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sexta-feira, novembro 30, 2012

Imagens de Museu

Neste período conturbado da vida Europa, fundada na responsabilidade da incompetência e fraqueza da Comissão Europeia, e que aquela só não ultrapassará se os Dirigentes Europeus e Nacionais se continuarem a aproximar das “estratégias” que conduziram às duas primeiras Grandes Guerras, podemos olhar para uma relíquia de uma antiga Civilização recheada de conteúdos excepcionais, e lembrar que ela se desmoronou pela autocracia do seus Dirigentes, dissociados das condições de vida e dos sentimentos dos Povos do Império.
 
Fresco de Pompei (Museo di Napoli)

Imagens de rua


Imagens de rua


Não deixa de ser verdade, como disse Santo Agostinho, que “o Mundo é um livro, e aqueles que não viajam somente lêm uma página”, mas também é verdade que dificilmente alguém conseguirá sequer folhear todas as páginas do livro do Mundo, quanto mais lê-las. Mesmo que se trate do mais pequeno dos parágrafos, da mais pequena das partes que nos envolve, o tal “Tempo” que nos comanda os passos e nos determina os sonhos, não liberta “tempo suficiente” para nos equilibrarmos no fio que separa a realidade vivida, da história contada. Cada vez é mais fácil conhecer milhares de histórias que se contam sobre o Mundo, traduzidas através das imagens numa linguagem universal, espalhadas pela “rede”, mas que será sempre diferente aos olhos de cada narrador, e o relato nem sempre será verdadeiro. Não há dia em que fique completa a página da nossa viagem, por isto, ou por mais a culpa de não se sabe quem, e nesta “Europa de Cidadãos” como temos vindo a ouvir dizer, as imagens mais admiráveis são interceptadas pela agressão social que transforma as ruas em palcos de luto, de exploração e de luta por direitos cada vez mais insondáveis, e nas páginas do Livro de que fala Santo Agostinho encontramos a imagem possível, da pobreza envergonhada arranhando a vida das grandes cidades da Europa em decadência, mesmo em frente de um dos mais carismáticos Museus do Mundo, ou de uma pequena mesa de pés altos, e articulados para uma fuga rápida, rodeada por apostadores de um dos jogos de azar mais antigos das cidades ocidentais, aliás proibido, e que já só fazia parte das minhas memórias da juventude – A Vermelhinha!


 


 

quinta-feira, novembro 29, 2012

A intimidade com as objectivas


 
 
Em toda e qualquer “grande” viagem, há auto-tributos a conceder para que as nossas histórias se conformem com as provas de registo no atravessamento das atmosferas que nos foram absorvendo, competindo com replicas a carvão que nos retratassem a cada desafio visual.

 
 
 

quarta-feira, novembro 28, 2012

Memórias da praia

Quando quis aprisionar o azul do mar e do céu no outono de hoje, ouvi um som grave acompanhado de uma mensagem postal - " sem cartão de memória"! Resultado dos constrangimentos atmosféricos dos últimos dias que o mantiveram esquecido na gavetinha de leitura do computador. A caminhada de hoje, perante 18º no ar e ao que dizem os oráculos 19º no mar, durou cerca de uma hora e meia, e as recolhas insignificantes na beira mar não puderam assim ser fografadas no local, mas não deixarão agora de vir a fazer alguma inveja a muitas bruxas, gaivotas e apreciadores de ouriços do mar.
 
 

Imagens de rua


Meia dúzia de imagens, com preciosa ajuda da electrónica, podem fazer o resumo de uma viagem a várias altas velocidades, que noutros tempos obrigava a muitas contas para apurar, ou então, simplesmente ficava para se imaginar.
 










 
 
 
 
 
 

terça-feira, novembro 27, 2012

A intimidade com as objectivas


 
 
 
 
Pelas plataformas escarpadas a quem as erosões retiraram os solos aráveis, não podem restar dúvidas de que correm por ali os produtores da matéria prima de eleição para o queijo de ovelha certificado pelos pastos da Região DOP de Serpa, bem perto da beira de outros caminhos decorados com um arco-íris terrestre, desenhado pelos fragmentos mineralógicos de uma região de solos beijados pelas pirites alentejanas.
 
 
 
 
 

segunda-feira, novembro 26, 2012

A intimidade com as objectivos


Nas profundezas da Serra de Serpa, o brilho das oliveiras mergulha na sinfonia dos silêncios ocultos pela matemática do afastamento do Sol. 
 
 

domingo, novembro 25, 2012


A intimidade com as objectivas





Uma sólida janela centenária, cravada entre madeira, xistos e adobes, é protecção segura para os ventos mastigados pelo remoínho a que as enfardadeiras sujeitam as palhas, e que semeiam pelos campos os cilindros que hão-de ajudar a alimentar os rebanhos nos estios mais ingratos.


  






 



A intimidade com as objectivas


O Património escondido aos percursos do alcatrão, residente em várias embalagens, sugere a urgência de ofertas desinteressadas de apropriação aculturada, evitando a decadência da pureza original dos horizontes com direito ao fruir do futuro no Parque Natural do Guadiana.
 
 

sábado, novembro 24, 2012

Rómulo de Carvalho

Fazem hoje 106 anos que nasceu o meu Professor de Física.

António Gedeão versus Rómulo de Carvalho





A intimidade com as objectivas




 
Os xistos azulados dos fundos do rio, recortados e polidos pelas correntes, estão agora cheios de côr, brilhando ao sol e guardam o vento, os seixos rolados, as areias grossas e as ovas dos peixes.

sexta-feira, novembro 23, 2012

Imagens de Museu


À luz natural, a origem das simetrias deixou que o brilho do mármore se acomadasse na dureza das irregulares argamassas de barro cozido.

 

quinta-feira, novembro 22, 2012

Imagens de Museu


Definitivamente, foi uma sorte poder apreciar esta notável Deusa, que agora não convive mesmo com o “azar” do número XIII.
 
 

Imagens de Museu


A “evolução dos costumes”, que apropriou para o território a solidão dos mortos, permite deleitar sentidos com o trabalho de um sobredotado escultor que teceu um belíssimo sarcógrafo no tempo destinado à intimidade da escuridão eterna, mas que agora é destaque nos Modernismos da Musealização Pública.

 

quarta-feira, novembro 21, 2012

As cidades e os campos dos "cacos"


As pessoas que vivem nas cidades parece que não gostam da chuva. Digo parece, porque “parece”. E quem vive nas cidades, transpira dentro do seu reboliço, como se a dois passos não existisse um outro mundo que os alimenta com chapéus de chuva, cidades com abrigos para a chuva, sêlo de quem vive acima das suas possibilidades! As cidades que se alagam com as chuvas, e afinal os campos que, depois da última seca continuam sedentos de água. 

Há duas semanas atrás, porque as notícias deram nota de que Serpa tinha ficado inundada com uma das “piores” tardes de chuva trazida pelas últimas grandes superfícies frontais que atingiram a Península, parti para S.Brás de botas de borracha julgando recriar outros tempos em que de dez em dez passos tinha de rapar com a espátula a lama na sola e à sua volta para poder afugentar o peso que me impedia de prosseguir; puro engano, a energia solar que me aquece a água doméstica para a maior parte do ano, tinha prosseguido o mister da última seca, e até de sapatinho citadino se podiam ter aconchegado os torrões. E, até o vento que nos enche as ruas da Cidade com as folhas caídas das árvores, e que entopem as sargetas vítimas do desleixo dos desprevenidos, também soprou pelos campos muitos dos restos das palhas que ainda teimavam em não serem engolidas pelas charruas e aumentar os volumes do solo arável, clareando o barro e refulgindo os “cacos”, e até restos das "matanças" milenares (um dente molar de um bovídeo).

Porque, às vezes, uma imagem não explica o mesmo que mil palavras, estas, não tantas aliás, eram necessárias para ilustrar o que se segue, que é também um tributo ao registo do vento fraco.

 






 


 


terça-feira, novembro 20, 2012

Imagens de Museu



A arte da estatuária, mutilada por muitos radicalismos, alinha-se agora serena e silenciosa qb para satisfação de fugazes olhares
 
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O Vaso de Tavira

Em Março deste ano, partilhei aqui as imagens de uma brochura sobre o chamado Vaso de Tavira, que está exposto no Núcleo Islâmico do Museu de Tavira, uma publicação de circulação limitada que tive a fortuna de poder transcrever, onde a autora e sua descobridora, a Arqueóloga Maria Maia já desaparecida, nos despertava para as consequências daquela que era a sua intrepretação sobre o significado daquele importantíssimo achado.

Porque continuamos a poder observar o Vaso de Tavira, e nos é permitido especular sobre a função a que verdadeiramente se destinou, volto ao tema para partilhar as imagens de uma outra publicação “concorrente”, editada pelo Campo Arqueológico de Mértola, e até mais antiga, em que Cláudio Torres descreve mais alguns aspectos de “paralelismos” possíveis com outros objectos de influência Hispano-mourisca.



 



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, novembro 19, 2012

A intimidade com as objectivas



Percorrer o Outono de São Martinho na certeza de que as contra-luzes do Alentejo sabem a azeitonas amadurecidas.


domingo, novembro 18, 2012


A intimidade com a arqueologia e as objectivas


Fragmento de lâmina de silex
 
Voltei a "S.Brás3" num destes dias do Novembro de S.Martinho, fiz algumas imagens durante uma hora em que vagueei pelos torrões revolvidos, revi os resultados anuais do peso e da intensidade da acção das máquinas agrícolas nos últimos cincoenta anos sobre os materiais arqueológicos que ainda afloram e estimulam raciocínios instantâneos.
 
 
Fragmento de "placa" ( extremidade com orifício de suspensão) em cerâmica com secção rectangular
 
Restam alguns pequenos testemunhos do modus vivendi de cinco milénios atrás, e até a inesperada presença de cerca de metade de uma enorme mó dormente que de tão pesada mal a consegui virar para afagar a sua superfície tão encovada e bem polida pela fricção das mós moventes sobre os grãos de cereal, e depois encontrar que os meus dois palmos separavam os seus pontos mais distais.
 

 
Fragmento ( cerca de metade ) de uma mó dormente e um exemplar de uma "mó movente"

A chegada das pontas dos arados ao nível do solo virgem desta folha, tem como consequências a deterioração da camada agrícola pela miscenização de milhares de fragmentos de xisto, e o aparecimento das mós dormentes é o sinal da rendição dos “fundos das cabanas neolíticas/calcolíticas” à destruição total dos “registos” daqueles habitat, pela intrusão nesses territórios dos auxiliares mecânicos dos agricultores modernos.
 
 
Percutor, com evidentes concreções calcáreas resultantes do seu estágio milenar nos ambientes húmidos dos fundos das cabanas
 
O solo mais arável, na cota mais elevada, e no limite admitido para a ocupação do povado, ainda se mostra com um avermelhado barrento, envolvendo e resguardando por entre os intervalos das etapas agrícolas alguns fragmentos cerâmicos ou pétreos que a chuva se encarregou de separar e contrastar facilitando a sua visualização, enquanto na extensão já acinzentada pela trituração dos xistos na superfície do solo tudo se confunde por entre as palhas que restaram das últimas colheitas, e que em breve se integrarão no subsolo.
 
 
Fragmento de "crescente" ( extremidade com orifício ) em cerâmica. de secção oval
 
De regresso a casa, as estimulantes paisagens do Alentejo, convidavam para passeios a pé, mas afinal impossíveis pelos obstáculos das cercas “europeias” de arame farpado, e resta-nos o zoom para nos “aproximar” dos planos mais apetitosos.