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quinta-feira, novembro 30, 2017

A "peça" do mês

A peça do mês é desta vez um pequeno fragmento de uma placa de xisto recolhido à superfície do povoado de S.Brás3. A placa foi decorada por incisão. Não tendo sido objecto de escavação arqueológica, a ocupação pré-histórica, revolvida pela sua exploração agrícola em regime de sequeiro intensivo, apenas pode ser "datada", e colocada no III Milénio através dos vestígios materiais. As placas, de materiais diversos, objectos de enquadramento funerário, têm uma larga dispersão na Europa e no Extremo Oriente, sendo o xisto pela sua disponibilidade a presença mais marcante no actual território de Portugal. Da mesma época, a placa em Alabastro apresentada em baixo foi encontrada na Síria. 
 
 
 

   

quarta-feira, novembro 29, 2017

Viagio a Italia - IX

O que mais impressiona no coração do IMPÉRIO é a sua imortalidade não apenas pelos vestígios puros ainda visíveis, mas principalmente pela apropriação ideológica dos monumentos, transformando-os, aproveitando a fortaleza construtiva das suas estruturas que parecem capazes de viver por mais um milénio.
As técnicas de construção usadas nos primeiros séculos da nossa era para levantar cúpulas grandiosas demonstram a cada passo a sua solidez, aproveitada não apenas pela ganância prepotente mas também pela preguiça de fazer novas paredes já que as velhas puderam ser estucadas e escondida as suas origens pagãs.


 
 
 

 
 
 

 

terça-feira, novembro 28, 2017

Viagio a Italia - VIII

Os mistérios de cada belíssimo recanto, ou de cada detalhe.

 
 
 



 

segunda-feira, novembro 27, 2017

Viagio a Italia - VII


Imagens de rua, bucólicas e de charme.


 
 
 



domingo, novembro 26, 2017

Viagio a Italia - VI

Os claros escuros dos olhares que nos aproximam ou afastam das arquitecturas realistas.

 
 

 

sábado, novembro 25, 2017

Viagio a Italia - V


A cada passada, há passos mais ágeis à nossa frente, alguns até dourados.

 



Vendem-se rosas a todas as horas do dia, e por toda a parte se fixam e escolhem imagens em cartões cada vez mais pequenos, enviadas logo para outras paragens, e as ofertas para manter o paladar tropeçam nos tacões dos sapatos mais finos.

 
 
 
 





 

sexta-feira, novembro 24, 2017

Viagio a Italia - IV


 
A monumentalidade, pode-se tentar descrever a propósito das impressões de uma viagem, mas ela está tão gasta por todas as plataformas a que hoje qualquer humano pode aceder, que se pode resumir quando a nossa vista escolhe alguns novos simples enquadramentos.

 

 
 
 
 


Para inovar, restam portanto os registos de detalhes sobre emoções e posturas de terceiros imortais perante os mesmos horizontes que nos circundam a cada minuto.
 
 


quinta-feira, novembro 23, 2017

Viagio a Italia - III


Já todos sabemos que nunca o Homem conhecerá o pequeno Mundo que habita, muito menos um outro maior que por sorte palmilha fora da sua cueva, e alguns auxílios para o compreender um pouco é como um cheiro apetecível que trás conforto ao espírito da informalidade em que se caminha por entre multidões com olhos ávidos de pedir licença para aspirar da atmosfera as soluções para as dúvidas sobre os catálogos dos objectos mudos.

 

quarta-feira, novembro 22, 2017

Viagio a Italia - II

O território, mantém todas as suas atractivas características, e apenas mudaram as pessoas com que nos cruzamos. 

 
 
 




Até no café onde se adocicou o paladar a colaboradora, atenciosa, só trabalha ali há um ano, e para se obter resposta sobre os comércios contíguos só havia um interlocutor, comprovado à posteriori.

 

terça-feira, novembro 21, 2017

Viagio a Italia - I


As viagens, começam sempre nos estratos da pura imaginação, e evoluem condicionadas pelos encontros e desencontros com a mecânica do tempo que atrasam e adiantam os relógios, pela adesão a outras linguagens e adaptação a organizações celulares mais avançadas. Quando se aterra na terra prometida, começamos logo a pisar passeios que parecem desenhados por esquadros mais do que imperfeitos, a respirar o som de semáforos Led mais altos do que indicam os guias de bolso, e a tentar acertar o passo pelas indicações das tabuletas com a cor que nos há-de guiar até ao encontro com um transporte colectivo tão confortável como um colchão de penas.
Depois, iniciam-se as hesitações sobre onde e o que escolher para comer de acordo com novas regras de jogos infantis, que dão castigos quando se demora muito a mastigar, porque sem avisos sonoros chegou a hora ir para as aulas de paisagem urbana e de ginástica pedonal.
 
 
 
 

 
 
 

 
 
 

 
 


 

segunda-feira, novembro 20, 2017

domingo, novembro 19, 2017

Arte rupestre



O que trouxemos?
 
Um bloco com muitas notas.
Reconhecimentos e novos conhecimentos.
A arte parietal como forma de legado patrimonial para toda a Humanidade.
A ciência ocupando passo a passo a visibilidade do registo publicado pela arqueologia.
“Ideias” que se foram movimentando ao longo da Europa a partir do Sudoeste da Ibéria, traduzidas em Expressões Artísticas transportadas para Arquitecturas Monumentais adaptadas a cada paisagem e partilhadas pelas várias comunidades que colaboraram na sua construção.
O desafio apresentado pela Arqueoacústica.
Sociedades actuais incapazes de reconhecer o Património como factor de progresso social e económico, e sociedades que multiplicam o seu produto com o envolvimento dos mais variados sectores do conhecimento para defesa dos valores herdados de sociedades desconhecidas que mo passado ocuparam o território que agora detêm.
Monumentos valorizados e Monumentos que correm o risco de serem varridos da memória.

sábado, novembro 18, 2017

sexta-feira, novembro 17, 2017

quinta-feira, novembro 16, 2017

quarta-feira, novembro 15, 2017

terça-feira, novembro 14, 2017

Dia 14 de Novembro, Dia de Festa


A força da natureza reduz a imaginação a uma realidade complexa, e o enlace entre a nudez das paisagens áridas e os horizontes com o coração palpitante pela arte de amar, atinge com frieza a máquina complexa da visão, filtrando a beleza através da atmosfera, aquecendo-a até conseguir reduzir o espaço vital a um somatório de pontos brancos e pretos que redopiando produzem uma paleta complementar de cores.
 

segunda-feira, novembro 13, 2017

domingo, novembro 12, 2017

terça-feira, novembro 07, 2017

A intimidade com as objectivas

Por entre as nuvens de um Novembro que alterna o Sol com amostras de aguaceiros, foi possível atravessar a Ilha que ainda se vai consolidando, apreciar a calmaria marítima e de regresso apreciar as cordas de chuva que ao longe se formaram sobre o oceano. 
 
 
 





 

segunda-feira, novembro 06, 2017

domingo, novembro 05, 2017

Museo de Málaga e Eu


Um único Museu com duas colecções, as colecções de arqueologia e arte do Museo de Málaga, expostas no El Palacio de la Duana.

Os Museus, as obsessões, o acertado de Fernando Pessoa, o destino e as escolhas que fazemos a cada infinitésimo de tempo.
As decisões sobre a direcção do olhar, podem não ser sempre nossas e muitos menos as mais assertivas, mas no interrogatório ao Universo ele responde com mais ou menos luz ambiente, menos ou mais silêncio e com palavras graves ou agudas consoante a disposição do receptor.
Em instantes mais ou menos mensuráveis, as ferramentas com que hoje buscamos iludir a ignorância, aportam-nos muito mais folhagem do que caules carnudos, porque as respostas vêm envoltas em algoritmos em vez de embrulhadas cuidadosamente em papeis de prata por dedos finos de damas com tranças compridas.
Foi difícil acreditar através de imagens nas respostas que o motor de busca da google me deu para uma questão tão “simples” – Teares Neolíticos. Não sei quantos dias, meses, anos, demoraria a descer e a subir pelas cadeias de lianas que me foram propostas, mas passados alguns minutos já estava “satisfeito” com a confusão instalada, e saí. Mas, saí com uma estranha sensação de “dever” cumprido perante o Universo, pois algumas imagens hoje universais guardadas desordenadamente na nuvem nasceram do meu olhar sobre tantos e diversos materiais, e foram colocadas por mim naquele cantinho da web, sabe-se lá por quanto tempo.
Com uma pesquisa alargada até à nuvem, procurava dados para dar coesão a um pequeno texto sobre teares neolíticos, depois de ter visitado um Museu Arqueológico no Sudoeste, acabado de estrear. Cada vez que se abre uma nova vitrine com pré-história “recente”, não desabam apenas interrogações, pois surgem oportunidades, fruto da tal luz ambiente do Universo, para confrontar registos mentais, já mais ou menos bem arquivados, com as traduções sensoriais de um artefacto que surge iluminado e legendado ao alcance da vista, embora longe pela sua não apreciação mais profunda através do toque.
Os registos digitais possíveis mais importantes para reflexão sobre a actvidade têxtil apresentados no Museu foram os seguintes:
 


 


Deste encontro, resultaram duas consequências relevantes. Por um lado, uma nova “proposta” para um tear neolítico e daí o reforço à impossibilidade de concordâncias nas diferentes abordagens à estrutura dos mesmos conhecidas até agora, e por outro uma nova interpretação à forma de alguns “pesos de tear”.
A imagem de um tear apresentada no Museu de Málaga é muito imaginativa, (competindo com o Museu de Serpa…),
 

 
 
 

já que propõe que na extremidade inferior de cada fio da trama um fragmento de “crescente” servindo de peso, e está associada a um montículo de “crescentes” incompletos com proveniência do “assentiamento del cortijo zapata”. Não parece existir na web informação clara sobre este sítio e as escavações que terão permitido recolher aquele espólio, e pela observação dos crescentes expostos fiquei perante um novo conjunto onde não me parece existir desgaste “vertical” consequente da fricção do fio de cada lado dos orifícios de suspensão, um dos factores físicos que entendo primordial para se tentar entender, e discutir, a função dos crescentes. Este conjunto exposto no Museu é morfologicamente coerente com idênticos materiais de vários locais do Sudoeste que observei ou tacteei, e portanto solidificante na cartografia das ocupações entre o Neolítico Final e o Calcolítico.
Na imagem seguinte, nos crescentes 228 e 230, é bem visível o resultado da furação no barro mole, com a auréola saliente na parede do lado de saída do instrumento usado para fazer o furo, e uma ligeira concavidade no lado oposto. Em ambos os casos, os orifícios mostram um desgaste quase simétrico, ligeiramente maior até no sentido de “ baixo para cima” se imaginarmos o crescente suspenso por dois fios, o que contradita o resultado no orifício provocado apenas que seja pelo próprio peso. Esta discussão, conduz à necessidade de uma construção experimental, baseada em inumeráveis interrogações sobre a paisagem e o modus vivendi das populações neo/calcolíticas, embora alguns dos indícios materiais dos processos de fiação tenham caminhado até à contemporaneidade como é o caso dos cossoiros.
 
 
Quanto às duas “pesas com forma de media luna”, com secção circular e furação perpendicular ao eixo maior, elas vêm acrescentar um sítio, mal identificado ainda, já que não conseguimos aceder a registos detalhados, a outros sítios onde apareceram este tipo de artefactos que fazem parte da longa lista dos achados “mudos”, e começar por classificá-los ou distingui-los através da sua forma aparente é uma abordagem positiva.
 
 

Há dois fragmentos de peso de tear achados em S.Brás3, com uma forma que encaixa nesta “media luna” (704 e 714 na imagem abaixo) mas estando incompletos fica sempre a impossibilidade de reconstituição e a dúvida sobre a sua dimensão inicial e consequentemente sobre a sua mera funcionalidade como parte da cadeia têxtil, ou com uma carga simbólica adicional, com que já havia sido confrontado perante a descoberta de peças semelhantes expostos nos Museus de Córdova e de Carmona, mais tarde com uma publicação de Georges Bonsor, e recentemente com um completo exposto recentemente no Museu de Serpa. No que respeita aos materiais publicados por Georges Bonsor, provenientes de Campo Real nos arredores de Carmona, e conservados na sua casa em Alcolea del Asnar, nos arredores de Sevilha, tive acesso à sua observação e fotografias na vitrine onde estão expostos, e a seguir podem-se observar as “pesas com forma de media luna”, e comparar a identidade com os acima referidos.
 





Acabar esta simples “notícia” arqueológica sobre Teares pré-históricos, embrulhada na “peça do mês”, com uma conclusão por mais curta e irrelevante que fosse, não podia deixar de ser uma tarefa impossível. De facto, em ambiente habitacional in sitú, nunca foi encontrado e “desmontado” um conjunto significativo de crescentes, que pudesse, em paralelo com o estudo deposicional antropológico, concorrer para uma proposta que acordasse para sempre a mudez dos crescentes. Por tudo o que antecede, decidi congelar estas linhas.
Como a dimensão do Mundo vê acrescentado conhecimento a cada hora, e estas linhas não objectivam uma tese sobre os teares pré-históricos, ficam por agora “descongeladas” como um capítulo e contributo para reflexão partilhada, tendo ainda em conta mais duas propostas de representação museológica. 
 

Museu de Latenium ( Lausanne)
 
 
 


Museu do Megalitismo (Mora)