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quarta-feira, agosto 31, 2011

A propósito do Alqueva

Nos palcos onde se exibem a toda a hora as dificuldades financeiras do País, para que a esmagadora maioria dos Portugueses vão comendo e calando as restrições aos seus direitos, enquanto os detentores do Poder Político/Económico vão engordando patrimónios, mordomias e contas bancárias, não se dá eco dos resultados das decisões outrora bem tomadas que geraram, geram e vão gerar e potenciar riqueza para o nosso Colectivo. Inclui-se neste grupo de projectos e investimentos, a Barragem do Alqueva, empreendimento de que o actual Presidente Cavaco foi um dos maiores detractores, cuja dimensão de impacto na vida real do País ainda está inteiramente por balancear, mas de que directamente dezenas de milhar de pessoas já beneficiam, e indirectamente milhões vão poder fruir os seus resultados. Haverá no entanto resultantes que não estão palpáveis no imediato, mas que a memória colectiva e a identidade cultural de um Povo deve poder procurar apreender, como é o caso da profunda e valiosa informação contida nas mais de quatrocentas páginas desta publicação da EDIA.


Como diria o último Presidente da República digno desse posto que Portugal mereceu ter, “ há mais vida para além do défice”, e perceber o que aconteceu na parte do Alentejo que sofreu, ou vai beneficiar do impacto da construção no Guadiana de uma gigantesca parede de betão que lhe alargou as margens numa enorme extensão, engolindo uma Aldeia inteira, deslocando milhares de habitantes das suas margens e “selando” montes e vales onde durante tantos milénios houve pujante vida humana criadora, é algo que este livro pode ajudar mesmo a compreender, desvendando o património que muito poucas pessoas podiam, sequer, ter sonhado existir, e que algum do qual lá ficará para sempre no fundo do maior lago artificial da Europa, pois não sabe nadar. 

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