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domingo, fevereiro 23, 2014

Les mots et les monaies


 

O suporte estético mais envolvente do Mundo, embora despercebido para quem não guarda dinheiros no canto de uma gaveta, é mesmo a moeda metálica, e biliões delas são manipuladas diáriamente, sem que se lhes atribua outra importância senão o que com elas se obtém, embora por detrás da criação de cada uma tenha estado sempre um escultor. Guardaram-se moedas ao longo dos milénios com objectivos vários, e hoje, nós os “Europeus” que por prazer juntámos algumas das moedas que fizeram parte das nossas vidas deixámos-nos disso; o euro mau grado o esforço dos seus artistas criadores, não só tem um valor numismático desprezível como não se lhe reconhece uma imagem suficentemente identitária para merecer fazer companhia aos escudos tão carregados de símbolos nacionais.
Quem gosta de livros, pelo que eles representam além de suporte dos criadores de histórias, prosas e poemas, também tem necessáriamente que gostar de moedas, pois elas fazem parte das bagagens dos contadores de histórias. Faz quase um ano que visitei uma exposição num pequeno Museu, propriedade da Fondation Martin Bodmer, com o título, LES MOTS ET LES MONNAIES De la Grece ancienne à Byzance, que revelava o resultado de uma parte do espírito recolector do seu criador, que reuniu a mais vasta viagem possível através da escrita, realçando-se nos séculos mais próximos de nós muitas primeiras edições de importantes escritores, entrelaçados com moedas quem sabe se algumas delas também uma primeira edição, e, no mesmo plano papiros ou tábletes de barro impressas com caracteres cuneiformes.
Não vejo forma de argumentar contrariando os direitos reservados à reprodução de qualquer parte do livro da exposição, nem mesmo para publicar a pequena imagem de um tétradacma de prata da Ilha de Rhodes com a cabeça de Hélios no anverso e uma rosa no reverso, ou alguma das belíssimas imagens de apenas as extremidades enrugadas das folhas de alguns livros, e por isso remato esta recordação apenas com a imagem do marcador do Livro e ainda do portão de entrada no edifício da Fundação Martin Bodmer e remeto-vos para uma leitura interessante, (link).
 
 

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