Durante um largo período de tempo em que a sede da minha actividade profissional se desenvolveu na Av.Fontes Pereira de Melo, num edifício de tal forma virado do avesso que um dia destes fui lá com os meus netos obter-lhes os seus cartões de Cidadão num balcão situado num piso inferior e onde antigamente se sedeava uma casa forte bancária, o meu almoço era antecedido pela compra de um jornal diário e de um bilhete que me dava acesso simultâneo a uma sala de restaurante selfe service, e a uma das mais belas e luminosas salas de exposição de arte moderna da Europa.
Para lá chegar e voltar ao local do meu trabalho apanhava um transporte público. Da ementa degustativa, constava habitualmente, sopa, saladas, um doce e a seguir, uma expo temporária ou a exposição permanente do CAM a enquadrar um banco frente a uma rasgada janela fronteira ao jardim, onde lia o jornal, ou construía sonhos multicolores.
Hoje em dia, só é exigido bilhete para a exposição e a entrada no restaurante é livre, e as imagens com que se compõem estas semimemórias são de agora e pouco diferem das da década de 90, pela solidez e perenidade do projecto daquele símbolo de uma visão de cultura não conjuntural.
Sem comentários:
Enviar um comentário