Nos céus do Alentejo os traços são os mesmos!
Uma das formas mais fortes para alívio do stress e recomposição do equilíbrio mental fazendo frente ao ritmo exigente das obrigações profissionais e familiares, é começar por traçar uma substantiva tangente temática, e sucessivamente encontrar fundamentos para construir quantas mais possível na certeza porém da exigência dos projectos de vida.
Se meio século depois, quando uma das tangentes teve como nome de baptismo Arqueologia, e temos a felicidade revisitar alguns dos principais pontos que unidos formaram aquele fragmento de recta, não é como se de um regresso à infância se trate, mas sim a confirmação da certeza na longínqua escolha, já que a procura dos sítios com base na recolha de informação verbal dos habitantes dos pequenos povoados permitiu contribuir para ensaios de radiografia espacial, nos tempos em que as “cartas arqueológicas” pareciam uma miragem, e muito longe da ficção da imagem pública de satélite. Foram tempos em que, custos, meios para deslocação e vias de comunicação ocupavam a primeira linha das dificuldades
Hoje, confronta-mo-nos com alterações na paisagem que até tornam os lugares inacessíveis, nalguns casos pelos piores motivos e a revisitação está cada vez mais condicionada.
Um dos segmentos mais fortes da “tangente Arqueologia” foi traçado na margem esquerda do Rio Ardila, margem que contribuiu com três importantes sítios para a nossa cartografia e salvaguarda material de vestígios superficiais atingidos pelas actividades agrícolas. Recentemente, regressei a um deles, O “Castelo Velho de Safara” que sempre tratámos por “Safarejo”, e com o prazer de ver aquela paisagem única inalterada apenas por um grupo de jovens investigadores que estudam pelo segundo ano consecutivo a história do sítio.
A maior satisfação do momento é estarmos a atravessar o tempo em que as lembranças materiais escrupulosamente conservadas vão agora repousar nos lugares que ansiámos por seguros; centros abertos de exposição ou arquivos materiais, em papel e digitais.
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