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sábado, agosto 31, 2013

Paisagens megalíticas de Évora

Para disfrutar de algumas das paisagens megalíticas entre Évora e Montemor-o-Novo, uma manhã correrá num instante se não se tratar apenas de "colar selos" num qualquer passaporte turístico. A ordem pode ser determinada pela direcção escolhida para lá chegar, mas começando por exemplo em Vale Maria do Meio, seguir para Portela dos Mogos, depois o Menir e o Cromeleque dos Almendres e por fim o Monumento funerário do Zambujal.

Os horizontes dos Almendres são os mais profundos e abertos, mas para fotografá-los convém um dia de semana na primavera ou no outono, e em que os turistas estejam ausentes para não fazerem parte de todos os enquadramentos que tentemos escolher, e só por isto havemos de lá voltar.
 
 

sexta-feira, agosto 30, 2013

A intimidade com as objectivas

Ver ao espelho a imagem do reflexo solar sobre as culturas de primavera.

 

quinta-feira, agosto 29, 2013

A intimidade com as objectivas


Na corrida até ao mercado dos vícios, leia-se procriar imagens digitais, a impulsão dos círculos de contrastes, introduz cortinas semi-opacas no olhar para o amadurecer dos girassóis.



 

quarta-feira, agosto 28, 2013

O Cromeleque de Portela de Mogos IV

A visão da amplitude possível de um "sítio" inigualável.

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terça-feira, agosto 27, 2013

segunda-feira, agosto 26, 2013

A intimidade com as objectivas

Arqueologia Industrial espalhada pelos campos

 

domingo, agosto 25, 2013

O Cromeleque de Portela de Mogos III




O Cromeleque de Portela de Mogos, ocupa um espaço diminuto face à imensidão dos complexos horizontes adjacentes, e o alinhamento dos meníres só verdadeiramente se entende recorrendo à ajuda da planta publicada e com ela poder perceber que o conjunto teve 40 unidades. No local, mau grado a forte presença arbórea, sentimos a envolvência da elipse formada por alguns dos monólitos equidistantes 1 metro entre si, e também a centralidade pujante do grande menir central, mas sem roteiro é impossível descortinar as “estátuas menir”, o que talvez as venha protegendo de alguma selvajaria “criativa”, já que segundo M.Varela Gomes, comparando o seu levantamento com o anterior, concluiu que “pelo menos dois monólitos desapareceram”!




 

A fruidade do conjunto megalítico, está demasiado condicionado pela vedações de propriedade, o que é lamentável face aos diminutos prejuízos que a sua desanexação e individualização territorial traria para os seus actuais proprietários, mas este é um exemplo das mentalidades que o País tem herdado, e que se pareceria poder preservar conteúdos, é o contrário, pois este é um exemplo de como um monumento que pesa toneladas só pode ter “desaparecido” com a mão de um dos três “proprietários”, tão zelosos em manter as suas herdades em territórios de caça.






É obrigatório visitar este Monumento, sem pressas, para eventualmente conseguir sentir-se o magnetismo que irradia do local, e depois partir para Vale Maria do Meio, e comparar os ambientes, e os resultados dos contextos megalíticos.   






 

sábado, agosto 24, 2013



Morreu recentemente Urbano Tavares Rodrigues.

Nunca comprei nenhuma das suas obras literárias, talvez que por razões imprevisíveis, ou outras inconfessáveis. Mas, apesar de nunca ter ainda decidido apreciar o seu discurso escrito, os nossos percursos terrenos tiveram algumas tangentes, as mais frequentes em “troca de ideias” sentados lado a lado em cadeiras da mesma barbearia onde ambos durante muitos anos estivemos fidelizados, até ela encerrar depois de atingida pelo grande incêndio que destruiu o velho Chiado, e cada um dos seus empregados ter ficado disperso por diferentes locais.
Correndo o risco de destapar a profundidade de algum texto romanceado ou friccionado de Urbano Tavares Rodrigues, não posso perder uma pequena e curiosa parte da minha memória que com ele se relaciona relatando mais abaixo uma curta história que não só ouvi contar, como pude constatar o seu contexto. 
Diz-se, que a morte de um ser humano é o equivalente ao desaparecimento de uma biblioteca, mas no caso do Urbano há uma parte da sua “biblioteca” que ele deixou dispersa por inúmeros documentos. Acredito que ainda venha a ser possível encontrar uma forma de transferir a informação acumulada no nosso cérebro para um registo físico, quem sabe se debaixo de hipnose, e evitar assim que as memórias dos acontecimentos mais importantes das nossas vidas, que avivamos e não escrevemos se percam para sempre, mas não vou ao ponto de acreditar na possibilidade da “transferência” de imagens, embora também seja bem possível que o nosso raciocínio se desenvolva relacionando informação residente em arquivos todos conservados, digamos que na mesma “linguagem”.
A paixão pela arqueologia, fez com que tenha passado horas incontáveis de nariz no chão numa pequena parcela de terreno mesmo junto ao Rio Ardila, um afluente do Guadiana, onde os trabalhos agrícolas de sequeiro intensivo entremeados com culturas de regadio faziam em cada ano aflorar os vestígios materiais de uma pujante ocupação humana ocorrida entre o Neolítico Final e o início do Calcolítico, parcela essa integrante da chamada Quinta da Esperança, propriedade da Família de Urbano Tavares Rodrigues. O local e quase tudo o que lhe era limítrofe, oferecia um leque quase inesgotável de formas ocupativas do corpo e da mente, como um belo pesqueiro no rio onde em Família pescámos achegã.
 
 

Se a ocupação pré-histórica assentou ali talvez pelas condições especiais oferecidas pela Natureza para a transposição das margens do rio, esse percurso prolongou-se nos milénios, e lá ficou implantada a estrada Romana que ligava Arucci (Moura) a Ébora (Évora), e portanto era exigível nessa época Romana a presença das “passadeiras” talhadas em grandes blocos de pedra, que permitiam atravessar o rio fora do Inverno, muito próximo de um presumível Monumento de culto Romano com vestígios há anos atrás ainda espalhados pelo solo. No local, mesmo junto às “passadeiras”, também foi edificada uma “atalaia” ou “burgue”, que se diz ter feito parte do sistema defensivo Lusitano face a Castela e cuja estrutura está muito bem conservada, e ainda a casa de um barqueiro dos tempos modernos que oferecia um atravessamento tripulado para a “outra margem”, como diria a canção.






Durante as inúmeras visitas à Quinta da Esperança, apenas conheci os seus Caseiros, umas pessoas simples e amabilíssimas, que sempre encontrei vestidos de negro, e que nos davam curtos abrigos das chuvas e dos calores, matavam-nos a sede, adocicavam-nos com uma bela laranja ou mitigavam as agruras das caminhadas com uma fatia de pão alentejano acompanhado de umas suculentas azeitonas.

Sendo o Ardila um Rio muito “velho”, as suas margens mostram os sinais das transformações ocorridas durante a sua longevidade, e a Quinta da Esperança incorpora toda essa singularidade, traduzida na qualidade das margens de aluvião, e nos terraços de cascalho onde se desenvolveu o olival. A propriedade rústica sólida e ampla era sóbria e estava implantada em dois núcleos, um habitacional e outro agrícola separados por um largo calçadão empedrado construído com seixos do rio. Como é normal nos Montes alentejanos, a residência dos caseiros fica na extremidade da dos proprietários e esta em frente das cavalariças e dos abrigos para as alfaias.

Como relato mais fiel, fica a história que os Caseiros  uma tarde me contaram sobre a Quinta ter servido nos tempos da ditadura para abrigo de pessoas perseguidas quer pela polícia política do regime, quer pelo exército franquista, consubstanciado num esconderijo existente por baixo do chão em mármore, numa ampla sala de jantar cuja entrada muito bem disfarçada se fazia mesmo ao seu centro por debaixo de uma grossa carpete sob uma enorme e pesada mesa em madeira, na qual a Família habitualmente comia em conjunto.
Até que Urbano Tavares Rodrigues e os Irmãos se desfizeram da propriedade e da residência temporária de Família, todos os Natais, partindo de Vila Verde de Ficalho, condicionados apenas pelo rigor do Inverno e portanto com maior ou menor dificuldade para percorrer o caminho entre Moura e Porto Mourão, assim “se chama” o sítio, íamos levar um Bolo-Rei àquela gente isolada do bulício das cidades, para além de nunca deixarmos de aproveitar uns minutos para dar uma vista de olhos pelos campos humedecidos. Campos esses, onde o Dr. Fragôso de Lima, um importante arqueólogo de Moura, havia reconhecido o contexto arqueológico neolítico e de onde segundo vários relatos recolheu largas dezenas de instrumentos líticos que terão feito parte do espólio das colecções que originalmente estiveram no núcleo expositivo da Biblioteca Municipal e que na transição para o novo Museu Arqueológico da Cidade diz-se terem desaparecido.
 






Foram anos atravessados e determinados pelas contingências da transformação social em Portugal, com constrangimentos incomparáveis aos dos tempos mais modernos, e agora o custo do registo de imagens que quase se reduz à aquisição de um equipamento, não se compara com os anos 70 do século passado, e portanto apenas posso enquadrar estas palavras com o que restou de uns diapositivos em tempos felizmente digitalizados, transformados numas poucas imagens, embora suficientes para quem conheça o local se situar no tempo, como será o caso de uma das minhas Filhas e de um Amigo, protagonistas de uma das fotografias. Dizia-se que a albufeira da Barragem do Alqueva atingiria as margens do Ardila junto à Quinta da Esperança, mas não tendo voltado lá depois da conclusão das obras não sei se isso aconteceu, mas se ainda puder rever este local de tão boas memórias, não deixarei esse registo perdido apenas na minha memória física, mas perecível.  



 

sexta-feira, agosto 23, 2013

Imagens de rua

Entre a janela e a porta, a diferença está na guita que serve de trinco.


 

quinta-feira, agosto 22, 2013

A intimidade com as objectivas

A policromia das velhas paredes do Alentejo mais profundo, a dois tons, o da sua base em xisto e das paredes em adobe até aos apoios do telhado.

 

quarta-feira, agosto 21, 2013

Património

Quando há espaço, e culturas, para espreitar por cima de portas com o gonzo incorporado , que se move através de um pequeno semicírculo oposto às meias luas por onde entram e se escapam os gatos!
 
 
 
 

terça-feira, agosto 20, 2013

Imagens de rua

Ferrolhos antigos, convivem com enganos chineses!

 

segunda-feira, agosto 19, 2013

Patrimómio em desagregação

Um forno, que sempre cumpriu a sua função comunitária, e que agora corre o risco de ser excluído do património edificado.

 

sexta-feira, agosto 16, 2013

Caminhos para o Mar


Uma correria até à Praia da Terra Estreita



 

quinta-feira, agosto 15, 2013

Dia 15 de Agosto, dia de Festa

Poema do alquimista

Ao lume dos teus olhos
pus-me a aquecer esta mistela de neve e sol nascente
como o alquimista de Dusseldorf
que punha ao lume a retorta de grés de longo colo
e nela aquecia sangue de drago (2 onças),
tártaro emético (5 dracmas),
enxúdia de víbora (12 a 15 gotas),
manteiga de antimónio,
corno de cervo,
espírito ardente de Saturno ( meia onça de cada),
e ficava esquecido na solidão da sua toca,
o gôrro de pelo enterrado até às orelhas,
aceso o rosto pelo forno revérbero.
Cá fora os homenzinhos de Bruguel,
com os nédios traseiros virados para o espectador,
as bragas vermelhas a estalarem nas costuras,
ceifavam o trigo na pradaria verde.
O alquimista de Dusseldorf
buscava o segredo das pedras escondidas nas entranhas da terra,
o alcaest, o dissolvente universal,
o elixir da saúde perdida,
para que a sua vida nunca tivesse termo,
nem as pálpebras de roxo se pintassem,
nem de branco seus lábios.
O alquimista de Dusseldorf
procurava os arcanos, as tinturas, a quinta essência das coisas,
os sete degraus da obra sagrada
que as leves pernas galgam na agitação dos nervos.
Coitado do alquimista de Dusseldorf!
Ele queria tudo, o raio do velho.
Queria acender o forno de revérbero com a brasa do seu rosto,
transmutar a retorta de grés em sexo triunfante
e o pêlo do baço do gorro em penugem fofa e crespa.

Ísis!Ó Ísis!
Ó Flor do lotus!
Ó garça esbelta rescendendo a mirra!
Olha bem para mim, Ísis, meu vaso de ébano.
Incendeia-me com os teus olhos de carbúnculo.
Queima-me com a labareda da tua língua.
Atenta na minha modéstia, ó Ísis.
Eu não sou o alquimista de Dusseldorf.
Eu não quero tudo.
Eu quero apenas,
apenas transmutar esta chatice em flores

António Gedeão, Poemas póstumos


Mais uma vez, o respeito às palavras alinhadas por quem  também me ajudou a crescer para a Química e a Física, entre imagens de histórias de uma vida completa, cumprindo todos os meus deveres cívicos.



O meu retrato, da autoria do jornalista Waldemar Monteiro (link). então meu companheiro de recruta em 1968, e que havia de nos deixar num trágico acidente de viação ocorrido durante um trabalho de exteriores.

E, um discreto auto-retrato, mesmo ao cair do final desta sexta década.  

 

terça-feira, agosto 13, 2013

A intimidade com as objectivas

A força da cal nos xistos alentejanos.

 

segunda-feira, agosto 12, 2013

domingo, agosto 11, 2013

A intimidade com as objectivas

A luz suave do nascer de um dia de Verão

 

sábado, agosto 10, 2013

A intimidade com as objectivas

A luz e as sombras do nascer de um dia de Verão.

 

quarta-feira, agosto 07, 2013

A intimidade com as objectivas

As sombras dos pensamentos verdes, lambem o olhar de pavimentos agrestes.

 

terça-feira, agosto 06, 2013

A intimidade com as objectivas

Para além dos pontos elevados de onde se divisam largos horizontes, também há bancos que oferecem descanso e permitem mirar o ouro das paisagens profundas e secas do Alentejo.
 
 

segunda-feira, agosto 05, 2013

A intimidade com as objectivas

Há nós que nunca mais se desatam

 

sábado, agosto 03, 2013

A intimidade com as objectivas


A derradeira fase da vida do azul

 

sexta-feira, agosto 02, 2013

quinta-feira, agosto 01, 2013

Riscos

Apontamento tomado na varanda da casa dos Sogros de um grande Amigo, num longínquo verão na Praia da Rocha, que serviu de estudo para um desenho que lhe ofereci e permaneceu na casa dele em Lisboa até o destino a desfazer.