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domingo, agosto 28, 2011

Muitas perguntas sem resposta.Até quando?

Está ao alcance de qualquer de nós contar a história pessoal e funcional dos objectos mais importantes do nosso percurso quotidiano, a sua origem, e as condições da sua aquisição, e explicar as utilizações que lhes foram dadas, e mesmo encontrar na “rede” informação detalhada em várias línguas e por diversos autores sobre a sua esmagadora maioria Quando avaliei a tentação de contar aqui alguns aspectos da história de uma determinada cultura material, sabendo que os materiais só por si não comprovam nenhuma teoria de enquadramento sócio-económico, assumi ir cair numa “rede” sem rede, mas que valia a pena para provocar raciocínios à volta de muitas perguntas sem resposta.


Maquete do Povoado Fortificado do Zambujal, Torres Vedras – Foto MNA Exposição Campaniforme


Atribuir aos Habitantes do Neolítico Final e do Calcolítico, uma quota cimeira na arte primitiva não é inteiramente justo. Sempre houve criadores do Belo, a intuição criadora está no ADN humano desde que a espécie se tornou no Homem Sapiens, e os murais paleolíticos são o melhor dos suportes onde hoje podemos apreciar o instituto das transposições planas dos movimentos dos animais que povoavam então os Territórios e que alimentavam, vestiam e armavam o Homem primitivo.



Mas, as cerâmicas do Campaniforme são mesmo verdadeiras obras primas, a que quero continuar a dar relevo. Para se poder compreender bem como chegámos aqui, é preciso acariciar as teorias difusionistas sem nos comprometer-mos ainda com nenhuma e ir descodificando a “linguagem” dos sinais que cada caco conserva, em conjunto com as evidências quanticas dos seus respectivos contextos, sendo certo que um Século, aquilo que parece uma pequena margem de erro nas datações por C14, é uma eternidade ao tentar-mo-nos colocar cinco milénios atrás. Até agora, parecem existir apenas duas linhas em confronto, uma no Baixo Reno com datações entre 4100 -4000 BP e outra no Estuário do Tejo cerca de 4000 BP; o futuro e os aperfeiçoamentos tecnológico e arqueológico terão quiçá a sua palavra final. 



O perfil em S dos Vasos "Marítimos", tomado como padrão difusor, aceita envolver-se carinhosamente com qualquer das mãos assente no colo exterior, e estimula a ideia de, no dia a dia, poderem ter servido para participar em rituais nos quais a bebida tinha um importante relevo.



                       Copos Canelados - Campaniforme de Vila Nova de S. Pedro - MNA


Mas o que pensar então sobre sua a relação de funcionalidade com os chamados “copos canelados”, na imagem acima, que tendo também a superfície exterior “cordada”, conviveram com os vasos Marítimos? Muitas perguntas sem respostas, e muitas imagens do resultado das criações do Belo no primitivo Território Portugal!
Também é desnecessário colocar bandeirinhas com a actual bandeira Portuguesa nestas obras primas, pois só papagaios idiotas que andaram por outras paragens a fazer de conta, não conhecem o País e tudo aquilo que o faz distinguir do resto do Mundo. 



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