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segunda-feira, outubro 22, 2018

Viaggio a Italia 2018 III


Vive-se então a possibilidade de sermos levados num invólucro com um panorama de 360 graus que não se aprecia devidamente porque os pontos que nos atraem o olhar deslizam mais céleres do que a nossa capacidade para guardar a análise da informação disponível como uma amiba a deslizar numa solução aquosa debaixo da lente de um microscópio. Mas esses raios de luz escorregadios são os primeiros interlocutores, e até dispensam tradutor mental, e também não provocam rubor após as primeiras frases na língua local  cuja fluência só se atinge ao terceiro dia. No fundo de uma casca de noz amarela estreei a minha implicação com os projectistas incapazes de admitir a existência de seres humanos acima de 1,80 metros, testando com a cabeça a resistência do tecto da embarcação, e daí a uma corrida ondulante até que as águas acalmam entre canais marginados por pallazzi seculares que se mantêm aparentemente imóveis e com balcões disponíveis só para bolsas cada vez endinheiradas.

 
 
 

 

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