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sábado, dezembro 05, 2015

Tavira, Bairro Almóada do Convento da Graça






No âmbito da adaptação do Convento da Graça a Pousada foram realizadas escavações arqueológicas. Estas revelaram diversas ocupações do espaço, sendo a necrópole da Idade do Ferro a mais antiga e a cripta funerária de caráter familiar uma das mais recentes.

O bairro islâmico, construído de raiz em época almóada (finais do século Xll/inícios do século XIII), é, sem dúvida, uma das principais ocupações do espaço. Apresentava um espaço público claramente definido, constituído por três arruamentos com cerca de 1,60 m de largura, em torno dos quais se dispunham as casas. 

As ruas apresentavam no subsolo canalizações com tampas em pedra, onde desembocavam as canalizações das casas. Tal como era costume no al-Andalus e no Magreb, as casas apresentavam pátio central descoberto, em torno do qual se distribuíam as outras divisões: salão, alcova, cozinha e latrina. Espaço por excelência da mulher, no pátio eram realizados cozinhados, tecia-se ou desenvolviam-se actividades lúdicas. As paredes das casas, sem janelas para o exterior, eram feitas em taipa e encontravam-se revestidas com argamassa. Os pavimentos das casas foram realizados em argamassa de cal, em pedras polidas, ladrilhos cerâmicos ou em terra batida (com restos de telha, de cerâmica e de conchas). Julga-se que a escolha dos materiais construtivos esteja relacionada com as posses do proprietário.



0 acesso à Casa I era feito por uma entrada em cotovelo que dava acesso ao pátio central com pavimento de lajes de pedra. Pelo pátio acedia-se ao salão e à alcova com piso em argamassa. Os detritos da latrina eram canalizados para uma fossa séptica. Num outro compartimento foram encontradas diversas telhas, cuidadosamente empilhadas umas sobre as outras e apoiadas em dois muros. 0 pátio da Casa II, pavimentado com ladrilhos, apresenta um pequeno tanque central e dava acesso à cozinha, com pavimento em argamassa, e ao salão, com piso em ladrilho. Através deste último acedia-se às latrinas. 




 
 
 
 
 







During the adaptation of "Convento da Graça" into a hotel, some archaeological excavations were carried out. These revealed several occupations of space, being the Iron Age necropolis the oldest, and the family crypt the latest. The Islamic quarter, built from scratch in Almohad era (late twelfth century / early thirteenth century), is undoubtedly one of the main occupations of space. It had a clearly defined public space, consisting of three streets with about 1.60m wide, around with the houses built around. The streets had underground pipes with caps in stone, where flowed the plumbing of homes.

As it was the custom in al-Andaluí and the Maghreb, the houses had central outdoor courtyard, around which the other rooms were distributed: hall, alcove, kitchen o latrine. Space par excellence of women, the courtyard was used fi cooking, weaving or developing play activities. The walls of the houses without windows to the outside were mad rammed earth and coated with mortar. The pavements of the houses were made in whitewash mortar, in polished stones, ceramic tiles or clay (with remains of tile, ceramic and shells). It is believed that the choice of building materials was related to the possession of the owner.

The access to the House 1, was made through an elbow-shape entrance that led to the central courtyard flagstone floor. Through the courtyard the hall with alcove and mortar pavement was reached. The waste of the latrine was channeled into a septic tank. In another compartment several tiles were found carefully stacked on top of each other and supported by two walls.

The courtyard of House 2, paved with tiles, shows a small central tank and gave access to the kitchen with mortar pavement and to the hall in tiled pavement, leading to the latrines.






 

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