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sábado, maio 11, 2013

Histórias de ruas

 
 
Ontem, caminhava a pé, pensativo de olhos no chão, pelo passeio da Rua da Escola Politécnica junto da PGR, quando ouvi uma voz fraca de alguém que se tinha cruzado comigo pedindo uma moeda para um pão. Quando “acordei”, virei-me para trás e vi que tinha sido um homem baixo que tinha passado por mim e seguiu o seu caminho, sem que entretanto não deixasse de repetir o acto mais à frente ao cruzar-se com outra pessoa que mais atenta o ouviu, parou, mas não reagindo logo, deu-me ocasião para fazer um sinal de longe, e voltando atrás dei a moeda que talvez não me fizesse falta e pudesse mesmo ajudar aquele ser humano, um jovem com uma cara de visível sofrimento, que logo me agradeceu de lágrimas nos olhos, e logo de seguida à outra pessoa que entretando também tinha metido a mão ao bolso para o confortar. De seguida, os dois cujos estômagos não tinham fome, ficámos lado a lado, e viemos a conversar até ao Largo do Rato sobre o estado actual do País e a sua associação a um outro triste espéctaculo que acabávamos também de ladear; o “morto-vivo” que com a mulher e um enorme cartaz se mantém junto à porta da PGR há mais de 17 anos, tendo o meu interluctor ironizado com a possibilidade de o homem poder assaltar um Banco e, como pessoa, ficar impedido de ser julgado pois está dado como morto, e a “justiça” persiste em não resolver o problema que o atinge. Não é a primeira vez que refiro este caso como o paradigma de um sistema judicial incapaz, que apenas se alimenta a si próprio, servido por uma imensidão de privilégios a que o cidadão comum não tem direito, e agora que já decorreram dois anos sobre o magistério da Ministra da “Justiça” e já há uma nova Procuradora Geral, é inconcebível como o Estado permite que continue o espectáculo daquelas duas almas diáriamente no passeio faça sol ou chuva junto ao edifício da Procuradoria, esperando não sei bem porque decisão. Se é verdade que em 17 anos muitos Governos existiram, não deixa de ser também verdade que o actual se apresentou ao País como que ungido de um dom celestial que tudo ia resolver para bem dos Portugueses, “reformando-o” no melhor dos sentidos. Hoje, a maioria dos Portugueses já sabe muito bem que o País foi vítima de um embuste pré-eleitoral, e está a ser agora vítima de uma permanente falsa narrativa, acobertada por muitos escribas dos Órgãos de Comunicação Social e em especial pelo Presidente em Gestão que consome mundos e fundos no Palácio de Belém sem nenhum benefício directo para os Portugueses.

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