E

domingo, julho 21, 2013

O Cromeleque de Portela de Mogos – II




Portela de Mogos, é um sítio que, passado pouco tempo de lá termos estado, logo nos provoca um conjunto muito alargado de estímulos que conduzem a, interrogações sobre a sucessão de mistérios que decorrem da sua tão prolongada utilização milenar, reflexões sobre a soberania da natureza sobre o Homem, mas também um indesejável e directo contraditório entre o Poder de algumas “soberanias” humanoides exercido contra alguns legados inigualáveis.

Não é possível aceitar nos tempos actuais que um Monumento classificado como património Nacional se conserve prisioneiro de uma visão, no mínimo medieval, embora se entenda que a importância que terá tido como marco territorial tenha gerado disputas que concluíram em tempo para nós desconhecido pela sua integração maioritária numa das três parcelas de montado que irradiam daquele ponto central, e também se percebe que essa repartição tenha sido desequilibrada pelo desconhecimento que nessa ou noutras ocasiões havia sobre a importância e amplitude do Monumento, e tenha também originado algumas destruições irreparáveis. Temos portanto um Monumento “ainda” visitável, mas em que pequenas partes dele estão “guardadas” em dois outros territórios. O que parece indiscutível, é a necessidade de uma restruturação dos limites das três propriedades de forma a isolar todo o conjunto Monumental num único espaço de domínio público através da sua dação, graciosa ou não, e avaliarem-se a seguir as vantagens da continuação do seu acesso “condicionado”.
 
 
 
 





 
 
 
 


Os valores da hierarquização social, parecem perder-se de vista no tempo, com a constatação por vezes de sinais claros no mobiliário funerário em milénios muito distantes, e talvez que também por causa desse enraizamento tão distante nunca desaparecerão da superfície da nossa sociedade, mas a sua elevação permanente a valores supremos do exercício da posse devia ser objecto de discussão aprofundada pelos Povos Europeus, para poder produzir-se uma nova carta de Direitos e Deveres Patrimoniais que abranja Monumentos “perdidos” em propriedade privada e que regule as responsabilidades dos seus proprietários para com a História das Sociedades.

Infelizmente, por razões bem diferentes do direito ao acesso a Bens Públicos Classificados como Nacionais, mas que o deverão até vir a ser reordenados como da Humanidade, também todos estes constrangimentos podem ser integrados na óptica “egoísta” daqueles que tudo fazem pela conservação e divulgação do Património, gerando sentimentos contraditórios quando confrontados com a invasão dos bárbaros modernos que mutilam e desrespeitam o que devia sobreviver envolvido em conceitos sacralizados. Todos já ouvimos falar da atracção metafísica que um sítio com Stonehenge exerce sobre multidões de “adoradores” dos mistérios do passado e da sua presumível relação mágico-astral, e sabemos que Portela de Mogos também não pode fugir à regra ainda que numa comparada e diminuta escala, e assusta-nos que alguma imprevidência de quem vai até ali passar uma noite fria para viver o fascínio do nascer do sol naqueles ambientes únicos, possa fazer alastrar um incêndio que agrave a reconhecida incompatibilidade entre os poderes públicos que tentam poder vir a gerir aquele património e o principal proprietário dos terrenos ocupados pelos Monumentos.

 




 
 
Concluídas as breves reflexões sobre os desequilíbrios soberanos, ficam agora pendentes os resultados do aprofundamento sobre a estrutura monumental e a sua integração regional.

 
   
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário