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segunda-feira, dezembro 31, 2012

A intimidade com as objectivas


"Di fronte al mare la felicità è un’idea semplice." — Jean-Claude Izzo


Ano velho, que não se pode esquecer, nem que seja porque existiu um astro chamado Sol que nos aqueceu e deu energia, e o qual, no final de um dos seus últimos dias, atravessando uma neblina quase imperceptível, fugiu para um outro Ocidente, deixando atrás de si milhares de Kilómetros quadrados, redondos também, mergulhados na mesma austeridade.
E essa austeridade, uma espécie de nova invasão barbaresca, atinge todos os tecidos, mesmo os mais "cultos" e ilusóriamente protegidos, é possível pois apalpá-la sendo que, felizmente, vai ficando documentada nas suas mais diversas facetas, mesmo nas mais benignas para a Sociedade em geral!






 

domingo, dezembro 30, 2012


A intimidade com as objectivas

Fim do ano 2012 - Parte 2

 




 
 
 
 
 
 
 
 
 






 

sábado, dezembro 29, 2012

A intimidade com as objectivas


Fim do ano 2012 - Parte 1

 
Fui ontem à tarde até à minha praia dizer-lhe: até para o ano! Ela, recebeu não apenas as despedidas do Sol, mas também de pássaros com e sem motor, de pessoas e dos seus amigos que deixaram na areia as marcas da sua passagem, de fotógrafos desconhecidos que se cruzaram nas objectivas, de um casal de pescadores crentes na generosidade da maré que se aproximava, e manteve no seu seio as últimas expressões artísticas de quem fruiu o areal do Inverno. Como ainda hoje não se conhece a verdadeira dimensão do desaparecido “Colosso” da Ilha Mediterrânica, o meu autoretrato também não ajudará, mas por ausência de escala! Por fim, a Ria ensonada tentava adormecer enquanto aguardava pela chegada da luz reparadora da Lua.
 
 
 
 
 
 













 

sexta-feira, dezembro 28, 2012

A intimidade com as objectivas


Demonstremos a finalidade da inteligência, fazendo vibrar numa só nota, os ritmos cromáticos e os ritmos lineares das cortinas que escondem o nevoeiro, plasmados em diapositivos Agfa através de uma velha máquina analógica.

 











 
 
 
Recordações do Alentejo numa manhã de 1994



quinta-feira, dezembro 27, 2012

Imagens de Museu




Na constância das dedadas que escrevem sobre o belo, distribuindo olhares e apreciações, em cada direcção há um quadrado limite dos pontos e da ausência deles que moldam os resultados do criador, e nos territórios individualizáveis, as inspirações conduzem a partilhas de espaços e de matérias, fazem dos artifícios simples negações ao belo, enquanto as recordações imateriais se espalmam pelas nuvens que habitam as casas dos sonhos. Cada casa pode não ser um sonho, e na concepção de Lopez Redondo “Mi casa es mi casa, nada más, una casa en la que he procurado que se vean cosas bellas! Pero un museo, no!”, mas há museus que se transformam em simples “casas”, casas simples que se transformam em Museus, e Palácios que viram partir a Realeza perdida nas batalhas Republicanas rendendo-se às definições do Comité Internacional de Museus e ficando primeiro prisioneiros da sociedade e desde logo ao serviço do seu desenvolvimento. No conceito do Instituto Brasileiro de Museus, “os museus são casas que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos e intuições que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas. Os museus são pontes, portas e janelas que ligam e desligam mundos, tempos, culturas e pessoas diferentes. Os museus são conceitos e práticas em metamorfose”.





A beleza e a serenidade que nos são transmitidas pelos escultores Gregos da antiguidade nas obras representativas das suas visões sobre as Deusas e os Deuses, e que os seus “discípulos” Romanos souberam manter e aperfeiçoar, são difíceis de satisfazer num olhar corrido perturbado pelos constrangimentos dos ruídos e chamamentos de todas as companhias residentes noutras salas do Museo, o que faz com que só numa aproximação a duas dimensões o equilíbrio da respiração conceda saborear todo o climax do resultado final do recorte dos cinzeis sobre blocos de pedra escolhidos com a sensibilidade dos olhos e pela sensibilidade das epidermes das mãos. Este é afinal o maior dos desafios para as nossas memórias, fazer com que os arrepios sensoriais do contacto com o belo se prolongue pela vida para além do registo que guarda apenas a referência de termos passado por este e mais este Museo, sendo que a muitos deles não nos será possível voltar. E, afinal, da mesma forma que na memória se esgota o espaço para armazenar as nossas lembranças, também na nossa casa se foram esfumando os espaços que a transformassem num museu para conservar as nossas recordações.  
 
 

Give me a Museum and I´ll fill it! Pablo Picasso

quarta-feira, dezembro 26, 2012

Lisboa Luminosa


Imagens de rua

 
 
 
 
A imortalização das batalhas também se fez em divisórias de alguns campos de luta, embora aquilo que parece ter sido uma mera arma de dissuasão pela sua notável beleza estética, com o avançar dos meios de combate passou a correr sérios riscos de vida, sofrendo na “carne” as feridas dos combates sem extracção dos projécteis por falta de anestésicos adequados. 
 







  

Imagens de Museu


No Palazzo di Capodimonte, uma das suas salas está inteiramente dedicada à tapeçaria, com um ambiente de grande coerência decorativa. Num espaço privilegiado, expõe-se um conjunto de importantes documentos históricos retratanto uma série de batalhas, de intenção claramente descritiva, com a representação, expressada através de inúmeros detalhes, reproduzindo minuciosamente os contendores, as composições de cavalaria, e de infantaria, as posições geográficas dos campos de batalha, e preenchendo com a flora das florestas próximais às zonas de contenda imponentes cercaduras. Por imposição técnica na protecção à conservação cromática das tapeçarias, a luz da sala é um pouco difusa, o que obriga à mais próxima e intimista relação possível entre o observador e as obras, resultando daí uma total compreensão dos processos construtivos de cada pequeno ou grande enquadramento.
A impossibilidade de usar um tripé para protecção dos “direitos dos autores”, e mais importante ainda preservar os arco-íris do efeito destruidor dos flashes, condicionam a partilha destas imagens. 

 








 
 




 





 

 
 
 



 

 

terça-feira, dezembro 25, 2012

Eco dos criadores do belo

Lisboa, Igreja de S. Roque, Sec.XVI

 
 





 

Imagens de Museu


Além, mas mesmo muito além da evolução das nossas emoções conferidas pelo anuário, o Natal deste Ano de 2012 solidifica-se na nossa Família, mesmo que as práticas evoluam distantes de algumas convicções religiosas de outrora, para que se esmaguem as distâncias e se contrariem os desígnios pérfidos dos esbirros agazuados pelo Poder.
Numa ocasião ainda fresca por confusas doutrinas Papais sobre a genuína população do Presépio, neste, que fez os encantos dos Farneze e agora faz parte do conjunto das artes decorativas mais delicadas expostas em Napoli num palácio do século XVIII o Palazzo di Capodimonte, convertido desde o século XIX em Museo Nazionale, na imensidão representativa de anjos e arcanjos, que também não se sabe se existiram mesmo, de facto apenas o burro espreita envergonhado, e as ovelhas parecem ter encontrado pasto mesmo ali à beira da gruta Celestial para serem elas com seu leite a alimentar o menino que dorme nas palhinhas.
 
 
 

segunda-feira, dezembro 24, 2012

Imagens de rua


Ainda sobrevivem marcas da Lisboa de outros Natais, em que o número do telephone (como Pharmácia) ainda apenas tinha atingido três dígitos!
 
 

A intimidade com as objectivas


Sombras que o Inverno determina pela caducidade das folhas das Ginkgo biloba.
 
 

domingo, dezembro 23, 2012

A intimidade com as objectivas

"La luce mi anima ma non mi migliora, perchè uscirò da qui come sono arrivato qui: più vecchio di ore, più allegro di una sensazione, più triste di un pensiero" — Il libro dell’inquietudine, Fernando Pessoa
Lisboa, de hoje e de outros tempos, cinzenta, despida de gente em tarde fria nas vésperas deste Natal.
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




 

Imagens de rua



 
Se cada região se diferencia de outras próximas, pela orografia, ou por uma “cultura” dos ascendentes de que se julga iluminadamente proprietária, ou ainda pelos seus actuais costumes, quem a visita por um instante, esforça-se, aliás sem o conseguir, por perceber como os seus habitantes se satisfazem nas coisas mais simples e consideradas “básicas” do dia a dia, acaba por descobrir alguns ícones que por se terem tornado num vício, ou numa visão mais moderada, em objectos de culto, e logo depois procurar e provar mesmo algum desses hábitos locais. Por conselho de um Italiano para quem a minha Filha V trabalha, que nos sugeriu ser imprescindível não deixar de procurar o café Scaturchio para comer uma sfogliatella, lá fomos andando pelas ruas estreitas do centro histórico até à Piazza San Domenico Mggiore, mas o encontro não correspondeu à nossa expectativa, pois teríamos que comer o bolinho em pé ao balcão, e por isso uma centena de metros à frente num minúsculo e simpático café saboreàmos uma preciosidade de massa ultra folhada estaladiça com recheio adocicado à base de ricotta, bem sentados numa das duas mesas do seu interior, enquanto na rua caíam  alguns pingos de chuva.
 




Due sfogliatella e due café expresso


Agora, sabemos que a sfogliatella foi criada no Sec. XVII, no Mostero di Santa Rosa em Conca dei Marini que pertence à província de Salerno, o que a aproxima mais de Pompei do que de Napoli, e talvez por isso a melhor propaganda que encontràmos releva o fabrico na pasticceria di Vivo, no filme seguinte.



 
 


 

Itália


sábado, dezembro 22, 2012

A intimidade com as objectivas


Velhos currais, abandonados mas que mereciam estar muselizados, com muitas notáveis portas pequenas para a rápida entrada e saída das ovelhas, e os muros de xisto invadidos por floras parasitas secas ao sol e coloridas pela chuva que esperam serem levadas para as grutas dos presépios, dão brilho às atmosferas da Serra.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, dezembro 21, 2012

Palavras para o Inverno ouvir.

 

A intimidade com as objectivas


Proteger as portas da curiosidade dos animais rasteiros, é um uso especial nestes lugares distantes, onde ainda não são precisas grandes armaduras para travar outro tipo de intrusos, e os obstáculos fazem-se aproveitando as pequenas sobras da vida do dia a dia.
 
  

O meu pensamento à chegada deste Inverno

A raiz quadrada de uma aflição é igual ao volume de uma colher de sopa.

quinta-feira, dezembro 20, 2012

A intimidade com as objectivas


Por detrás desta porta de ferro zincado, envolvida por misturas de materiais tradicionais ligados por um reboco fino com cal hidráulica, que a transforma numa modernaça rural, acabam em cinzas os cortes das azinheiras e das sobreiras, depois de ajudarem a cozer o pão da mistura de trigos, e a assar cabeças de borrego.


quarta-feira, dezembro 19, 2012

A intimidade com as objectivas


Algerozes limpos, que libertam águas pluviais, mas não dispensam uma protecção rústica contra os roedores e outros curiosos.
 

 

terça-feira, dezembro 18, 2012

Imagens de rua


Quem, como eu, foi assistindo à obcessão pelo crescimento como único factor de solução para um alargado bem estar social, e não tenha, nem memória curta nem o raciocínio tolhido por dogmas religioso/ideológicos, deve fazer uma reflexão sobre as transformações que foram ocorrendo nos locais por onde a sua vida se foi desenrolando, e tentar compreender as consequências das “deslocalizações” que foram ocorrendo em cada pequena parcela da Aldeia, da Cidade e do País. Hoje todos reconhecem que uma das mais nefastas evoluções da circulação no centro da Capital, foi a sua abertura desregrada ao trânsito automóvel, de que as Associações de comerciantes tanto gostavam pela ilusão de que com isso combateriam a atracção das pessoas pelas gandes superfícies comerciais construídas nas perifarias urbanas, e agora procura-se combater a poluição automóvel com restrições nos acessos, quando já se destruiu a rede eléctrica de transportes urbanos, que a imagem seguinte, encontrada num canto de uma gaveta, procura evidenciar na Rua Augusta, com dois elécticos seguidos para a Estrela, sendo evidente a sobrelotação de ambos.
 
 

 

A intimidade com as objectivas

As crónicas sobre as belas imagens do Alentejo profundo não podem, infelizmente, ilustrar-se apenas com olhares numa única direcção, pois o património em ruína atinge-nos com a dureza dos desperdícios e do desaparecimento das combinações entre as mais antigas técnicas construtivas e as opções materiais autócnes.