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sábado, outubro 26, 2013

O melhor dos expressionistas





O expressionismo, no sentido literal do termo, talvez uma expressão figurativa em relação à realidade, sendo uma característica humana através da qual cada um, correndo mais ou menos riscos dá largas a sentimentos e dá forma ao modo como observa o que vê, usando as suas competências escreve, modela, pinta, etc, e portanto é ou foi um agente cumpridor da sua responsabilidade no retorno para com o Mundo que o rodeia.
 



Com excepção dos locais em que habitamos, as visitas aos Museu são sempre condicionadas pelo ajuste directo no melhor preço da relação entre o que se pode/quer ver e o tempo de que se dispõe, e por isso a complementaridade da legenda sobre a obra exposta é sempre a primeira aproximação à compreensão das obras de arte, complementada depois com a informação publicada  e acessível noutros suportes.  No estado actual das coisas, “a crise” está a deixar fora dos hábitos ancestrais na visita aos Museus, não só a compra do catálogo oficial, mas até também um simples postal relembrativo das obras que mais nos impressionaram, e portanto hoje muito menos se pode “preparar” uma visita com a leitura antecipada do tal catálogo que permitia absorver a totalidade dos factores que ajudam à compreensão integral do resultado da obra de arte, e talvez que por isso, o museoPICASSOmálaga distribui gratuitamente um pequeno desdobrável que procura descodificar a colecção através de dez obras.









Pode-se mesmo gostar ou não de Picasso, mas não é legítimo duvidar da sua genialidade, pois o seu percurso artístico é fácilmente escrutinável, e a sua “evolução” assenta sem discussão numa capacidade única para desde muito cedo retratar com a maior fidelidade algumas das pessoas do seu círculo familiar, e é lamentável o uso depreciativo do seu nome como adjectivo de mau gosto. Todos os grandes artistas de todas as grandes escolas que tiveram sucesso, eram excelentes desenhadores e retratistas, como é o caso de um máximo expoente Português recente como Paula Rego, e por isso em contrapartida abstenho-me por pudor de nomear a nossa moderna “artista do regime”, como exemplo contrastante de quem tem uma obra que se diz muito apreciada, e que espraiando-se apenas numa atitude de provocação sensorial, não tem para demonstrar capacidade automotora para riscar um simples retrato.

Voltando a Picasso, a sua obra brutal e vastíssima como talvez não tenha existido outra, que tem uma progressiva evolução de “expressão”, é no meu entender mais fácil de compreender apreciando-a através da observação de pequenos períodos temporais. Há já distantes anos tivemos a sorte única de visitar uma exposição sobre Picasso com três centenas de obras criadas entre 1917 e 1924, provenientes de colecções públicas e privadas das três partes do Mundo, através das quais se apreendia com clareza como a obra se foi “fazendo”. Como estávamos longe da actual crise económico/financeira, ainda pudemos agora ir revivê-la através do catálogo, e “reajustar” algumas das imagens mais recentes que trouxemos do museoPICASSOmálaga à grandeza da Obra e ao enquadramento de algumas delas nas suas companheiras contemporâneas, pois entender Picasso está sempre por concluir, mesmo que isso possa constituir um objectivo.









Paulo (primeiro filho do artista) vestido de arlequim, Paris 1924

Ver com algum detalhe um grande artista pintar, será previlégio de muito poucos, e por isso a ideia genial de observar a capacidade inigualável do traço de Pablo Picasso através de um pequeno filme que captou a sua actividade de estúdio através de um vidro transparente que funcionou como tela acolhendo na sua superfície as pinceladas esquemáticas co criador, é um acontecimento que depois de apreciado no ambiente próprio de um dos seus Museus, e agora descoberto no youtube, não podia desde já de partilhar aqui.







 


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