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sexta-feira, março 18, 2016

MAIS UMA VIAGEM, MAIS UMA CORRIDA.


MAIS UMA VIAGEM, MAIS UMA CORRIDA.
Este grito acordará muitas memórias, levando-as à infância junto das animações mecânicas no meio agitado das Feiras. Mas há outras viagens, outras corridas, e o partir e o chegar da última sei que teve o mesmo cheiro, mas sinceramente não sou capaz de lhe atribuir nem mais ou menos peso do que as anteriores; os anos vão-nos gastando, e por isso, com a bobine a rodar pela terceira vez para o mesmo lado libertando um sopro que fez rodar as pilhas de nuvens da escala dos cinzentos, a carga vai diminuindo sem que haja carregadores capazes de restituir a energia que se dissolveu na atmosfera rarefeita da ondulação da viagem. O peso da carga ideal, afinal, vive na relação afectuosa com a capacidade física para cumprir o requisito do normativo mental que define o volume das bagas que está previsto mastigar-se de cada vez durante o tempo que se gasta nas asas dos pássaros de ferro, nos encostos contra filas de letreiros vulgares como, EXIT, BRIXIT, DERAMIX, MIX. MEAT. EAT, EASY, LIFE, BELTIXT.

 
 
 
 
Encontrar a imagem para definir uma viagem, nem sempre é difícil, depende apenas do número de relações que estabelecemos com a natureza, e desta vez a escolha é esta.



Direi que afinal, o resultado ficou muito próximo do som de uma flauta de bisel de braço ao peito, pendente da decisão patriarcal que o cinto de segurança havia de indeterminar, para que o ventre se ajustasse às costas da cadeira de baloiço onde se escondem dos diluentes os elásticos finos da caligrafia, bem enlaçados no meio de um novelo azulado de bigodes de gafanhotos com carrapitos e tranças de queijo gruyère.

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