O VII Encontro de Arqueologia do Sudoeste não fugiu à regra das edições anteriores com a participação de Espanhóis e Portugueses, cada vez mais desequilibrada na numérica para as intervenções os nossos vizinhos, e os trabalhos, numa caprichosa conjugação de data, encerraram em Serpa no dia da “Independência” com a apresentação das mais recentes intervenções arqueológicas na zona da barbacã do Castelo da Cidade, que deixaram a descoberto as construções que foram ocorrendo desde o Século XII, em consequência das sucessivas desocupações, tomadas, retomadas e aproveitamentos modernos para estruturas habitacionais. Não foi possível fugir à referência, no dia 1 de Dezembro ao facto da maior destruição da imponente praça forte de Serpa ter decorrido da nossa libertação da ocupação Fernandina, e no momento do abandono, como fazia parte da “tradição” dos bárbaros medievais, os ocupantes destruíram o mais que podiam, neste caso fazendo explodir o paiol arrastando assim a simbólica torre de menagem e projectando em todas as direcções enormes blocos de muralhas muitos deles ainda permanecendo na sua posição original. Durante a visita guiada ao local das escavações, enquanto se ouvia de perto uma banda de música dirigindo-se para a Praça da República a fim de tentar colorir as comemorações do primeiro de Dezembro, alguém dizia que tendo-se os Espanhóis visto livre de nós, este dia deveria era ser bem comemorado por eles, embora nem eles nem nós possamos hoje considerar que continuamos ambos independentes e soberanos. A realização do Encontro, também serviu para a reabertura do Castelo ao público depois das obras de requalificação, e nesse acto simbólico, a cerimónia contou com a participação de um grupo de Cantadeiras de Serpa, que souberam ilustrar na perfeição a frase de Michel Giacometti – Povo que Canta não morre!
Ficam aqui hoje apenas imagens de uma das mais belas Cidades do Sudoeste, e quanto a Aroche, ficará para outra vez, pois o destino ou bruxas disfarçadas de Mouras desencantadas assim o determinaram.
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