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sábado, dezembro 29, 2018

Viaggio a Italia 2018, Venecia, Il potere dell'immagine IV



O que é mais importante na análise ao fenómeno da representação antropromorfa no Neolítico de cada região é o seu significado, e não a “disputa nacionalista”, pois a visão cada vez mais acertiva da origem profunda das populações que elaboraram “estes ídolos” é certamente bem mais Europeia do que estritamente autoctone, mas nesta exposição também é indesculpável terem alterado o mapeamento dos achados arqueológicos ibéricos centrando-os no território espanhol, e mais grave ainda ignorando no catálogo não apenas o “corpus” mais antigo, da autoria da investigadora Espanhola Maria José Almagro Gorbea, mas toda a vastíssima bilbliografia publicada em Portugal.
Quero acreditar que terão existido razões para custear na colecção do Museo Nacional de Madrid a representação Ibérica nesta exposição, seja porque o investimento de investigação preparatório foi insuficiente, seja porque a tutela científica do Museu Nacional de Arqueologia está enquilosada, mas a verdade é que do ponto de vista não apenas estético mas acima de tudo científico, há milhares de peças de importância infinitamente superior, e portanto muito mais relevantes para nela terem figurado, actualmente residentes em vários Museus de Portugal e de Espanha, como é o caso do Mundo das Representações em Xisto (Placas, Báculos “Ídolos”), dos ídolos em calcáreo ou mármore, e das representações antropomorfas em marfim encontradas no Sudoeste e algumas delas (poucas) expostas ao público condignamente nos Museu.     
Com o potencial da localização deste evento e o investimento na sua promoção, que atinge até os costados dos transportes públicos mais visíveis, uma escolha mais criteriosa nos conteúdos da Peninsula Ibérica teria podido colocar à disposição de um público tão diversificado, um impacto próximo do que é gerado pelos conjuntos “Orientais” que deixam aos novos observadores um vasto conjunto de interrogações sobre as capacidades criativas do Homem Neolítico no que respeita às “representações humanistas”.
 
 
Resultou afinal uma representação expositiva numérica através do rácio dimensional de cada região, e assim as imagens traduzem essa escolha.
 
 
 
 

 
 
 

 
 

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