O Horizonte, é hoje um mercado, embora essa visão seja cada vez mais restritiva e condicionada pelas estratégias do lucro imediato. Há horizontes que marcaram a paisagem do Baixo Alentejo bem como a sua produção agrícola baseada nas características próprias de cada região, mas que se estão a alterar de forma brutal e acelerada, desrespeitando as melhores capacidades da produção diversificada dos produtos essenciais para a sobrevivência colectiva, destruindo ainda a biodiversidade autóctone. Muitas dessas alterações decorrem da alteração da propriedade das herdades, transferida para outras mãos, estrangeiras ou não, que a pouco importam a classe dos solos, já que o objectivo dos “investimentos”, é a obtenção do maior rendimento pecuniário no mais curto espaço de tempo, contando com o apoio das linhas de crédito da PAC, cujas maléficas experiências anteriores já hoje podem ser bem avaliadas. A curto prazo, a extensão dos horizontes Alentejanos para memória futura ficarão reservados em imagens, e onde haja contrariedades naturais salvar-se-ão alguns pequenos recantos, onde os anúncios da Primavera ainda se poderão viver.
Podemos olhar para alguns dos campos do Alentejo através de amplas janelas, ou por detrás de cortinas de sombra ou de luz, e encontrar os quadros que mais se aproximem da nossa visão, quiçá idílica, dos desiquilíbrios na natureza, bastando girar a roda que comanda as velocidades de “obturação”.
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