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domingo, janeiro 13, 2019

Viaggio a Italia 2018 LXXIII


As regras de privacidade vêm-se alterando em vários domínios com os biliões de micro-câmaras que invadem espaços públicos e privados. Os direitos de imagem dos seres humanos parecem estar protegidos por lei, mas são cada vez mais questionados, em especial por razões de segurança colectiva. Sabendo-se que num qualquer espectáculo com cada vez mais câmaras, estas não cobrem apenas os actores mas também as emoções e até os comportamentos dos assistentes, vem-se criando a norma de que quem não quer ser “apanhado” deve avaliar o risco nas escolhas por onde se movimenta. Muitos de nós Ocidentais temos a noção de já estar mundialmente digitalizados, a pairar numa qualquer nuvem, nas imagens que qualquer turista faz sobre um plano alargado da sua caminhada em que nos cruzámos, tenha o olhar antes do disparo avaliado ou não os intervenientes no plano. Já na recente gala da atribuição dos óscares gerou-se um novo tipo de intrusão, bem ao contrário do furtuito anterior, isto é, uma modelo com permissão publicitária para pisar os espaços onde os repórteres recolhiam imagens dos participantes penetrou em pose no ângulo de incidência das câmaras fazendo parte de dezenas de imagens em que supostamente previam figurar apenas as “estrelas”.

Vão também já longe os tempos em que nos museus e galerias de exposições as imagens eram sistemáticamente proibidas, não apenas para protecção de direitos autorais mas também para rentabilizar as vendas de catálogos, publicações temáticas, postais etc. Esta abertura, não deve ser desperdiçada quando nos encontramos perante desafios à fidelidade dos registos na nossa memória, e ao gosto na partilha das emoções plásticas, tão semelhantes com as que nos proporciona uma bela paisagem.

Não foi portanto difícil nesta viagem registar para memória e partilhas futuras, alguns dos registos mais fortes que os percursos museológicos me provocaram, como foi o caso do encontro com Osvaldo Licini cuja mestria cromática e geométrica permite desconstruir o Mundo em poucos traços e poucas cores, complementando os resultados com enquadramentos únicos.  



 
 




 

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