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terça-feira, julho 12, 2011

A Europa para onde vai?

Decidi intitular como Europa uma reflexão que respeita sim ao Continente Europeu.Deixei de perder tempo com a desinformação televisiva Portuguesa, mas achei importante ouvir uma entrevista com o Presidente da CE. Foi tempo completamente perdido. A vulgaridade das respostas com frases feitas, chocavam com as preguntas da jornalista que tiveram mais substância do que as respostas de um tipo que preside a uma “união” entre alguns dos mais antigos Estados do Mundo. O ex marxista leninista da tanga, apresentou-nos um festival de teatro com tiques, pausas, terjeitos e outras artimanhas, cozinhadas e combinadas clara e antecipadamente com a entrevistadora. Esta, levava um mandato claro, arrasar o anterior Governo e promover o actual, sem um grama de pudor. O Zé, velho actor e modelo fotográfico da Guerra do Iraque, a tudo respondeu da mesma forma, deixando a jornalista escapar mesmo sem contraditório, umas mentirolas piedosas sobre a actuação da comissão no ataque à crise financeira de 2008. A dada altura da entrevista, sem que a entrevistadora tivesse estrutura mental para exigir a clarificação das questões, Durão Barroso atingiu o climax da contradição ao afirmar a disposição de subir a comparticipação da União em alguns projectos dos Estados membros de 85% para uns aparentes 95%, e sem que na sua opinião o investimento público tenha impacto no crescimento económico. Este ponto do crescimento ou da sua ausência, para justificar o emprego ou o desemprego, é uma das maiores fragilidades da doutrina neoliberal Europeia, pois é indesmentível que no período em que a economia Espanhola atingiu as maiores taxa de crescimento o desemprego rondava os 20%. A receita é simples para os neoliberais – mais desregulação dos mercados financeiro e de trabalho, mais comércio livre, mais privatizações, atrairão “investimento” estrangeiro (?) para a produção de bens transacionáveis, o que fará crescer o PIB e criará emprego, tudo num cenário macroeconómico desmentido pela experimentação do laboratório Grego, em que, como são ignorantes em relação à microeconomia nunca dizem quais são os sectores de actividade que irão produzir essa riqueza. O estranho dessa magia, é alguém acreditar que os “mercados” a encherem os bolsos com as actuais pressões espectulativas sobre as dívidas soberanas, as bolsas de valores e das matérias primas, trocassem esses “investimentos” por capital de risco na criação de novos empregos. Vamos assistir nos próximos tempos tempos a uma luta desesperada da Direita Europeia contra o tempo, face ao “perigo” da previsível mudança de protagonistas políticos na Alemanha, na Itália e quem sabe em França, e a forma como Portugal vai ser “intervencionado” pela UE depende da evolução do quadro político Europeu, o que é um factor de enorme preocupação.

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