Para fechar o Sábado 21, dia dos poemas, nada podia ter sido melhor do que pegar nuns minutos do “Tempo” e meditar a 3D sobre “sonhos perdidos”.
Mais uma vez me confrontei com os protagonistas do Belo na préhistória, e com a questão principal (já escrevi sobre isto), que é a infeliz impossibilidade de se estabelecerem relações entre as sucessivas gerações de criadores de arte plasmada nos mais diversos suportes. Fomos “ver” as imagens belíssimas de um documentário, que nos entrega para trazermos para casa, um vasto conjunto de mistérios sem solução. Na gruta do filme, não viveram seres humanos, estes só lá foram pintar e ditam algumas das datações por rádiocaborno que o fizeram com alguns milénios de intervalo; ora atendendo a que a Europa vivia os tempos finais da última glaciação, aquele/s artista/s só poderiam ter vivido noutros abrigos onde fosse possível resistir há 30 mil anos atrás ao frio brutal que assolou este Continente onde hoje estamos e que parece ter sido responsável pelo desaparecimento do homem de Neardenthal. Seria fantástico ser possível descobrir os locais onde aqueles seres humanos viveram, e ter uma outra visão da sua cultura material, mas nunca se estabelecerá a relação de DNA que eventualmente terá existido entre esses pintores de épocas tão distantes, nem que relações cromossomáticas tinham esses pintores que desenhavam no escuro, de memória e de um só traço, com Michelangelo! Como entretenimento, o filme e o seu enquadramento 3D, valem mesmo a pena, e como “ensinamento” trouxe comigo um conceito expresso por Jean Clottes, uma pessoa agradabilíssima, especialista de arte no paleolítico, que tive a ventura de conhecer num Congreso de Arqueologia realizada em Faro, de que o Homo sapiens, afinal era acima de tudo um Homo sensibilis!
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