Num dia sufocante, de intenssíssimo calor,
encontrei, ao regressar da escola,
um passarinho quase sem vida, caído na rua.
Levantei-o do chão perante olhares indiferentes,
aninhei-o nas mãos em concha,
e trouxe-o para casa.
Meti-lhe, pela goela, gotas de água com a pipeta de um frasco de remédio,
dirigi-lhe palavras carinhosas que ele pareceu entender,
e mal o achei melhor abri-lhe as mãos e, dei-lhe a liberdade.
Todos me cumprimentaram pelo bondoso coração que assim revelei.
Todos cumprimentaram minha mãe pela boa educação que me soubera dar,
Todas as visitas me deram palmadinhas no rosto,
e fui apontado aos meninos maus das visitas,
como um exemplo edificante que todos deveriam seguir.
Eu sorria-me porque me lembrava de ter ouvido contar
que um tio-avô materno, que não cheguei a conhecer,
também um dia encontrara um passarinho caído na rua
e fizera o mesmo que eu fiz.
Poema do tio-avô materno, António Gedeão
encontrei, ao regressar da escola,
um passarinho quase sem vida, caído na rua.
Levantei-o do chão perante olhares indiferentes,
aninhei-o nas mãos em concha,
e trouxe-o para casa.
Meti-lhe, pela goela, gotas de água com a pipeta de um frasco de remédio,
dirigi-lhe palavras carinhosas que ele pareceu entender,
e mal o achei melhor abri-lhe as mãos e, dei-lhe a liberdade.
Todos me cumprimentaram pelo bondoso coração que assim revelei.
Todos cumprimentaram minha mãe pela boa educação que me soubera dar,
Todas as visitas me deram palmadinhas no rosto,
e fui apontado aos meninos maus das visitas,
como um exemplo edificante que todos deveriam seguir.
Eu sorria-me porque me lembrava de ter ouvido contar
que um tio-avô materno, que não cheguei a conhecer,
também um dia encontrara um passarinho caído na rua
e fizera o mesmo que eu fiz.
Poema do tio-avô materno, António Gedeão
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