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terça-feira, julho 26, 2011

A intimidade com a Arqueologia

Faz quase meio século que o meu Amigo AMS me despertou para, os sonhos ou a utopia, da salvaguarda da parte do nosso Património que foi ficando soterrado pelas alterações que os Povos e a natureza foram provocando, principlamente nos territórios da Margem Esquerda do Rio Guadiana. Das caminhadas que fizemos juntos, à chuva e ao sol, por montes e vales, saltando muros para fugir de vacas bravas em Stº Aleixo da Restauração até ao Castelo das Guerras e outras aventuras, não tenho para mostrar a quantidade e a qualidade das imagens que gostaria, mas sempre vou poder ir partilhando e legendando muitas ilustrações. Nesse tempo, a Museologia não tinha a expressão que tem hoje, em dois sentidos embora para mim contraditórios; os Museus eram poucos e a exposição era abundante mas pouco amigável, agora há Museus por todo o lado, técnicamente perfeitos, que não mostram quase nada, do que há, devia e podia ser exposto. É verdade que do ponto de vista da substância do conhecimento científico abundam hoje vários suportes que permitem aceder ao conhecimento das descobertas dos últimos vinte anos, em particular na Arqueologia, depois das grandes Obras Públicas terem sido legalmente obrigadas a efectuar estudos de impacte, emergindo naturalmente as publicações sobre o território abrangido pelas albufeiras do Alqueva e de Foz Côa.

Há cerca de dois meses, quando manifestei a minha indisposição pela demora na conclusão do novo Museu de Tavira, estava longe de poder adivinhar a gravidade do estado de saúde da Arqueóloga Maria Maia, que há-de ter uma comovida homenagem no dia da sua abertura, espaço museológico construído neste mesmo local, agora irreconhecível, e onde em 2003 escavámos juntos, enfrentando os riscos de um possível desabamento de terras. 
Guardo em sua memória, para o dia da abertura do Museu que merece chamar-se de Maria Maia, a publicação da imagem do mais importante achado daquela campanha, que não tem paralelo em todo o Mundo.

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