Hoje, andei por Lisboa, sem mão livre para a fotografia pois chovia e fazia muito vento. Percorri uma Alameda de onde só tinha lembranças de lá passar pela mão do meu Avô.
Hoje, “assisti” enquanto almoçava a um curioso filme sobre a memória humana e as nossas capacidades para saber ir buscar aos arquivos/neurónios as lembranças agradáveis, mais ou menos recentes, e aparentemente a não sermos tão diligentes para recordar os acontecimentos indesejáveis e sem substância.
Hoje, quando saí da Biblioteca Nacional, e caminhei pelo Campo Grande até às traseiras da Churrasqueira do Campo Grande onde fui reavaliar o estado da minha visão depois de passar a usar uma lente intraocular que me vai dispensar os óculos para ver ao longe, recordei-me bem mais de um lustre para trás, ali sentado num banco com o meu Avô Sérgio e um Amigo, e o fascínio que me causou uma neta dessa pessoa, de que não me lembro o nome mas ainda tenho a imagem, bem mais velha da criança muito pequena que eu era então, andando de patins à nossa volta de forma exímia, vestida a rigôr para o acto.
Hoje, logo a seguir, na enorma Placa de betão amarela indicativa da actual Faculdade de Ciências, vi com desagrado dois pequenos “graffiti”. Um deles, finamente impresso com molde dizia: “O Rei foi morto”; ao lado uma garatuja, “ Vivam os regicidas”! O meu Avô, nunca teria sido capaz de escrever numa parede, mas decerto que lá do alto do seu Republicanismo teria apreciado a resposta.
Hoje, e para concluir, não posso publicar uma única imagem fotográfica de tanto enquadramento agradável da Lisboa que palmilhei, limito-me à capa do catálogo da exposição que me levou à Biblioteca Nacional, e depois ao reavivar das memórias do Jardim onde se andava em barcos a remos, se alugavam bicicletas e se patinava.
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