O Castro do Zambujal é um sítio arqueológico onde se desenvolveu um povoado fortificado pré-histórico, do período Calcolítico (c.2850 a.C. a circa 1759 a.C). Situa-se em Torres Vedras, num esporão rochoso orientado a Oeste. No sopé do monte corre a Ribeira de Pedrulhos, um afluente do Sizandro, rio que desagua no Oceano Atlântico a cerca de lOKm de distância.
O sítio foi descoberto por Leonel Trindade em 1932 e, após a realização de uma primeira sondagem em 1944, foi classificado como Monumento Nacional em 1946. Em 2012 foi reclassificado, aumentando significativamente a área protegida. Entre 1959 e 1961 realizaram-se escavações dirigidas por Leonel Trindade e Aurélio Ricardo Belo. Tiveram continuidade, entre 1964 e 1973, já com o Instituto Arqueológico Alemão, sob a direção de Hermanfried Schubart e Edward Sangmeister. Uma nova geração de arqueólogos assume a direção científica das escavações com Michael Kunst, o casal Hans-Peter e Margarethe Uerpmann (1994 e 1995) e com Rui Parreira e Elena Moran (2001 e 2002).
Os achados arqueológicos do Zambujal incluem artefactos de cerâmica, de pedra, da qual se destacam o sílex e o anfibolito, de cobre, de ouro, de osso e de marfim, atribuíveis ao Calcolítico e à Idade do Bronze. Foram ainda identificados alguns vestígios de épocas posteriores ao abandono do povoado calcolítico. Atualmente, no recinto central, pode-se observar um casal construído no séc. XVI e sucessivamente alterado até aos nossos dias.
Os vasos cerâmicos utilitários (para cozinhar, comer, beber e armazenar alimentos) foram registando evoluções tecnológicas e estilísticas. Outros artefactos de uso quotidiano eram feitos de pedra, como os machados e enxós, para cortar e talhar a madeira ou as mós, para transformar o grão de cereal em farinha. Instrumentos de sílex, como lâminas, raspadores e pontas de seta, eram usados para cortar, raspar e caçar. O arco e flecha foi simultaneamente utilizado na caça e como arma de defesa e ataque contra os inimigos que pretendessem invadir o povoado. Os ídolos cilíndricos de calcário refletem a vivência do sagrado.
Materiais perecíveis, como a madeira e as fibras vegetais, não sobreviveram até aos nossos dias, mas chegaram-nos artefactos feitos em osso, como botões, cabos de faca e agulhas. A metalurgia era praticada neste povoado em todas as fases de ocupação, como testemunham a recolha de pequenas bolinhas de cobre, eventualmente trazidas do Alentejo, de cadinhos que serviam para a fundição e de artefactos de cobre.
Zambujal is an archaeological site where a prehistoric fortified settlement developed from the Chalcolithic period (c. 2850 a.C. to c. 1750 a.C). It is located in Torres Vedras, in a rocky spur facing West. At the foot of the hill runs the Ribeira de Pedrulhos, a tributary of the Sizandro River, which flows into the Atlantic Ocean approximately 10 km away.The site was discovered by Leonel Trindade in 1932 and, after conducting a first sondage in 1944, was classified as a National Monument in 1946. In 2012 it was reclassified, significantly increasing the protected area. Between 1959 and 1961, excavations were conducted by Leonel Trindade and Aurelio Ricardo Belo. Between 1964 and 1973 they continued with the German Archaeological Institute under the direction of Hermanfried Schubart and Edward Sangmeister. A new generation of archaeologists took the scientific direction of excavations with Michael Kunst, the couple Hans-Peter and Margarethe Uerpmann (in 1994 and1995) and Rui Parreira and Elena Moran (in 2001 and 2002).
Archaeological finds from Zambujal include pottery, and other artefacts made of stone, among which flint and amphibolite, made of copper, gold, bone and ivory, from the Chalcolithic and the Bronze Age. Some vestiges of later periods were also found, such farmhouse built in the the 16th century and successively rebuilt until our days.
The utilitarian ceramic vessels (for cooking, eating, drinking, and storing food) manifest technological and stylistic developments. Other daily-use artifacts were made of stone, such as axes and hoes to cut wood, or grits to turn the cereal grain into flour. Flint instruments, such as blades, scrapers and arrowheads, were used to cut, scrape and hunt. The bow and arrow was simultaneously used in hunting and as a weapon of defense and attack against the enemies who wanted to invade the settlement. The limestone cylindrical idols reflect the existence of sacred rituais.
Perishable materiais, such as wood and vegetable fibers have not survived to our days, but artefacts made of bone, such as buttons, knife handles and needles did. Metallurgy was practiced in this settlement in ali phases of occupation, as evidenced by the collection of small copper balis, possibly brought from the Alentejo, crucibles for melting copper and copper artifacts.
Vista da barbacã com as seteiras e a porta de acesso.
Michael Kunst acolhendo os participantes no colóquio internacional em sua homenagem realizado em 25 de Junho de 2019
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