A 11 de Novembro, celebra-se a data do Armistício da Primeira Guerra Mundial ocorrido em 1920. Guerra, onde aliás participou como Oficial o meu Avô AS, e que teve de ser repatriado de França, depois de ter ficado ferido em combate. Cada ano que passava, eram menos os sobreviventes da guerra que em Portugal estavam presentes nas cerimónias, e chegou o dia em que apenas as autoridades oficiais impulsionadas pelos Militares, e alguns familiares de alguns antigos combatentes participam nas homenagens, que decorrem habitualmente junto aos diversos monumentos comemorativos, e também junto aos túmulos dos Soldados Desconhecidos, em França debaixo do Arco do Triunfo em Paris, e em Portugal numa capela do Mosteiro da Batalha. As homenagens em Portugal decorriam em Lisboa, sempre junto ao monumento comemorativo da Grande Guerra, mas não era uma cerimónia à qual o meu Avô alguma vez me tenha levado a assistir, e por isso não sei qual era o seu grau de comoção durante essas presenças habituais, o que sei é que sempre se emocionava com lágrimas nos olhos quando ouvia os acordes do hino nacional, fosse qual fosse a circunstância em que isso acontecesse. Como em outros aspectos do distanciamento do Governo pela vida cívica, que procura contaminar os Portugueses, hoje mesmo pela manhã, sem cerimónias públicas já estavam na base do monumento três coroas de flores alusivas ao dia de hoje.
Para os Ingleses, a vitória nas duas Guerras na Europa continua a ter uma importância enorme pela sua envolvência nos sacrifícios que suportaram e na sua participação decisiva para os resultados finais. Os dias que antecedem o 11 de Novembro são para os Ingleses dias de culto memorial, e toda a gente anda com uma flor vermelha, do mesmo tipo, nas lapelas, até mesmo a Família Real, os Políticos, Apresentadores de TV e Desportistas, o que confere uma enorme visibilidade ao acontecimento. Por todo o lado, também coroas dessas pequenas flores de papel, semelhantes a papoilas, são colocadas em homenagem aos que morreram no conflito.
Em Londres, o túmulo do soldado desconhecido está na Abadia de Westminster, e nos espaços verdes exteriores junto à sua entrada é realizada uma cerimónia em que participam muitos descendentes de soldados cujos corpos nunca regressaram à Ilha, recriando-se por um momento nesse espaço um pequeno cemitério virtual devidamente organizado em que são colocadas pequenas cruzes de madeira com mensagens simples escritas pelos familiares, conhecido como “Campo da Memória”.
Nunca estive em Londres nessa data, e portanto não pude assistir a essa cerimónia, mas numa das poucas vezes que lá fomos tivemos, por acaso, a oportunidade de perceber que havia pouco dias tinha decorrido por ali uma cerimónia muito especial, e pude fotografar alguns dos sinais que ainda o demonstravam.
Estas cerimónias, envolvem a participação de outros Países aliados que junto aos monumentos alusivos à Guerra deixam a sua sigificativa e personalisada homenagem.
Independentemente das consequências de uma guerra para o tecido social de um País, como aconteceu em Portugal com as cicratizes da Guerra Colonial, a ocupação do território e a sua violação em todos os planos, deve ter sido dramático para muitos Europeus, mas sabemos hoje que também foi uma oportunidade de desenvolvimento das capacidades de luta para sobreviver e a seguir reconstruir as sociedades e as economias, estímulos que na sua vertente positiva, infelizmente, os Portugueses não viveram, e ainda hoje em minha opinião, sofrem com isso.
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