Até agora, os novos Poderes ainda não acharam necessário reinventar a “ Comissão de Censura” do Estado Novo, pois verdadeiramente deixaram de existir órgãos de informação realmente livres, porque independentes do poder político/económico, e as redações de “informação” estão pejadas de censores de nova geração. A minha lembrança, recorda bem a existência dos matutinos, Diário de Notícias alinhado com o Governo, do Século um pouco menos alinhado, e a Voz cujo título não enganava e era mesmo “His Master Voice”, e dos vespertinos Diário Popular e Diário de Lisboa tão independentes quanto possível, e da República, a verdadeira Pátria das colunas da oposição a todos os Poderes
até ser encerrada pelas armas e pelas mãos dos extremistas do Conselho da Revolução, acontecendo logo a seguir o mesmo ao O Século, ao mesmo tempo que os mesmos “libertadores” detentores do Poder dito revolucionário fizeram a apropriação do Diário de Notícias ( do Continente...), obrigando a que a Oposição Política de Esquerda lutasse para publicar A Luta e o Jornal Novo, sem laços de dependência de interesses económicos. Não foi um caminho fácil, e chegou mesmo o dia em que com o poderoso regresso da comunicação social do poder económico, dominador comum das agências de publicidade, levou à publicação deste último número de A Luta pois não havia fontes de financiamento publicitário que ajudassem o jornal a prosseguir o seu caminho.
Por enquanto, é difícil ainda descortinar em que auto-estradas, mesmo que todas portajadas, vai poder circular de novo uma informação livre.
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