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sábado, março 03, 2012

O estado do Mar

Contam os pescadores mais velhos que no tempo em que não existia esferovite, a boia de execelência para deixar um simples marco com a ponta da teia de alcatruzes bem amarrada, era um pedaço de cortiça, épocas em que não era possível sequer imaginar um GPS, e em que não existiam as exigências e os controles das autoridades marítimas actuais.

Nesta minha vivência dos últimos anos com a beira do mar, e com o tipo de detritos plásticos que por lá encontro, fico com uma incontida avaliação sensorial que dá nota um pouco negativa, mas compreendida, a quem mais devia cuidar da pureza marítima que são todos aqueles a quem o mar dá sustento. Quando olho para a quantidade de esferovite e outros plásticos que rodeiam a pesca do polvo encontro o contraponto poluidor em muitos dos detritos que as marés deixam pelas praias, muitos deles decerto abandonados ou perdidos no mar pelas vicissitudes da própria actividade.


Já é porém inaceitável a poluição provocada pelos “pescadores” de praia, que deixam na areia caixas de cartolina e de plástico que abrigaram os iscos, pois quem as levou para a pesca também as devia ter trazido dentro do saco até aos contentores de lixo que “ainda” existem nas zonas balneares. Como sei que nenhum dos meus Amigos é capaz de deixar sequer um palito na praia, não pretendo “educar” mas apenas desabafar da agressão a que foi sujeita a minha objectiva.

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