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quinta-feira, agosto 09, 2012

A intimidade com as objectivas


Não estava por cá durante o pico do enorme “Incêndio de Tavira”, e se cá estivesse não teria “visto” as chamas de perto, não apenas porque é “proibído” circular pelos caminhos que conduzem aos teatros de fôgo, mas acima de tudo porque aproveitar as imagens vivas da catástrofe não deve seduzir ninguém, indepentemente da beleza sinistra das imagens noturnas. 


Durante alguns dias vou publicar imagens de algumas zonas parcial ou totalmente destruídas por este último brutal incêndio, situadas mais próximas de Tavira e portante distantes de Cachôpo, o coração do fôgo, e as imagens destas paisagens, pelas piores razões, direi que talvez não sejam irrepetíveis já que os fogos serranos são infelizmente recorrentes. As imagens se encarregam de descrever o que se vê, mas não trazem consigo o cheiro e o silêncio que percorre alguns caminhos da serra que já palmilhei anos atrás, na procura de paisagens com vales verdejantes e encostas pejadas de estevas.