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quarta-feira, outubro 15, 2014

Pablo e Nós







Ninguém ficou alguma vez indiferente e Picasso, mesmo em registo perjurativo, e a influência da sua obra na cultura Ocidental será “eterna” enquanto nenhuma ditadura de valores se apoderar da Humanidade, e quando Siza Vieira acaba de ver concluído um notável projecto arquitectónico da China, interrogamo-nos sobre como seria o Mundo se Picasso ainda vivesse e as suas obras não fizessem parte das colecções africanas e orientais apenas por razões de poder financeiro. Picasso trabalhou até morrer, os grandes criadores são assim, e posso falar disso com a maior segurança pois vivo com uma criadora que trabalhará até ao fim da sua vida real. Tudo isto, a propósito dos Nossos vários “encontros” (da Maria e eu) com Picasso, que sempre decorreram das circunstâncias que fizeram com que, por exemplo, dois projectos específicos de viagem a diferentes Cidades Italianas se cruzassem com importantes exposições individuais do Pintor Espanhol, as quais ao sabermos da coincidência se converteram não apenas numa prioridade factual mas também numa reserva intemporal para condicionar o olhar de forma a esquecer eventuais visões impressas e receber a visão real da profundidade dos traços e das cores nas obras à nossa frente.
 


Vamos pois hoje voltar ao Palácio Strozi, onde nos cruzámos pela única vez em 1993 com Kandinski, e reencontrar agora Picasso, e tentaremos dar corpo de letra ao resultado das emoções, e a Maria vai trazer consigo novas forças para a sua actividade criadora, renovando quem sabe alguns dos seus registos.

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