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quinta-feira, maio 28, 2015

Castro Verde, Museu da Lucerna

Há convites irrecusáveis.







Um fim de tarde no interior do Alentejo doirado.
Um fim de tarde com a escrita do Sudoeste...
Um fim de tarde com música ao vivo, cantada e tocada por alunos do Conservatório Regional do Baixo Alentejo.
Um fim de tarde com as Lucernas, a Música e Roma.

Um fim de tarde com alguns, poucos, Amigos.
Um fim de tarde com o sol a desaparecer no pequeno rectrovisor lateral.










A exposição com o tema «Roma, a Música e as Lucernas» surge no contexto do reconhecimento do Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade, parte integrante da cultura de uma região, da identidade de um povo com um valor cultural a preservar. O Museu da Lucerna vem desta forma homenagear esta conquista dos Alentejanos, e de todos os Portugueses, com uma exposição dedicada à música, valorizando a sua importância na Antiguidade Romana.
Nas fontes clássicas são comuns as narrativas que nos remetem para a presença constante da música em diversos ambientes da vida pública e privada dos Romanos, como nos banquetes, nas festas solenes e cerimónias imperiais, nos espetáculos teatrais, nas corridas de circo, nas lutas de gladiadores, nos rituais religiosos, nos funerais e até no exército e no campo de batalha.
Também na mitologia encontramos várias personagens ligadas a esta temática, como Mercúrio e Apolo, com a invenção da Lira, e a deusa Isis, tocando o seu Sistro para afastar o mal.
O Instrumentarium Romano, de herança grega e etrusca, é muito rico e diversificado. No entanto, os vestígios materiais que chegam até nós são escassos, não se conhecendo, de todo, a composição da música romana. Dentro dos instrumentos de percussão, assinalamos o Címbalo, o Chocalho, o Sistro, os Sinos, os Tímpanos e os Tambores. Nos instrumentos de sopro, destacam-se a Bucina, a Tuba, o Aulos e o Hidraulos e, por fim, nos instrumentos de cordas, a Lira.
O conhecimento que hoje temos destes instrumentos, referidos nas fontes e na mitologia, deve-se em grande parte ao testemunho das representações iconográficas que retratam alguns instrumentos musicais romanos. Surgem representados em lucernas, mosaicos, cerâmica, objetos de bronze, moedas, medalhões, jóias, frescos e esculturas.
Na vasta coleção do Museu da Lucerna, contamos com dois exemplares que representam instrumentos musicais na sua iconografia: uma lucerna, em cujo disco figura um Pan a tocar um aulos (flauta dupla), e uma lucerna onde figuram máscaras teatrais, sob uma das quais se percebe um hidraulos (espécie de órgão que funcionava por pressão da água).
Apresentamos ainda uma lucerna cedida pelo Museu D. Diogo de Sousa, de Braga, onde estão representadas duas figuras humanas numa cena erótica, em que uma toca um hidraulos e a outra parece estar a tocar um instrumento de sopro, interpretado como uma gaita-de-foles.
O canto também era uma expressão musical muito apreciada pelos Romanos nos espetáculos lúdicos e nos rituais de iniciação e purificação. Associado a esta temática, o Museu apresenta exemplares de lucernas com a iconografia alusiva às Sereias, monstros meio mulheres, meio aves de rapina, que possuíam uma voz tão melodiosa que atraía irresistivelmente os marinheiros.
Na exposição podemos ainda apreciar a imagem do mosaico das nove musas, de Torre de Palma, simbolizando a superioridade das artes em detrimento da vida mundana, nas quais se inclui a música e o canto.



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 






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