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sábado, janeiro 24, 2015

FIRENZE, chao




FIM DE VIAGEM
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Mais uma vez resolvi não me “despedir” de Florença, não apenas porque sei que ainda temos vontade de lá voltar, embora isso não dependa só de nós, mas também porque ainda não podemos de dizer que uma Cidade está “esgotada”, muito menos Firenze e os seus sempre renovados Musei. As viagens da vida, isto é, a resultante da possibilidade nas escolhas de percursos, assenta na certeza profunda de que é humanamente impossível conhecer tudo, e por isso as escolhas dependem da convicção com que no ambiente escolhido vamos encontrar correspondência com conceitos de segurança pessoal em todas as suas vertentes, e com a forma como gostamos de enquadrar sempre o nosso dia a dia na relação com os ambientes e as pessoas.
Ambientes, em que rodando o olhar 240º, as pessoas, o rio e a margem edificada preenchem todo o pano de cena.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


 




Nascer aqui, ou ali, fazer parte de um grupo ou de outro, elite ou nem por isso, parece que vai fazer cada vez mais diferença no futuro, pois já se demonstra no presente em relação a cada um dos passados. O estudo da história demonstra-nos cada vez melhor que dos centros difusores das culturas digamos mais criativas, nasceram sociedades com elevado poder, que do ponto de vista geográfico estão hoje próximas das populações com a chamada “maior quaidade de vida”, na linguagem da moda, com um PIB mais elevado.
A ideia da igualdade de oportunidade, tão querida para a esquerda política, está hoje transformada num falso axioma pois é claro que parece existir uma questão central para justificar o "poder" de alguns, enraizada na presença/carência das matérias primas mais utilizadas ou procuradas em cada época, pois é o “poder” qualquer que seja o lado pelo qual se observa que determina o percurso das carreiras das pessoas, e passada a ilusão de que as proximas gerações terão oportunidades de vida real melhor do que as que actualmente vão chegando ao fim, a centralidade cultural hoje reconhecida no centro da Europa torna alguns Países periféricos vítimas de um novo conceito de escravatura, porque dia a dia se demonstra que a cultura é um factor multiplicador da economia nas capitais europeias das elites que fazem parte da película invisível que protege a base da pirâmide invertida do exercício na definição do "poder".

Quando deixámos o Hotel Vasari, não olhei portanto para trás ou para o lado, apenas me preocupei em escolher o melhor percurso para as rodas da mala no trajecto a pé até à estação de Santa Maria Novella onde um comboio nos havia levar em cerca de duas horas até junto de um outro, o Marco Polo, que faz a ligação entre Roma Termini e o aeroporto de Fumicino.




 

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