O GiSERGIO, são nove horas da manhã, e vem a todo o vapor a caminho de amarrar ao cais para que os seus tripulantes façam o balanço da madrugada e preparem o barco para outra saída à procura de outros polvos na teia de artes que voltaram a deixar no mar.
Entre, o balde para a companha e o tabuleiro para a Lota, lá meti o meu olho autoretratando-me num deles, e bem disponínel para dizer obrigado à simpatia daquela gente que fez questão em estender o maior dos cefalópodes, com quase quilo e meio, lamentando-se de que na luta travado com um safio este lhe tenha comido quase dois dos braços.
Enquanto isto, o Sr.Manuel que procurava por covos danificados a fim de ganhar alguns trocos para adicionar à sua miserável pensão de reforma, partiu sem ocupação, mas levou um safio saído da generosidade praticada entre as gentes do mar.
Este, é um daqueles barcos que as minhas objectivas já trincharam inúmeras vezes, ora balouçando pela borda da Ria Formosa, ora imóvel na doca seca durante as consultas de rotina ao saber do Calafate, acabando nesse “estado” por motivar também alguns dos meus “expressionismos abstractos”.
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