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domingo, outubro 11, 2015

O povoamento do Baixo Guadiana




A visita ao monte da Silveira, foi obra do destino, mas embora em ruína, a importância daquele património construído para a compreensão do povoamento do Baixo Guadiana impunha não apenas a sua revisitação para o aprofundar das imagens, mas mais importante, a procura de textos que ajudassem a explicar o seu passado, e compreender o olhar ainda possível sobre o seu presente.
Quando regressávamos da nossa primeira visita, cruzámo-nos na estrada com um habitante das cercanias com quem trocámos breves palavras e ainda ficámos a saber que “ lá mais para baixo” há um outro antigo aglomerado habitacional agora desabitado. Passámos por Silveira, depois por Fonte Zambujo de Cima e no seguimento da estrada perante um cruzamento que propunha continuar pelo alcatrão ou mudar para um caminho de terra batida com uma tabuleta indicando a direcção de Portela, decidimos prosseguir confortável até um "largo” onde largámos o carro, e de máquina em punho entrámos por Fonte Zambujo de Baixo dentro, um conjunto habitacional desconforme, ocupando o relevo do terreno com alguma ruína, construções antigas bem conservadas e outras “modernizadas com o império da cal.
Experimentámos algumas imagens, rodeados do ladrar de aviso de vários cães, até que numa esquina descortinámos o aceno de um homem de idade, sentado num poial com uma bengala entre as pernas, e que perante uma “boa tarde” me convidou para sentar “ um bocadinho” a seu lado. E lá fiquei cerca de meia hora a ouvir o Senhor Zé Brás um antigo pastor, rodeados por algumas abelhas ameaçadoras, contar histórias da vida e da Terra, e prometi-lhe voltar, desta vez com pelo menos uma caneta e um bloco notas, já que a informação era tanta sobre temas tão variados e palavras desconhecidas, que o seu registo mental não podia ter sido rigoroso.
Com o tempo contado, já não voltei a Silveira, mas parei no poço que servia o Monte, onde encontrei água num ano de seca extrema, e afastei algum do pó com que o vento me brindou no percurso até um ponto onde supostamente encontraria um círculo perfeito de horizontes!


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