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sábado, novembro 29, 2014

EVERYTHING MIGHT BE DIFFERENT


 

Um novo Museo de Arte Contemporânea não é necessariamente um “museu novo”, embora um espaço museológico acabado de inaugurar traga consigo as tecnologias mais actuais que enriquecem as propostas ou as “provocações” mas que infelizmente para a Cultura não têm peso mais atractivo do que o sortilégio de uma tal dita playstation, porque é cada dia mais difícil fazer entender que uma “máquina” de jogos não é mais do que um jogo de ilusões incapaz de atravessar um espelho nem ajudar num esboço das dificuldades com que a vida tem invadido as consciências e vem renovando as escolas de pensamento. As várias correntes da arte dita “moderna” expressam-se públicamente se esse for o critério dos comissários responsáveis pelos conteúdos das exposições temporárias ou permanentes, e que nos dois casos que acabamos de apreciar se distanciam como o lagarto da águia. Como nenhum de nós dois gosta de “instalações” desinstaladas, estas ficam e deixam-se para trás, a não ser que a imaginação criadora tenha por instinto reservado um espaço neuronial que mais tarde se há-de revelar de uma forma imperceptivel.







Um Museo Novo, ou quiçá um espaço de mostra da arte contemporânea, que não tem que ser necessariamente “moderna”, também podem ser qualquer deles até o pretexto para explorar o instinto das auto-imagens, renovar a imagem do perfil de um casal de idosos contemporâneos de muitas escolas artísticas, situando-as no espaço e datando-as.






Na Madre (Napolitano) num edifício/palazzo onde o branco pontua em todas as divisões, a claridade natural detalha a obra exposta nos andares superiores, havia agora de tudo, desde “algum mau gosto” (no meu conceito claro…) até expressões plásticas de bem apreciáveis vanguardas e invejáveis até para quem gosta de criar, com a fotografia actualmente na crista da onda, numa estranha relação com uma Cidade em que no meu entender não há de facto desordem.
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 

 
 
 
 

 
 
 
 

 
 
 
 
 

 
 
Em Napoli, encontra-se sim uma coerente e calma fusão entre os montes de lixo (quase que modernas “instalações” de rua), os edifícios de meados do século XX em ruína acelerada, os edifícios medievais apropriados pelo capital e bem conservados, e recentemente um significativo alargamento de rede de metropolitano cujas obras teimam em não acabar e nunca mais destapam alguns dos mais abertos planos da Cidade para que seja possível olhar a sua singularidade de todos os lados e a todas as horas, e possibilitar um juÍzo definitivo que confirme ou contrarie a ideia mais vulgar de que um porto mediterrâneo tão antigo e tão acessível a um vasto conjunto de povos de continentes fronteiros e próximos de influências desde há pelo menos cinco milénios, tinha de produzir um estado sociológico de miscenização cultural, em que a barafunda não é mais do que uma acessória consequência do comércio como ponto central da sua actividade.
 
 




Em Florença, num espaço acabado de ser inaugurado, a Exposição integrou-se de uma forma natural e harmoniosa com o Claustro e os interiores do velho Pallazo que acolheu o Complesso dello Spedale delle Leopoldine, com a frente iluminada pelo reflexo dos feixes de luz provindos da fachada branca reluzente da Igreja de Santa Maria Novella. Os Museus não se demonstram, visitam-se nem que seja tirando partido das possibilidades de o “fazer” hoje em dia, no diz-se virtualmente, para que as relações entre o olhar e obra se estabeleçam desprovidas de regras ou sugestões, e assim estas poucas imagens mais não fazem do que simbolizar a representação de uma assinatura no canto de uma tela.


 
 
 
 

 
 
 
 


 
 Para saber mais -
 
 Museo NoveCento (http://www.museonovecento.it/)
 
 
 
 

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