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segunda-feira, fevereiro 27, 2012

A intimidade com as objectivas



Abrigada do frio, a praia vigiada aguarda por um sol mais quente que a liberte da prisão hibernal.

domingo, fevereiro 26, 2012

A intimidade com as objectivas


O exterior do Moínho do Farrôbo, as margens do rio que o rodeiam e a flora que progressivamente se desenvolveu nos paredões desmantidos do açude, têm dos mais belos planos de enquadramento, e quantas mais prespectivas se procuram ou simplesmente acontecem, mais difícil se torna seleccionar o ângulo final mais favorável para eleger um portefólio virtual.

sábado, fevereiro 25, 2012

25 de Fevereiro dia de Festa




Num plano semi inaginário, o espelho da ponte transcende-se, e todo o explendor do “cinquecento” , espalha-se pelo céu dos sonhos tornados Presente.



 Minha Aldeia
Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mumdo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia

com várias inclinações.
Ângulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.

Valências de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.


António Gedeão, in Teatro do Mundo, 1958

sexta-feira, fevereiro 24, 2012

TAVIRA - Um discurso museológico sobre os objectos arqueológicos



Abertas hoje ao Mundo, finalmente, as portas de um novo Museu, que era suposto ser diferente mesmo de quase todos os outros, e que afinal, quem o visita fica sem conhecer a história principal do seu nascimento e o sentido que faz como um vector de consolidação entre gerações e espaços territoriais milenares e multiculturais.
Numa espécie de milagre levitacional foram transpostas para várias quotas de nível superiores, uma parte do muito daquilo que anos atrás jazia prensado no subsolo daquele edifício e em parte dos conglomerados que no seu tardoz se estratificavam até ao nível da Travessa da Fonte. Mas não aconteceu nenhum milagre, este Museu, custou lágrimas suor e trabalho a muita gente e do ponto de vista mesquinho dos trocos, sem os mais mal pagos, ou até os voluntários, não haveria ali nada para expor.
Percebe-se até mal, a elevada sede de protagonismo mural, pois o edifício já lá estava, e qualquer equipa de construtores de recheios faria sempre diferente, mas similar, e não teriam tido trabalho se a arqueologia não determinasse a oportunidade para dotar Tavira com um Museu que qualquer Cidade Europeia gostaria de acolher, mesmo nestes tempos confusos em que a cultura como sede de conhecimento e de investimento vê serem incompreensívelmente reduzidos os seus recursos financeiros.
Para que naquele paralelipípedo imaginário fosse possível criar um ambiente onde pudessem ser expostas estas colecções, muitas decisões de enorme importância foram tomadas. Talvez não importe muito valorizar os acontecimentos ocorridos entre o início do Século XX e a década de 80, mas nada do que ali se quer transmitir terá sentido sem que se explique com detalhe como é que a Arqueologia proporcionou este resultado. É necessário repensar a exposição, para que não só se possa compreender como se avaliaram realmente todas as antigas construções e desconstruções habitacionais, se estabeleceu a identidade de cada pedaço de cerâmica com os contextos populacionais vigentes até à selagem com betão dos pavimentos onde assentam os pilares que sustentam aquele edifício, mas também ter em conta a sua actualização.
É inaceitável a ideia de que um qualquer Museu, é “uma sala de visitas da Cidade”, pois essa é o Salão Nobre da Câmara Municipal, já o seu objecto é ajudar a criar a necessidade de cultura, sendo certo também que uma exposição de arqueologia não é apenas uma mostra de obras de arte, mas não é certamente um depósito de objectos do quotidiano de uma dada cultura, que surgiram a pouco e pouco do nada, porque quem foi escavando e intrepretando o espaço envolvente o proporcionou, e por isso, o discurso museológico sobre os objectos arqueológicos ficou refém de uma concepção unilateral, que não está ajustada ao papel da Cidade Cultural Moderna.
Quando, o que será cada vez mais raro em Portugal, se pode dispôr de uma oportunidade para musealizar um espaço de forma condicionada, nunca é fácil resolver o conflito de ter se eleger uma esposição em detrimento de outra, e por isso neste Museu o Islamismo “expulsou” o Turdetanismo. Mas o que a história não conseguirá apagar, é que no subsolo do edifício do Núcleo Islâmico do Museu Municipal de Tavira, cuja função anterior à de Museu foi a de uma Delegação do ex-BNU (Banco Nacional Ultramarino) situou-se um cais da enseada urbana do Rio hoje chamado de Gilão, e na sua beira acostavam barcos de pesca que descarregavam especialmente estrujão, e a dois passos, situava-se um complexo industrial e comercial que transformava o pescado e o embalava para exportação em ânforas de cerâmica, produzidas no mesmo local.





Os pesos da rede turdetana, in sitú

Durante as escavações no “BNU”, encontraram-se entre os restos osteológicos dos esturjões e centenas de fragmentos cerâmicos, uma rede de pesca Turdetana, bem como os respectivos pesos de rede em barro cozido, a dez metros de distância de um forno onde eram cozidas as ânforas, e não fora a incúria da CMT em cobrir o edifício a tempo e horas, ter-se-ia completada a descoberta do resto da estrutura industrial, que ficou destruída por um desabamento de terras ocasionado pelas chuvas do Inverno de 2003.  



Os Arqueólogos, que mais não são do que entidades geradoras de desenvolvimento, e para quem a musealização de relatos e sinais de acontecimentos é sempre necessáriamente uma obra incompleta, irão decerto continuar a trabalhar nos espaços que a malha urbana permitir, entre o Rio e o Cêrro de Santa Maria, e por isso um Museu Arqueológico pujante, com a acrescida responsabilidade de um “Museu de Sítio”, deve estar sempre apto para “crescer”, pois ele, como entidade aglutinadora, viverá também dos contributos dos trabalhos arqueológicos do futuro.
Seja como seja, ou como venha a ser, foi muito bom poder viver para ter também escavado nas fundações deste Museu, para agora preencher e datar estas simples linhas de pensamento, e cumprir a promessa de publicar algumas imagens que justificam o meu desencanto face ao resultado expositivo final.


Poema das coisas belas

As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivo serão belas?
E belas, para quê?

Põe-se o Sol porque o seu movimento é relativo.
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas porque será belo o pôr do Sol?
E belo, para quê?

Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando coisas percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?

Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?


António Gedeão, in Poemas Póstumos, 1983

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

A intimidade com as objectivas


Em muitos pontos das cotas mais elevadas das margens do Rio, afloram centenas de milhar de "seixos rolados" que constituem os chamados terraços criados no final da última Glaciação e quando o caudal de água do Guadiana se conformou às cotas dos últimos Milénios. Entre estes seixos, não encontrei nenhum que testemunhasse a presença humana paleolítica,...Bem procurei, mas apenas vi por ali bolotas!

Nas vésperas de Sexta e de Sábado, A intimidade com as objectivas


Entre o prazer da imaginação dos apetites e a satisfação acertiva nas palavras, infiltram-se pensamentos transparentes que condicionam os movimentos involuntários do indicador esquerdo, quando este procura afagar as folhas tenras e verdes de uma azinheira terçã escondida na margem do Rio.

quarta-feira, fevereiro 22, 2012

A intimidade com as objectivas



Por muito que se esforce, o brilho do azul há-de sempre viver da generosidade dos ventos que levam as nuvem e destapam a côr do firmamento, e o verde há-de sempre imperar, mesmo que, como é o caso a minha condescendência o limita, apenas por razões estéticas! 

Dobrar as saudades ao meio e jogar com elas ao gamão, com os dedos da mão direita, até todas as pedras se esconderem na única casa incolor.

Temos mesmo saudades da “Cidade das rosas” de há quarenta anos atrás,
temos saudades das manhãs frias de outono,
em que ao chegar lá depois de umas dezenas de kilómetros de carro,
e mais umas centenas de metros de caminho a pé,
levantavam à nossa frente bandos de perdizes e de abetardas,
os coelhos e as lebres corriam a refugiarem-se nas tocas junto ao barranco,
e depois,
entre as sombras das Romanas e dos Romanos,
ficava o silêncio da música dos campos serenos,
onde era possível, a céu aberto, trocar beijos na boca,
longe dos olhares reprovativos das “bruxas” da Aldeia.
E, quando voltàvamos com os “cacos”,
dizia-se que tínhamos ido “às pedras”!




Em 1988, ainda era assim, um campo lavrado cheio de "cacos",
em que numa pequena área a maioria deles,
“reclamava” por ser salvo das grades de disco,
e a informação que continham exigia isso mesmo.

 

Mas, estas “saudades” não se matam,
não porque apenas quase não há "cacos saudáveis”,
mas pela mesma razão de que,
não se matam saudades dos pirolitos
através de uma velha garrafa original
comprada numa casa de velharias.

Assinalado um fragmento de lucerna à flôr do campo em 2012
 
Pode-se revisitar o Coliseu, e encontrar um exposição,
sobre Gladiadores com o patrocínio da Nike,
e absorver um novo enredo para os seus corredores exteriores,
criando novas “saudades” daquele monumento,
podemos até ir a um Museu “matar saudades” de uma pintura de Amadeo,
mas não é possível recriar as emoções do primeiro beijo,
ou da primeira ponta de seta em xisto descoberta em S.Brás,
à superfície do esporão onde ali se “situa” o povoado do calcolítico.

Poderemos(?) ir revisitar à beira do Ardila a Quinta da Esperança,
e até quem sabe voltar a encontrar no meio dos torrões,

uma enxó em anfibolite,
mas não é possível “matar saudades” do ambiente,
de acolhimento à lareira dos seus antigos Caseiros,
aos quais pelo Natal levávamos um Bolo Rei já frio,
depois de mais de uma hora de percurso a pé,
através de um antigo caminho escorregadio e lamacento.


Apesar de tudo, as saudades podem mesmo ser “mortas”, ou “apagadas”,
e o objecto do nosso desejo ser melhor passar para a “gaveta” dos "esquecidos"
a tomar forma de algo que nos possa criar uma certa repulsa,
e com isso perturbar a beleza de muitos dos nossos sonhos.
Não que o mesmo objecto não possa despertar saudades a outras pessoas,
que não o conheceram no mesmo estádio que nós,

e que talvez possam ir resolvendo com agrado as suas próprias saudades.
Se na ilusão de recordar os sabores,

dos “BIFES” da Portugália  e dos “CACHORROS” da Ribadouro,
se voltarmos lá com esse propósito,
a memória encarregar-se-ia de matar a saudade dos longínquos paladares,
ao mesmo tempo que dezenas de outras pessoas estarão a provar os novos sabores,
com as características da actualidade.
 
E o mesmo, podemos dizer da natureza, e dos campos que conhecemos,
como é o caso dos horizontes de Baleizão,
em que as alterações nas culturas, “vítimas” das modas e escravas dos subsídios,
transformaram a paleta de cores daquela vastíssima manta de retalhos.


Comparar imagens analógicas de 1988 e digitais de 2012,
presumídamente na abertura dos mesmos horizontes,
não era tarefa fácil, e podia ferir algumas sensibilidades,
mas, era aqui e agora obrigatório, e por isso a opção é uma comparação sugestiva mais alargada, recorrendo à magia do Earth.

O “tempo”, a tal entidade imaterial, está cada vez mais exigente,
e estão a fugir-nos alguns segundos em cada minuto que passa.
Não sabemos se voltaremos à “Cidade das rosas”,
e por isso, não fazemos promessas de vir aqui “matar saudades”,
das Saudades que teremos sempre dos seus torrões.

Mas, voltaremos mais vezes para falar dos “cacos”.




A intimidade com as objectivas

terça-feira, fevereiro 21, 2012

http://www.youtube.com/watch?v=PT81mNjrA7M&feature=related

A intimidade com as objectivas


Das criativas construções erráticas das marés, até uma auto-composição de recolhas matinais, vai apenas a distância entre a palavra lua e um olhar sonolento.

Paredes de Lisboa































































segunda-feira, fevereiro 20, 2012

A intimidade com as objectivas


A folha da flôr do sal!


Uma das blagues dos anos 50, era a pergunta sobre quem tinha descoberto o Brasil.
A resposta era de imediato “desmentida”, pois “tinham sido” três os descobridores, o Pedro, o Álvares e o Cabral.
E para provar essa “verdade”, convidavam-se os incrédulos a constatar que na respectiva estátua comemorativa, lá estavam os três navegadores representados!

domingo, fevereiro 19, 2012

A fotografia nos percursos de outono



A côr, assume uma função descritiva quando se praticam Exercícios de pintura sobre as fotografias do outono, mas a escolha da imagem mais chocante ou da mais pura, felizmente nunca será minha.

O Jardim da minha faculdade (III)


Para além do texto constante da primeira entrada, não encontrei na Loja do Museu uma publicação generalista sobre o Jardim, mas sim dois livros temáticos, um deles sobre as Palmeiras, que são as árvores reinantes naquele espaço.


De facto, há palmeiras por todos os lados e provindas de todos os cantos do Mundo, mas regressei da minha visita ao Jardim com uma enorme preocupação pela sua sobrevivência e pelas consequências dramáticas que o seu desaparecimento pode vir a trazer para o equilíbrio daquela paisagem. Não muito longe dali, no Jardim do Príncipe Real, já esta morta uma centenária palmeira, atingida por um escaravelho proveniente do Norte de África e que invadiu a Península Ibérica a partir da importação maciça de palmeiras para decorar tudo o que são praças e largos “requalificados” e também casas e quintas particulares onde o dinheiro pode comprar o que “fica bem” e está na moda. No Algarve, as palmeiras centenárias estão a ser práticamente todas dizimadas, e não parece que até agora os nossos cientistas tenham descoberto um antídoto para travar o ataque dos escaravelhos que se multiplicam às centenas, e que além da destruição da árvore em si, acarretam uma enorme despeza com a necessidade do corte do tronco, que muitas vezes exige a utilização de maquinaria pesada.


O Jardim, lá está esperando por ser visitado, ou revisitado, bem assim como a estrutura Museológica no Edifício Central.


sábado, fevereiro 18, 2012

O Jardim da minha Faculdade (II)



O Jardim Botânico de Lisboa, está inserido num conjunto edificado de várias épocas, e consequentemente com várias arquitecturas, onde onde sobressaiem as figuras proeminentes do edifício Pombalino, e do Observatório Astronómico, e dispersos a eito alguns edifiícios e pavilhões que tiveram de ali nascer para dar suporte às suas progressivas, mas agora regressivas, actividades.
Do meu “Tempo” de estudante até hoje, muito, mas mesmo muito mudou.


Hoje, 
 


Já não há estudantes e professores Universitários de botânica, reluzentes nas suas batas brancas usando o jardim para as suas aulas práticas.
Já também não fervilha a permanente actividade Universitária e Científica em redor do Observatório Astronómico.
Já não há lisboetas a atravessar o jardim, encurtando o trajecto entre a Rua da Escola Politécnica e a Praça da Alegria, pois o portão Sul fechou.
Já não há militares do Serviço Cartográfico do Exército, a exercitarem máquinas fotográficas e de filmar, nem magalas atrás das sopeiras.
Já não há vendedeiras ambulantes, sempre atentas ao alcance da polícia, a vender bolinhos secos, barquilhos e chupa chupas.
Já não há jardineiros sisudos vestidos de uniforme em sarja e de boné, que para além da actividade jardineira também vigiavam os três portões e os namorados que usavam o ambiente romântico do jardim, que se tinham de comportar dentro dos parâmetros estabelecidos pelo “regime” para uso dos espaços públicos, senão logo era chamado o polícia de giro que também “cuidava” dos “bons costumes” naquele vasto espaço.
Já não se ouve a música da água a correr pelas levadas, e o grande lago está seco!



Mas, em compensação,  

Há só uma porta para entrada e saída dos visitantes.
Há carreirinhas de crianças das cresches a apanharem folhas e bagas para cestinhos que levam nas mãos.
Há ainda a funcionar, o pequeno observatório de metereorologia, cujas leituras alimentam os boletins da Cidade.
Há um polo Museológico centrado no antigo edifício principal da Faculdade, que já mostrei, e pode ser recordado através da etiqueta FCL.
Há visitantes adultos, mas são todos turistas estrangeiros.
Há “jardineiras” e “jardineiros”, que falam quase todos versões da língua Portuguesa com sotaque, e andam vestidos de igual com farfalhudas camisolas verdes a condizer com o ambiente do jardim.
Há esculturas modernas dispersas, mas bem integradas no ambiente do jardim.
Há um pavilhão com Borboletas, que fecha durante o período invernal de hibernação.
Há uma sala de teatro, no pavilhão onde funcionou a Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências de Lisboa.

Há um Quiosque Lisboeta, e um antigo marco de correio.
Há uma Loja de Museu no Edifício Principal, e logo, máquinas que disponibilizam sumos e cafés.
Há ainda, na Rua da Escola, os dois cafés centenários, a Alsaciana e a Cister, que substituram os longínquos estudantes ocupa mesas, por reformadas e reformados que para ali vão ler o jornal, ou dar dois dedos de conversa.
Há a vida e a cultura que Lisboa oferecem, e que os Portugueses não deviam desmerecer.


A intimidade com as objectivas



Está criado um sentimento ilusório de que é possível encontrar o ponto de fuga de todos estes elementos verticais; mas seria uma perda de tempo, pois a grande angular, ao aninhar tudo isto num pequeno rectângulo, distorceu as leis da geometria descritiva.

sexta-feira, fevereiro 17, 2012

O Jardim da minha Faculdade (I)



O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa é um jardim científico que foi projectado em meados do século XIX para complemento moderno e útil do ensino e investigação da botânica na Escola Politécnica.
O local escolhido, no Monte Olivete, tinha já mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado com o colégio jesuíta da Cotovia, aqui sedeado entre 1609 e 1759.
 Para a sua instalação foi elaborado um projecto de regulamento em 1843. No entanto, é só a partir de 1873, por iniciativa do Conde de Ficalho e de Andrade Corvo, professores na Escola Politécnica, que se inicia a plantação.
A enorme diversidade de plantas recolhidas pelos seus primeiros jardineiros, o alemão E. Goeze e o francês J. Daveau, provenientes dos quatro cantos do mundo em que havia territórios sob soberania portuguesa, patenteava a importância da potência colonial que Portugal então representava, mas que na Europa não passava de uma nação pequena e marginal. Edmund Goeze, o primeiro jardineiro-chefe, delineou a ”Classe” e Jules Daveau foi o responsável pelo ”Arboreto”.
A elevada qualidade do projecto, bem ajustado ao sítio e ao ameno clima de Lisboa, cedo foi comprovada. Mal acabadas de plantar, segundo o caprichoso desenho das veredas, canteiros e socalcos, interligados por lagos e cascatas, as jovens plantas rapidamente prosperavam, ocupando todo o espaço e deixando logo adivinhar como, com o tempo, a cidade viria a ganhar o seu mais aprazível espaço verde e o de maior interesse cénico e botânico. Em pleno coração de Lisboa e em forte contraste com o seu bulício, as cores e as sombras, os cheiros e os sons do Jardim da Politécnica dão recolhimento e deleite. E, tratando-se de um jardim botânico, outras funções desempenha o Jardim, que não apenas as de lazer e recreio passivo.
Em 1878 foi publicado o primeiro catálogo de sementes do Jardim. Após 1892, deve-se a Henri Cayeux o embelezamento do Jardim mediante a introdução e criação de plantas ornamentais.
A maior intervenção na área do Jardim ocorreu no final dos anos 30 e princípios dos anos 40 do séc. XX, por influência do então director Ruy Telles Palhinha: a primitiva ordenação sistemática do plano superior do Jardim foi substituída pelo agrupamento das espécies em conjuntos ecológicos.
As colecções sistemáticas servem vários ramos da investigação botânica, demonstram junto do público e das escolas a grande diversidade de formas vegetais e múltiplos processos ecológicos, ao mesmo tempo que representam um meio importante e efectivo na conservação de plantas ameaçadas de extinção.
Algumas colecções merecem menção especial. A notável diversidade de palmeiras, vindas de todos os continentes, confere inesperado cunho tropical a diversas localizações do Jardim. As cicadáceas são um dos ex-libris do Jardim. Autênticos fósseis vivos, representam floras antigas, que na maioria se extinguiram. Hoje, são todas de grande raridade, havendo certas espécies que só em jardins botânicos se conservam. O Jardim é particularmente rico em espécies tropicais originárias da Nova Zelândia, Austrália, China, Japão e América do Sul, o que atesta a amenidade do clima de Lisboa e as peculariedades dos microclimas criados neste Jardim.
Na esteira do que acontece na generalidade dos jardins botânicos, também este Jardim, em estreita colaboração com os restantes departamentos do Museu desenvolve, em permanência, activos programas de educação ambiental, para os diferentes níveis etários da população estudantil e oferece visitas temáticas guiadas.
A 4 de Novembro de 2010 o Jardim Botânico foi classificado como monumento nacional.
( Fonte – Universidade de Lisboa, Museu Nacional da História Natural e da Ciência.)

A intimidade com as objectivas


Há momentos perfeitos, em que o caçador de planetas em lugar de ter visões, tem evasões e esperanças no seu triunfo sobre o improviso.

quarta-feira, fevereiro 15, 2012

A intimidade com as objectivas



Cores tardias iluminam poetas, e inspiram feiticeiros de imagens.

Expressionismo abstracto

terça-feira, fevereiro 14, 2012

A intimidade com as objectivas

Sociedade do conhecimento


Sociedade.
em que o conhecimento se adquiriu através dos saberes acumulados por pessoas e bases de dados analógicas, materiais ou digitais,
em que se ensinou a gostar de Michelangelo, de Picasso, de Renoir, de Columbano, de Amadeo ou de Vieira da Silva,
em que se ensinava mesmo, mas mesmo, a”gostar” de nabo cozido e de pescadinhas com o rabo na boca,
em que doutos Professores, ensinaram os segredos das Finanças Públicas!


Mas afinal, que conhecimento foi este que a Sociedade Portuguesa adquiriu, e acumulou,
mas com o qual quem “manda” não sabe mesmo fazer o diagnóstico da crise?
Sim, porque ao contrário do que para aí dizem, é mesmo de diagnóstico que carecemos.
E encontrado quem seja capaz de mostrar o diagnóstico da situação geo-política, já agora primeiro do País, e a seguir da Europa, abrem-se duas hipóteses:
Há tratamento, e vamos a ele;
Não há tratamento, e então coragem, diga-se às pessoas que não há solução para o crescimento económico e para a erradicação do desemprego, 
e logo despertará a procura de quem não saiba, apenas, fingir que sabe mentir!

Então, talvez as côres de Portugal não se continuem a descolorir em tudo o que é suporte de cidadania!