingo, dezembro 29, 2013

Imagens de rua

Neste Natal, Lisboa abriu muitas noites o Terreiro do Paço para nas suas fachadas norte oferecer um circo multimédia, colorindo-as com uma animação dos tempos modernos.
 















 

sábado, dezembro 28, 2013

Viver em Lisboa, e vê-la do cimo do Arco do Triunfo






No cimo do Arco do Triunfo da Rua Augusta, onde as amarrações garantem sustentabilidade aos olhares, uma “Pipi das pernas altas” debruçou-se sobre os encantos da Cidade que abriga as Tágides, para guardar numa volúvel memória digital uma imagem próxima daquilo que a esta hora ela sonha que ali viu.

At the top of the Rua Augusta’s Triomphe Arc, where the moorings to ensure sustainability looks, an 'the Pipi legged "focused on the charms of the city that houses the Tágides to save a volatile digital memory an image about what at this time she dreams she saw there.
 
 
 
 
 
 


sexta-feira, dezembro 27, 2013

Viver em Lisboa, e vê-la do cimo do Arco do Triunfo


Uma visão mais horizontal da baixa de Lisboa num plano Pombalino é agora possível, não competindo porém com os panoramas oferecidos pelo Castelo, mas oferecendo uma página comunicacional com a mistura dos olhares sobre a nossa Praça Raínha, embora centrada com uma estátua equestre masculina de um Rei e a cercadura conferida pelos recortes da margem sul até à Serra da Arrábida. 
 
 



Lisboa, ruborizada com as pautas musicais do pôr do sol, e projectada sob o imaginário da modernidade.
Lisbon, flushed with the staves of the sunset, and designed under the imaginary of modernity.
 


A more horizontal view of downtown Lisbon “Pombalino” a plan is now possible, but not competing with panoramas offered by the Castle, but offering a communication page with the mixture looks on our Queen Square, though centered with a male equestrian statue of a king and beaded conferred by cuttings from the south bank to the “ Serra da Arrábida”.
 

quinta-feira, dezembro 26, 2013

Viver em Lisboa




Lisboa, é uma das mais belas Cidades do Mundo, mesmo para quem cá vive!

E, os noticiaristas dizem também que Lisboa é uma das cinco melhores cidades do Mundo para se passar um fim de semana. E nós garantimos que é bem mais previdente agarrar em muitos fins de semana e dedicá-los a andar pela Lisboa cidade das casas e dos monumentos, e ir penetrando a cada passo pela cidade-museu, retemperando as forças nos seus sabores genuínos.


Um Lisboeta, que ainda se sinta como um Alfacinha, pois são duas entidades diferentes, tem dificuldade em mostrar os sentimentos mais profundos que a sua Cidade encerra, e que gostaria de mostrar a quem não conhece Lisboa. Esses sentimentos mais invisíveis, revelam-se sempre mais carinhosos à beira do Tejo, que é quem nos protege do resto do hemisfério, e em fins de tarde frescas mas ensolaradas as imagens das leituras da vida que ali pulsa, e não há mesmo uma Lisboa verdadeira que não sobreviva sem a brisa do rio que se apanha em todas as salas de visita estendidas ao longo da sua margem, e cada dia mais acolhedoras; encontrar forma de mostrar que isto é mesmo verdade, é sempre o grande e eterno desafio, em especial quando parece tudo já ter sido colocado em montras de grandes formatos.
 




 


 
 
O mais belo cais de todo o Universo, pois aqui chegaram em todos os por do sol as histórias das viagens que ajudaram a cartografar o Mundo.
The most beautiful pier of the entire universe, because here come in every sunset the stories of journeys that helped map the world.
 

 

 



Lisbon is one of the most beautiful cities of the world, even for those who live here!

And the newscasters also say that Lisbon is one of the top five cities in the world to spend a weekend. And we assure you is far more prescient grasp on many weekends and dedicate them to walk by the Lisbon town houses and monuments, and go penetrating every step by the city museum, restoring forces in their authentic flavors.

An inhabitant of Lisbon, who still feel like a “Alfacinha”, since they are two different entities, have difficulty in showing the deepest feelings that your City closes, and would like to show those unfamiliar Lisbon. These more invisible feelings reveal themselves always kinder to the Tagus river, which is who protects us from the rest of the hemisphere, and in the evenings fresh but sunny images of readings pulsating life there, and there is even a Lisbon true not survive without the river breeze that picks up in all living rooms extended along its border, and every day more welcoming; find a way to show that this is really true, it is always great and eternal challenge, especially when everything seems to have been placed in windows of large formats .

 





 
 NOTA - Ao contrário do palavreado serôdio, quem melhor pode promover o País é quem cá vive, porque luta por viver.

 

quarta-feira, dezembro 25, 2013

Sob o signo de Amadeo



As promessas cumprem-se, em especial na época em que a Rosa dos Ventos nos ajudou a indicar a direcção para todos nos podermos juntar no coração do Amor, trazendo cada um uma pequena lembrança embrulhada no brilho das suas gargalhadas.
Revisitar-mos pois Amadeo, revisitá-lo em Família e antes do Natal, e relembrar a sua importância nas nossas emoções e em muitas das nossas realizações colectivas, e individuais, e quando não podia deixar de ser dele a capa da agenda cultural de Dezembro da FCG.
 

 
 
 
 
 


















Entrar pela mesma porta do CAM, mas agora com convidados na sala entrada que nos recebem também com excelências cromáticas, e depois partir à redescoberta do Amadeo dos esboços, dos desenhos e por fim dos tais óleos tão intensos com que nos habituámos a ser despertados em tempos lá para trás,
 






































e quando em vez desta escultura tínhamos aqui um banco corrido, pudemos no silêncio quebrado apenas pelo ranger à nossa volta das solas de borracha, ler o Público, na altura um Jornal na verdadeira accepção da palavra, logo a seguir ao fim do almoço volante e antes de cumprirmos a segunda parte das obrigações profissionais do dia.
 
 
 
 
 
Um Amadeo que conhecemos, um pintor sem nenhum enigmatismo no seu trabalho, e ainda um outro que ainda falta continuar a descobrir, e embora a obra pareça estar ali quase toda como nunca, haverá sempre um traço novo que aparenta ter acabado de ser riscado pelas musas da inspiração dos acasos.
 
 

  
Outras obras que nesta ocasião dão corpo à visão do CAM sobre a Arte Moderna Portuguesa, acompanhando Amadeo, também provocam todas as diferentes sensibilidades dos visitantes, porque entre estilos, arrojos e outras razões, a algumas delas foi dado título, e outras ficaram sem ele, explicadamente.

















Por fim, faz-se a despedida da exposição através das cores fortes do Jardim, que reclama por dois dedos de conversa com alguns dos raios do sol tímido do Inverno que animam os termómetros da simulação atmosférica.










 

E agora, finalmente o catálogo, em Português.






SOB O SIGNO DE AMADEO: UM SÉCULO DE ARTE



Nesta exposição mostra-se pela primeira vez a quase totalidade do espólio de Amadeo de Souza-Cardoso (Manhufe, 1887 - Espinho, 1918), o pintor português que foi precursor do modernismo e uma das âncoras iniciais da coleção do CAM. Foi no final da década de 50 do século passado que começaram as aquisições para o que viria a ser o acervo do CAM que abriu ao público a 25 de julho de 1983.
Números e datas, eis algo que encontrarão com frequência ao longo deste texto, os aniversários convocam inevitavelmente esta compulsão para a contagem e para o balanço. Nestes trinta anos a coleção atingiu cerca de dez mil obras. As visitas guiadas mensais às reservas, que se prolongarão durante um ano, são uma oportunidade de o público contactar com o acervo de um modo mais extenso e também íntimo.
Sob o Signo de Amadeo: Um Século de Arte, apesar de ocupar todo o espaço do edifício do CAM, mostra somente cerca de cinco por cento da coleção numa viagem por todo o século XX. Uma viagem com portos pré-definidos; uma atenção particular à representação do corpo em ação e às obras conotadas com a performance, que é uma das linguagens mais disruptivas e significativas da passagem da arte moderna para a arte contemporânea na nave; na primeira sala, o diálogo entre a arte britânica e portuguesa, uma das especificidades desta coleção, que é apresentado com foco no registo da arte pop; na galeria 1, as obras-primas incontornáveis do acervo, que permitem uma sinopse de todo o século XX até hoje; na sala polivalente, a coleção de filme e vídeo; na sala de exposições temporárias, o palco e a teatralidade na modernidade; o grande modernista Amadeo na galeria 01, onde em novembro decorrerá um colóquio internacional organizado pelo Instituto de História de Arte e pelo Centro de Estudos de Comunicação e Linguagem, da Universidade Nova de Lisboa. O colóquio contextualizará a obra do pintor: no período em torno da I Guerra Mundial, entre o cosmopolitismo de Paris e a ruralidade senhorial de Manhufe, entre os vários movimentos e técnicas vanguardistas, criando uma linguagem única, contribuindo para que a recente historiografia, finalmente atenta à produção periférica, estabeleça paralelos com outras geografias artísticas.
Na celebração de trinta anos, para além de se mostrar o acervo quis-se também sublinhar o lugar, hoje, do museu como laboratório, espaço de criação e risco, encomendando a Rodrigo Oliveira (Sintra, 1978) e Carlos No (Lisboa, 1967), obras inéditas, respetivamente para a fachada do edifício e para o hall, com a organização em paralelo de um ciclo de performance a decorrer entre outubro e dezembro, que se inicia com um precursor deste registo, Alberto Pimenta (Porto, 1937) e termina com Isabel Carvalho (Porto, 1977), a residirem Berlim com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
A eleição da performance como uma das linhas de programação e reflexão deve-se ao facto de ser um registo que convoca a questão das vanguardas, já que foi no seu seio que nasceu. As vanguardas atacaram a instituição artística pelo questionamento do conceito tradicional de obra de arte, defendendo a reintegração na arte de uma praxis vital. Ou, se quisermos, da vida e do quotidiano, tendo, por consequência, recusado a noção metafisica de artista. O conceito de vanguarda é retirado de uma determinada conceção de moderno - aquela que identifica moderno com «não-objetividade» - e, dentro desta, a performance é sem dúvida uma radicalização na medida em que com ela termina a figuração, termina a matéria na obra de arte, constituindo-se como linguagem totalmente baseada em conceitos e ações.
A performance, do ponto de vista estritamente teórico, levanta uma série de problemas que derivam de a mesma ser atravessada por tensões (e premissas) fundamentais, que se apresentam maioritariamente como binómios: arte-vida, arte-técnica, corpo da obra igual a corpo do artista.
Do ponto de vista comunicacional, a performance institui uma nova relação entre emissor e recetor, que exige deste uma participação, não tanto no sentido de uma integração do espectador na ação mas antes algo que se aproxima mais de um registo de cumplicidade ou de anticumplicidade. Se quisermos, a performance obriga a uma implicação: emissor e recetor estão implicados no mesmo plano. Ou seja, a performance obriga o espectador a definir-se enquanto usufruidor: positivamente ou negativamente, não se passa por ela do mesmo modo que se passa frente a um quadro num museu.
Por todas estas razões, a performance coloca a arte num lugar incómodo, até porque, no início, fisicamente quase sempre, ela optou por um lugar incómodo - as ruas, os espaços degradados, os sítios informais -, onde performer e espectador estão em situação desconfortável, sem cena, palco ou plateia a dividi-los, expondo-se mutuamente.
A história do conceito de performance enquanto território artístico coincide, em boa parte, com a própria história das vanguardas. De facto, os primeiros vinte anos do século XX viram surgir quase simultaneamente três movimentos artísticos que seriam os protagonistas do que mais tarde se viria a convencionar designar por «rutura modernista» e que alterariam completamente a configuração de toda a arte do século XX: o construtivismo, o futurismo e o dadaísmo. Futurismo que ecoa em várias obras de Amadeo e, claro, na obra de Fernando Pessoa, o poeta que Almada Negreiros (São Tomé e Príncipe, 1893 - Lisboa, 1970) imortalizou em retrato pintado em 1954 e 1964. De facto, o elogio da máquina e do movimento tem em Portugal, na poesia de Fernando Pessoa - ou melhor, na do seu heterónimo, o engenheiro naval Álvaro de Campos - e em Mário de Sá-Carneiro, os maiores exemplos da manifestação da ideologia futurista na literatura. Recordem-se, então, passagens da «Ode Marítima»' em que à exaltação da máquina se junta o uso da figura da onomatopeia (ou como Marinetti lhe gostava de chamar, da «artilharia onornatopaica»). Só para lembrar, um pequeno excerto da consagrada «Ode Marítima»: 

Quilhas partidas, navios ao fundo, sangue nos mares!
Conveses cheios de sangue, fragmentos de corpos!
Dedos decepados sobre amuradas!
Cabeças de crianças, aqui. Acolá!
Gente de olhos fora, a gritar, a uivar!
Eh-e h-e h-e h-e h-e h-e h-eh-e h-eh!
Eh-eh-eh-eh-e h-eh-e h-e h-e h-e h!

E escute-se a voz de Diogo Dória, junto ao fac-símile de Amadeo, lendo a Lenda de São Julião Hospitaleiro de Flaubert, em que igualmente o sangue jorra por todo o lado, e facilmente percebemos que estes autores que fizeram o século XX respiravam senão o mesmo ar, pelo menos os mesmos livros e referências. No entanto, recorde-se como o engenheiro-poeta Álvaro de Campos, se define a si mesmo: 

E eu, que amo a civilização moderna, eu que beijo com a alma as máquinas
Eu o engenheiro, eu o civilizado, eu o educado no estrangeiro,
Gostaria de ter outra vez ao pé da minha vista só veleiros e barcos de madeira 

O mesmo trânsito podemos fazer com Amadeo passando da obra de 1917 que tem no centro da tela e da ação uma máquina registadora para a obra Casinha da Casa de Manhufe, de 1913.
A rutura modernista irá ainda mais longe com o urinol de MareeI Duchamp em 1917 a tornar-se obra de arte com o título Fountain, num elogio e apologia do «já feito» ou do «já pronto»; o ready-made. A noção de ready-made tornar-se-á uma verdadeira fonte de toda a produção contemporânea e será um dos conceitos mais fortemente impulsionadores e dos mais operatórios para as futuras gerações artísticas - veja-se, de Marcelino Vespeira, (Alcochete, 1925 - Lisboa, 2002) O Menino Imperativo, de 1952: um manequim cuja cabeça é um búzio, ladeado de duas velas que na primeira apresentação da escultura estavam acesas fazendo a cera escorrer pelo corpo,
No que à relação entre arte e técnica diz respeito, o conceito de ready-made é fundamental na medida em que põe em causa de um modo frontal (e radical) a questão da mão do criador e, consequentemente, a noção de «original». A noção metafísica de arte - que fazia decorrer o valor artístico de um objeto da sua feitura manual e individualizada é completamente abalada, abrindo o campo da arte ao continente da técnica. Noções como repetição, serialidade, duplicação, não intervenção direta do artista no ato de produção artística são noções que atravessarão toda a arte do século XX e que atingem um dos seus expoentes máximos com a arte pop: veja-se o que fizeram os britânicos e nomeadamente Peter Philips (Birmingham, 1939) com For Men On/y-Starring MM and aa em 1961; e sim, MM é a mesma Marylin Monroe que AndyWarhol, a partir de 1962, introduz com recorrência na sua obra.
Do ready-made à noção de antiarte foi um pequeno passo. Ora a noção de antiarte, bem como a série de designações e atitudes precedidas do prefixo «anti» que se lhe seguiram - o antiartista, o antigosto, o antimuseu ou a antiobra - são noções fundadoras da ideologia artística que presidiu à constituição da performance.
Assim, se é verdade que o dadaísmo e o primeiro surrealismo - veja-se, de 1947, Rapto na Paisagem Povoada, de António Pedro (Cidade da Praia, 1909 - Moledo, 1966) - não se pautaram por um grande número de ações que possamos designar por performance, os conceitos que estes movimentos introduziram foram importantíssimos para a evolução do fenómeno daquele território criativo, designadamente, a noção de «autornatisrno» avançada por André Breton e a introdução dos estudos psicológicos na arte, em que a importância do sonho e dos mecanismos psíquicos da mente - veja-se de Fernando Lemos (Lisboa, 1926), a fotografia Eu (auto-retrato) de 1949-1952 - se tornarão, eles mesmos, um material utilizado pela performance, o que levou por vezes a uma falta de entendimento do processo por parte do público e da crítica, dado que o processo jogava precisamente na assistematicidade, na não narrativa, no encadeamento de temas e imagens semelhantes ao dos sonhos e ao dos incontornáveis automatismos psíquicos. Veja-se, anos mais tarde, em 1993, o aprofundamento de todas estas questões no vídeo Hipnotic Suggestion 505 de Jane & Louise Wilson (Newcastle, 1967) em que as duas gémeas artistas se submetem a uma sessão de hipnose.
Provocar o público, retirá-lo da sua postura passiva de espectador frente a um quadro pendurado na parede ou a uma escultura disposta num museu, encontrava na noção de performance a sua plena concretização. Tratava-se de inventar um novo destinatário.
A noção de museu continua hoje sujeita a debate e nomeadamente se o museu de arte contemporânea deve ter uma coleção permanente ou se, pelo contrário, deve ser um espaço que constantemente proceda à rotação de artistas e obras, a maior parte das vezes construídas especificamente para um determinado espaço, fazendo precisamente da adequação e do jogo com o lugar a natureza primeira da obra de arte.
O CAM tem tentado ser um lugar de equilíbrio entre estas duas tendências extremas. Pensamos que o museu, tal como foi concebido radicionalmente ao longo dos anos, é o lugar para guardar e conservar obras-primas e consagradas e, neste contexto, devemos uma referência à importância das doações que ao longo destes trinta anos o CAM tem recebido de artistas e dos seus familiares': para todos o nosso bem hajam. Mas o museu deve ser também o lugar em que o artista reflete a disrupção, o caos, a violência ou simplesmente a fealdade que a vida e o mundo, lá fora, testemunha e às vezes ostenta e exibe.
Os artistas, ao tomarem essa atitude frente ao espaço do museu, o que é que procuram? Cumplicidade, ou, pelo contrário, provocação ou mesmo rejeição do público? Ou ainda, simplesmente alertam-nos acerca do modo como o público, todos nós, nos devemos confrontar com uma série de problemas, sejam eles económicos, sociais, políticos ou somente artísticos?
É assim, com a coleção, mas também com interrogações, que celebramos trinta anos. 

Isabel Carlos



1 Nos últimos anos foi-se instituindo no discurso crítico e historiográfico que a arte contemporânea tem como início Temporal a década de 1960 e que a arte do século XX, produzida antes dessa data, é designada como arte moderna.
2 Álvaro de Campos, Poesias, Lisboa,Ática, 1978, pp.180-181.
3 Ibidem, p. 171 .
4 Destaquem-se, por ordem cronológica, as doações de Sonia Delaunay, Lúcia Souza-Cardoso, Vieira da Silva e Arpad Szenes, do colecionador Jorge de Brito, dos pais de António Areal, o legado de Bernardo Marques e de Fernando Calhau e, mais recentemente, os de Palolo e de Hein Semke.













 



terça-feira, dezembro 24, 2013

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Boas Festas


A intimidade com as objectivas

A necessidade de defender cada cidadela quando se desfaz a ideia sobre a unidade das planícies Alentejanas num planeta (redondo!...) cuja curvatura esconde as proximidades enganosas, cimentou-se na implantação habitacional nos pontos o mais salientes possíveis, como se observa na imagem seguinte, em que de um bastião elevado do Castelo de Serpa se descortina ao longe a torre de menagem do Castelo de Beja.
 
 
 

domingo, dezembro 22, 2013

A intimidade com as objectivas

Geometrias variáveis.




 

sábado, dezembro 21, 2013

Pescarias n´outros tempos




Os estímulos às memórias aparecem por vezes de formam inesperada, entrando pela janela tal como o vento, ignorando com subtileza a chegada do convite formal.
Na recente exposição sobre “Desenho Científico na Ria Formosa” da responsabilidade do “Grupo-do risco” (www.grupo-do-risco.pt), havia um esboço de um peixe de água doce apanhado no Pego do Inferno, um lugar muito emblemático dos arredores serranios de Tavira, e muito procurado no Verão.
Não posso avalizar a conformidade na legenda do desenho, porque ou a mesma resultou da transposição literal fonética do sotaque Algarvio, ou de uma informação mal transcrita; de facto, aqueles pequenos peixinhos que conheci bem mais esverdeados do que o exemplar desenhado, fizeram parte muitos anos atrás dos nosso programas de pesca de água doce no Alentejo de fim do Verão, pois eram utilizados por muita gente como isco vivo na pesca da Achigã, e talvez até pela sua cor verde intensa eram por verdemãs conhecidas ali entre os pescadores, e encontravam-se normalmente enterradas nos fundos dos pegos das ribeiras já sem corrente activa.


 

Para nós era uma pesca em dois actos, primeiro ir procurar apanhar as verdemãs com um enorme “gorro”, depois deitar à sorte a escolha da barragem onde presunivelmente se encontrariam achigãs, e esperar que as boias presas aos fios das canas de pesca se afundassem puxadas pela voragem carnívora do peixe atraído pela irrequietude das verdemãs que cuidadosamente espetadas no anzol pelo lombo superior continuavam a movimentar-se e servir de estímulo para uma luta de facto desigual. Actualmente não sei se a verdemã é uma espécie protegida, mas na pesca do achigã já não é possível tirar partido das suas características pois isso está proibído, e como não posso já publicar imagens destas pescarias já tão longínquas, apenas nos restam as da captura das verdemãs em pegos da Ribeira do Chança, que ainda complementarmente permitiam uma banhoca refrescante às crianças naqueles dias quentes do verão da raia do Alentejo.










  Passados trinta anos, estas cabecinhas já podem mostrar às suas crianças, que ainda vão ser por instantes um pouco também minhas, como é agora poder ver peixes, muitos peixes "livres" e iluminados debaixo de água.



 




sexta-feira, dezembro 20, 2013

A intimidade com as objectivas

Entre nós e o céu manchado pelas nuvens do Inverno que já se aproxima, a Torre mais cimeira e marcante, datada de 1809, que continua a certificar o compasso dos minutos.


 

quinta-feira, dezembro 19, 2013

A intimidade com as objectivas

TAVIRA,
Património Arquitectónico Público, desfrutável.
Palácio da Galeria, coração das exposições temporárias.


 

quarta-feira, dezembro 18, 2013

A intimidade com as objectivas


Os 180º de panorama disfrutáveis desta varanda do Moínho de Marim, com o chão em ladrilho artesanal, não estava lá para deleite permanente do moleiro mas para complementar a função de vigilância e apoio do farol que ajudava a manter segurança na navegação das rotas que utilizavam a ria para se aproximarem das povoações costeiras onde a pesca sempre teve e ainda tem uma grande importância na sua sobrevivência.


 

terça-feira, dezembro 17, 2013

segunda-feira, dezembro 16, 2013

A intimidade com as objectivas


MOÍNHO DE MARIM - O passadiço para acesso às comportas da caldeira por cima das seteiras que conduziam a força da corrente até às moengas, e a escada que conduz ao terraço da casa de habitação

domingo, dezembro 15, 2013

A intimidade com as objectivas




Uma só água, a da Ria Formosa, duas imagens tão perto e tão diferentes; a que beija o moínho de maré com uma pequena brisa criando micro-ondas bem transparentes, e a que (em contra-luz) velozmente abandona a “caldeira” acelarada pelo desnível e pela sucção da maré vazante.


 

sábado, dezembro 14, 2013

Os moínhos de água, o economicismo e as dietas


Numa exposição muito recente de Desenho científico sobre a Ria Formosa, “reencontrei” lá a existência do Moinho de Marim, e depois na minha biblioteca também lá estava um livro de 1992, hoje esgotado, sobre os Moínhos de Maré da Ria Formosa, e à guardiã da mostra solicitei informações sobre a localização exacta de Marim e da forma de lá chegar, e perante as incertezas tive de procurar num posto de Turismo dados mais precisos, o que reflete o distanciamento entre a maioria dos Algarvios e o património cultural da sua Região.

 







Para os executores do programa alemão/liberal/jesuíta, a aplicar aos chamados Países do Sul (agora na Europa, como já tinha acontecido no Continente Americano), o desenvolvimento económico de Portugal tem apenas em vista colocar à disposição dos “mercados” a oportunidade de encontrarem em Portugal a satisfação para uma série de vantagens sócio-económicas, à custa da prática do desinvestimento público, da desalavancagem financeira, e como corolário a venda dos bens públicos.
Como demonstram inúmeras estatísticas elaboradas por entidades internacionais insuspeitas, e recorrentemente escondidas por detrás de distorcidos e encomendados “relatórios” da CE ou do FMI, as alterações estruturais ocorridas nos últimos quarenta anos, reproduziram níveis de acesso a bens e serviços que em muitos casos ficam acima do que existe em muitos Países da EU. É verdade que nalgumas regiões costeiras a “pressão” económico-turística desvalorizou as paisagens e criou ambientes urbanos difíceis de caracterizar, mas ainda que o País seja pequeno, ainda sobrevivem nichos de genuína traça Lusitana, a par com modernas estruturas culturais capazes de acolher o interesse pela realização de eventos destituídos ou não de traços de massificação, e as sequelas da ocupação alemã/liberal/jesuíta podem e devem fazer despertar novos conceitos de organização social que respondam aos direitos dos Lusitanos na salvaguarda, desenvolvimento e fruição do seu próprio património.
Só interessa estudar a destruição do passado, para construir um novo presente, e por isso, o património desaparecido irrecuperável, importa apenas para o registo da memória, e o sobrevivente, recuperável ou conservado deve fazer parte do enquadramento das novas estratégias de promoção de projectos que visem tornar o mercado interno parceiro da procura externa, mas em pé de igualdade, pois só assim se prepararão os agentes que no futuro sejam guardiões da sua própria história.
Para alguns historiadores, o Sudoeste Peninsular é um território de identidade própria, embora com fronteiras difusas, e numa visão mais actual importa cada vez mais alargar os contributos vizinhos para a sua afirmação como espaço onde existiu uma escrita própria infelizmente ainda indecifrada, onde a criatividade artística é muito marcada, e onde também após a revolução dos produtos secundários as dietas se foram consolidando ao redor das ervas aromáticas, dos cereais e dos paladares proporcionados pela criação animal baseada nos pastos e em outros alimentos naturais característicos desta vastíssima região.
A Dieta Mediterrânea, terá no Sudoeste da Península muitas visões modernistas, mas para a criação dos seus suportes de vida nunca negará a primazia das moengas, e estas repartiram-se pela sua devoção à água e ao vento, e se esta Dieta é agora reconhecida como merecedora de ser entregue ao Mundo numa embalagem emblemática, antes de ser património da humanidade, é acima de tudo património do Sudoeste Peninsular, e é neste contexto que deve ser enquadrada numa vasta rede de infraestruturas edificadas desde a pré-história.
A água, nas suas versões de correria para o mar pelo efeito das cotas positivas face ao nível do mar, ou de movimentos constantes de vai vem junto à costa marítima pelo efeito Lunar, foi um auxiliar precioso para a primeira fase de retirada da produção comercial cerealífera da órbita artesanal, iniciada pelos Romanos. No Sudoeste Lusitano, da herança desse aparelho produtivo resta muito património edificado nas correntes de água doce, mas já quase nada na orla marítima do Algarve, decerto que por efeito do contágio da massificação urbanística.
Ao longo da EN125, existem várias tabuletas apontando par a Ria Formosa, mas nenhuma indicação conducente ao encontro com os moínhos de maré. É verdade que eles quase todos se perderam (terão existido perto de meia centena), mas nem há atracção orientada ao mais simbólico e bem conservado, que faz parte do chamado Centro de Educação Ambiental de Marim, em Olhão, parte integrante do Parque Natural da Ria Formosa.
Voltamos ao princípio, para apreciar o folheto que ainda hoje é distribuído aos visitantes na Quinta de Marim, com o texto seguinte e o nº telefone ainda sem o indicativo 2!
 
 


O Centro de Educação Ambiental de Marim (CEAM) é uma área de 60 ha, que faz parte do Parque Natural da Ria Formosa (PNRF).
Nele encontra-se reunida uma amostra representativa dos valores naturais e culturais da Ria Formosa. Trata-se de uma estrutura vocacionada para a educação ambiental, oferecendo aos visitantes os seguintes serviços: 


Visitas ao CEAM
O trilho de descoberta da natureza tem uma extensão de cerca de 3 km e demora 2-3 horas a ser percorrido. Está balizado com postes de madeira marcados a vermelho e inclui pontos de paragem equipados com placas informativas.
Ao longo do trilho estão representados alguns dos ecossistemas da Ria Formosa: zonas de sapal, salinas, dunas, pinhal, charcos de água doce e agricultura tradicional. Entre as construções (recuperadas pelo PNRF) que poderá ver durante o trajecto, contam-se um moinho de maré, uma casa agrícola tradicional (e respectiva nora), a casa do poeta João Lúcio e ruínas arqueológicas da época romana. A casa João Lúcio foi transformada em ecoteca, um espaço vocacionado para educação ambiental, dotado de auditório, centro de documentação, laboratório, etc. Poderá também visitar um canil especializado no cão de água português. O percurso inclui ainda o Centro Interpretativo, um edifício equipado com áreas de exposição, aquários, maquetes, auditório, centro de documentação, meios audiovisuais e outros equipamentos e infraestruturas de apoio a actividades de educação ambienta!. Aí poderá também adquirir publicações e material de divulgação sobre o PNRF e conservação da natureza.
O trilho pode ser realizado com ou sem guia do PNRF. As visitas com guia estão sujeitas a marcação prévia e a dimensão dos grupos deverá estar compreendida entre 10 e 25 pessoas. 

Visitas na barca do atum
O PNRF recuperou uma barca de transporte de atum (a única do seu género no país), que pode ser utilizada para percursos na ria.
Os grupos deverão ter um máximo de 28 pessoas.

Estadias
O CEAM dispõe das seguintes acomodações:
- um centro de acolhimento com camaratas com capacidade para 30 pessoas, com balneário, cozinha e sala;
- um antigo posto da guarda fiscal, que funciona como vivenda unifamiliar, mobilada, com TV, com capacidade para 8 pessoas; existem ainda 2 quartos exteriores (com capacidade para 2 pessoas cada). 

Auditório 
Integrado no Centro Interpretativo do CEAM existe um auditório com capacidade para 254 pessoas e dotado de ar condicionado, audiovisuais (projectores de diapositivos e vídeo, retroprojectores), equipamento de som e cabines de tradução simultânea. 

Trabalho voluntário
O CEAM oferece a possibilidade de realizar trabalhos no âmbito da conservação da natureza: regas, arranque de plantas infestantes, manutenção dos aquários, do canil e do centro de recuperação de aves, recolha de lixo nas praias, orientação de visitas guiadas, etc.
Os voluntários têm direito a alojamento gratuito no. centro de acolhimento, oferecendo, em contrapartida, meio-dia de trabalho voluntário.
Outras actividades de educação ambiental Para lá do trilho de descoberta da natureza e dos percursos na barca do atum, o CEAM permite a realização de outras actividades ligadas à Ria Formosa e à conservação da natureza. Estas actividades destinam-se sobretudo a escolas e são acompanhadas por pessoal especializado. 

Horário de funcionamento do CEAM - Todos os dias, incluindo fins-de-semana e feriados, das 9:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:00

 


Com o folheto na mão, lá fomos ao encontro da margem da Ria para depois fazermos a aproximação ao Moínho de Marim, que se descortina difuso a coberto da vegetação do Parque.
 
 
 


Do ponto de vista estrutural, as construções na beira da Ria Formosa, em comparação com os moínhos do Guadiana e seus afluentes, parecem ter sido possíveis de executar com menos conflito com a adversidade representada pela água, já que não só a área edificada é muito maior, e as agressões do mar sendo muito menos violentas do que a brutalidade das correntes do rio, tornaram dispensáveis as espessas abóbodas e os pilares para as suportar que no Guadiana têm que fazer face à imersão total e parcial das estruturas por dias prolongados. Para além da simplicidade das quatro paredes, sem necessidade de contrafortes, com um telhado mais simples, a amplitude do espaço simplificava os processos de trabalho com a circulação fácil no interior dos moínhos de maré e também com um conceito mais prático e funcional nas tarefas de movimento das mós na sua picagem corrente e na sua renovação. Os moínhos de maré, estavam integrados num complexo habitacional, ao contrário dos moínhos das margens dos rios que apenas tinham uma função industrial sendo a habitação dos moleiros situada invariávelmente nas margens em cotas protegidas do leito de cheia.
 
 



Os interiores, eram sempre mais largos nos moínhos de maré, e olhando para o Moínho de D.Isabel o mais comprido do Guadiana (e mesmo assim o conjunto resulta da junção de três estruturas independentes, que foram sendo edificadas para acréscimo da capacidade produtiva) e para o de Marim na Ria Formosa, com o primeiro armado também com as 6 moengas as diferenças são evidentes.

 
 



 
 

Nos moínhos de maré, a dependência da água satisfazia-se em permanência através de um reservatório situado no tardoz do moínho, chamado caldeira, que enchia de forma natural pela subida maré através de uma comporta basculante, e era depois esvaziado através das sétias, provocando então o movimento rotativo dos roletes, cujo eixo accionava as mós.
 
 




 
 
No Centro, a barca do atum adoeceu de causas (des)humanas junto do ponto F (Boca cava-terra) também este degradado, com as travessas de madeira apodrecidas e já sem parapeitos, e são dois dos inúmeros exemplos de como as agressões economicistas dos alemães/liberais/jesuítas transformam a capacidade pública instalada para expansão cultural em apetecíveis exercícios privatizadores. Assim, o retorno do investimento tempestivamente efectuado com os impostos cobrados aos Portugueses, e destinado a favor das futuras gerações, vai ser a pouco e pouco desviado para gaúdio de apenas seleccionadas elites transnacionais.
 
 

 
 
 
 





 
 
 
Para complemento de algumas imagens, segue-se a informação oficial sobre o Parque Natural da Ria Formosa, que para além do seu conteúdo informativo, é também uma proposta de reflexão.
 
 
 


O Parque Natural da Ria Formosa foi criado pelo Decreto -Lei n0373/87, de 9 de Dezembro, posteriormente regulamentado pelo Decreto-Lei de 9 de Dezembro, posteriormente regulamentado pelo Decreto Regulamentar nº2/91, de 24 de Janeiro. Estende-se ao longo de 60 km da costa sotavento do Algarve, entre o Ancão e a Manta Rota, e ocupa cerca de 18.400 ha, distribuídos pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Stº António.
A maior parte desta área corresponde ao sistema lagunar da Ria Formosa, um cordão de ilhas e penínsulas arenosas que se estende mais ou menos paralelamente à costa, protegendo uma laguna onde se desenvolve um labirinto de sapais, canais, zonas de vasa e ilhotes.
Estas características naturais e a sua situação geográfica elegeram-na como área de grande importância do ponto de vista da avifauna, sobretudo a aquática. Nesta qualidade foi classificada como zona húmida de interesse internacional pela Convenção de Ramsar por:
* Constituir zona de invernada de aves provenientes do norte e centro da Europa, com destaque para algumas espécies de anatídeos (principalmente na zona do Ludo), como a piadeira (Anas penelope), o pato trombeteiro (Anas clypeata), o marrequinho comum (Anascrecca) e o zarro comum (Aythya ferina), e limícolas, como o pilrito comum (Calidris alpina), o fuselo (imosa laponica), o maçarico real (Numenius arquata) e a tarambola cinzenta (Pluvialis squatarola);
* Constituir zona de passagem para as migrações entre o norte da Europa e a África;
* Abrigar espécies raras em Portugal, caso do caimão comum ou galinha sultana (Porphyrio porphyrio), que tem aqui o único local de reprodução confirmado no país e foi escolhida para símbolo do PNRF.
* Possibilitar a nidificação a espécies cujos habitats têm vindo a regredir.
O interesse do PNRF não se esgota na avifauna:
* Constitui uma área de grande interesse botânico, sobretudo pela vegetação das zonas de duna e sapal;
* A laguna funciona como "viveiro" de espécies marinhas, algumas delas de valor comercial, como a dourada (Sparus aurata), o robalo (Dicentrarchus labrax), o sargo (Diplodus sargus) e o camarão de Quarteira (Penaeus kerathurus);
* É uma importante área de produção de moluscos bivalves, com mais de 1000 ha de viveiros de amêijoas, que representam cerca de 80% das exportações do país neste domínio.
Reconhecendo a importância nacional e internacional dos valores existentes nesta área, o Estado Português promoveu a sua classificação como Parque Natural. A necessidade de compatibilizar a protecção do património natural e cultural e um desenvolvimento socio-económico sustentado, determina como objectivos principais:
* A protecção da flora, fauna e paisagem características do Parque;
* O apoio a actividades económicas tradicionais compatíveis com a utlização racional dos recursos naturais;
* O apoio a outras actividades compatíveis com a conservação da natureza;
* A promoção de actividades de recreio, lazer e turismo, tendo em conta as particularidades da área protegida e a sua capacidade de carga;
* A implementação de infraestruturas vocacionadas para a educação ambiental, de forma a sensibilizar a população residente e os visitantes para a necessidade de conservar os valores naturais e culturais;
Os principais problemas que afectam o PNRF são:
* A construção clandestina nas ilhas-barreira;
* A urbanização da orla costeira;
* O aterro de sapais e salinas com lixos e entulhos;
* A deposição anárquica de resíduos sólidos;
* A destruição da vegetação dunar por pisoteio e
* A erosão do cordão dunar,
* A descarga (na laguna, no oceano, e na bacia hidrográfica da Ria Formosa) de efluentes domésticos sem tratamento, ou com tratamento insuficiente;
* A poluição difusa com origem na agricultura intensiva e campos de golfe;
* A alteração do coberto vegetal para fins agrícolas, urbanos ou industriais;
* O assoreamento da laguna;
* O excesso de pesca e o recursos a artes ilegais;
* A caça furtiva (nomeadamente a caça com armadilhas) ;
* A descaracterização da arquitectura tradicional;
* A degradação do património histórico-arqueológico;
* O abandono da exploração tradicional das salinas.
Dentro dos limites do parque são proibidas todas as actividades que prejudiquem significativamente o ambiente. Estão, assim, sujeitas a licenciamento do Parque as seguintes actividades:
* Alterações de topografia e uso do solo;
* Instalação de linhas aéreas eléctricas ou telefónicas;
* Construção, reconstrução ou ampliação de edificações;
* Corte ou colheita de plantas (ou flores ou quaisquer outras partes de plantas) fora das áreas agrícolas ou florestais;
* Caça ou captura de espécies animais selvagens,
* Introdução de espécies exóticas de flora e fauna;
* Estabelecimento de novas actividades industriais, florestais, pecuárias, agrícolas, extractivas e desportivas;
* Instalação de estações de tratamento de esgotos.
No âmbito do Ano Europeu do Ambiente 1993, foi implementado o programa de Geminação de Áreas Protegidas Costeiras, que resulta, em parte, da Directiva 79/409/CEE sobre aves. Neste âmbito, o PNRF foi geminado com Domaine de Certes-Le teich, uma área protegida na costa sudoeste de França.
 
 
 (recordo, que clicando em cima da imagem esta se individualiza)



Regressando de novo ao princípio, sobre a Dieta, a nossa, a do Mediterrâneo, a proposta é a seguinte:
· Venham a Tavira,
· Visitem o Palácio da Galeria,
· Apreciem duas belíssimas exposições,
· Adoptem a Pirâmide da Dieta Mediterrânea.


















Voltaremos aqui para dar nota digital e escrita de como vai decorrendo o namoro com o Parque Natural da Ria Formosa.